Liquens: O metal melódico com canções pra alma

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Hello Band

9 min readMar 28, 2024

Como disse a um amigo/entrevistado, o Hello Band não tem preconceitos com nenhum estilo. Nós entrevistamos desde músicos de Black Metal até Gospel, de Piseiro ao Emocore. Para nós, se a música é feita com o coração, é válida de ser difundida!
Creio que a banda desta semana vai te surpreender, pois à primeira vista, você pensará que é uma banda com influências góticas, metal sinfônico e melódico. E sim, inicialmente, você estará certo, mas também vamos te mostrar que há música para Deus em todos os estilos, e não precisa ser sempre igual. Assim como bandas como Flyleaf e Confide, vocês vão se apaixonar e louvar a Deus sendo vocês mesmos, no seu estilo. Portanto, sem mais delongas, conheçam a Liquens!

Se você não curte música gospel, não se preocupe. Ela não precisa ser monótona ou imposta, e não vai te impedir de ouvir outras coisas. Permita-se conhecer uma banda de Metal de extrema qualidade, que em 2020 fez parte de vários festivais online em diferentes países da América Latina, como Low Fest e Conexion Tour, Radicales Latinos, Net Of Fire, Cultura Cyber Fest, Encuentro Bojaca Gospel, além do single “Fogo”, que ficou 4 semanas consecutivas em uma rádio FM do Peru e foi eleita a “Canción del Año de 2020” nesta mesma rádio. Ficaram curiosos? Vamos conhecer mais desses mineiros cheios de estilo!

O NOME DA BANDA TRAZ UMA HISTÓRIA? O QUE ELE REPRESENTA?
R: Em certa ocasião, eu (Ivete Lanzieri — líder fundadora da banda junto com meu marido Wesley Lanzieri, guitarrista) estava estudando uma matéria de biologia para o vestibular e ao ler sobre fungos me deparei com os Liquens e, dentre tantas características, me chamou a atenção o fato de que quando dão liquens em rochas eles abrem brechas pra que nas rochas entre a luz do sol e a água e isso faz com que surja uma vegetação. Eles são pioneiros em terrenos rochosos. Quando li sobre isso entendi que havia uma profundidade poética no nome. Que trazendo para nossa realidade sería como líquens, abrindo brechas em corações rochosos onde pudesse entrar uma mensagem positiva que fizesse diferença na vida das pessoas.

COMO FOI O INÍCIO E OS MOMENTOS MARCANTES DO MESMO?
R. O início da banda está relacionado com o nome. Na época citada acima. Eu não sabia quando e nem como, mas esse seria o nome de uma banda. Na ocasião tínhamos (eu e o Wesley) outra banda e mesmo assim comecei a compor para a banda que eu viria a ter. Isso se deu em 2008. 5 anos depois (2013) a banda que tínhamos encerrou e 2 anos depois disso (em 2015) iniciamos a Liquens. Convidamos o Marco Antônio (tecladista) um baixista e um baterista amigos nossos para fazermos um show em formato de espetáculo. “A noite Escura da Alma” Era um total de 10 músicas intercaladas com cenas de teatro e dança, contando uma história bem metafórica. Ensaiamos todo o ano e em novembro de 2015 fizemos o show marcando assim o início da banda porém, após esse show a banda não se firmou. Mesmo assim continuamos a produzir as músicas (Ivete, Wesley e Marco Amorim) e em 2018 voltamos com novos integrantes e lançamos o EP Cicatrizes.
Dentre os shows que fizemos neste curto período de 2018 a início de 2020 nos marcou o primeiro show no Cine Brasil Valourec, que além de uma casa bem tradicional, foi o último show da cidade antes da pandemia. Dois dias após o show, que foi no domingo, a cidade parou e então veio uma nova fase.

DE ONDE CADA UM DA BANDA É E COMO SEU LOCAL DE ORIGEM INFLUENCIA EM SUAS CANÇÕES?
R. Somos de Belo horizonte. É uma cidade que tem história com o rock independente. Então creio que é muito comum aos músicos que gostam de rock formar uma banda e ter espaço pra tocar aqui em nossa cidade

APRESENTEM-SE, QUAIS SÃO OS INTEGRANTES, SUAS IDADES E SUAS CARACTERÍSTICAS MAIS MARCANTES QUE TRAZEM PARA A BANDA?
Ivete Lanzieri — compositora e vocalista
Wesley Lanzieri — Guitarrista, arranjador e produtor musical
Marco Amorim — Tecladista e arranjador
Esdras Freitas — Baterista
Ryan Soares — Baixista
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Ivete, trás a influência das poesias em suas composições e temas de sensibilidade da alma. Trás também a estética gótica e influências de metal sinfônico.
Wesley: peso, riffs pesados, solos melódicos com alguns trechos mais técnicos
Marco: sonoridade de harmonias complexas e arranjos orquestrais
Esdras: Pegada marcante e segura na bateria
Ryan: trás um baixo mais moderno e técnico.
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Ryan, nosso membro mais novo é de uma geração mais recente, já nasceu num contexto de alta tecnologia e foi inserido no rock por influência do pai e do irmão mais velho. Todos os demais componentes somos de uma geração que vivenciou grandes transformações mundiais, o surgimento da internet, que cresceu ouvindo bandas de rock e metal tradicionais e que viveu a mudança da distância entre os artistas admirados e a atual proximidade proporcionada pela internet.

EM QUE MOMENTO DA VIDA DE VOCÊS QUE DEU AQUELE “CLIQUE” EM QUE A MÚSICA SE TORNOU O SEU LUGAR CERTO?
R: Todos nós crescemos em ambientes musicais e começamos a nos envolver na música desde a infância e adolesência. Ivete estudou piano e canto no Conservatório estadual de Rio Branco — MG e se formou em Licenciatura em música pela UEMG. Wesley é guitarrista autodidata desde a adolescência. Estudou apenas 2 anos de violão clássico. Aprendeu a maioria das técnicas assistindo a outros guitarristas. Marco também toca desde a adolescência e se formou em bacharelado em piano pela UEMG. Esdras é professor de bateria em uma escola de música da família e também toca desde a adolescência. Ryan começou a tocar baixo aos 14 anos e entrou pra banda aos 17, nota-se que é um música bem talentoso. Então creio que todos nós crescemos sabendo que seríamos músicos.

COMO VOCÊS DEFINIRIAM A RELAÇÃO COM OS SEUS FÃS?
R: A conexão hoje é a nível das redes sociais. Procuramos criar uma relação bem próxima respondendo a todos os comentários e repostando suas menções à banda. Nos shows sempre nos fazemos acessíveis e procuramos interagir com a galera criando um ambiente bem descontraído.

COMPARTILHEM CONOSCO SUAS EXPERIÊNCIAS E ESTUDOS MUSICAIS ANTES DE FORMAREM A BANDA.
R: Todos nós iniciamos tocando na igreja e participando de grupos musicais aos domingos. Também tivemos grupos de músicas de casamento. Eu, (Ivete) e também nosso tecladista (Marco) tivemos mais contato direto com a música Erudita por causa da formação clássica. Anterior à Banda Liquens todos nós também tivemos outra banda de rock.

COMO TEM SIDO A JORNADA DE CRESCIMENTO DA LIQUENS?
R: Desde que começamos definitivamente em 2018 a banda tem crescido tanto nas redes sociais como em shows. Tivemos a oportunidade de tocar em teatros e fora da nossa cidade. Gravamos também nosso primeiro DVD ao vivo. Isso demonstra também um crescimento musical da banda.

PARA QUEM ESTÁ LENDO ESSA ENTREVISTA E QUER CONHECÊ-LOS MELHOR, COMO VOCÊS DEFINIRIAM A ESSÊNCIA DA BANDA E O AMOR PELA MÚSICA?
R: Bom… somos uma banda de Metal Melódico e sempre fomos influenciados por bandas internacionais de metal desde a infância, quando começamos a sentir que queríamos mais que apenas ouvir e sim fazer a música acontecer. Por isso desde então fazemos música e é o que a gente sabe fazer de melhor. Fazemos com inteligência e com o coração esperando, desta maneira, influenciar pessoas para o bem.

A BANDA JÁ POSSUI ÁLBUNS OU EPs? SE SIM, QUAIS? CASO NÃO, PRETENDEM OU SOMENTE SINGLES SOLTOS?
R: Temos lançado:
EP Cicatrizes (2018)
Singles e videoclipes: Talvez (2020) Noite Escura e Fire (2021) Fruto Proibido e Prisioneiro da Esperança (2022).
DVD ao vivo A noite escura da Alma (2023)
Para este ano esperamos lançar mais um EP e pelo menos 1single (estamos trabalhando em ambos)
Temos também planejado para o próximo ano um álbum inédito.

PARA OS NOVOS OUVINTES, QUAIS MÚSICAS DA LIQUENS QUE VOCÊS RECOMENDARIAM?
R: Noites Escura, Talvez, Cicatrizes, Ventos, Fogo e Prisioneiro da Esperança (estas são as que não podem faltar em shows)

SOBRE ÚLTIMOS SINGLES E TRABALHOS FUTUROS, COMO TEM SIDO? O QUE ESTÃO PREPARANDO?
R: Nosso último single foi Prisioneiro da Esperança. Podemos dizer que essa foi uma composição bem mais madura que as anteriores por se tratar de um trabalho com diferença de 10 anos de composição em relação às anteriores que estiveram no lançamento a banda em 2015. Por isso ela demonstra mais maturidade. Não fizemos um videoclipe dela porque resolvemos fazer algo diferente. Fizemos um DVD e gravamos um filme como se fosse um “clipe gigante” onde cada música era uma parte da história. Cada música ( foram 10 músicas) tinha sua parte no roteiro e se concluía no final, porém toda a história e como cada música se interligou se percebe na conclusão que é justamente esse último single. Então no DVD que foi gravado ao vivo no Teatro Sesi Minas, esse filme foi projetado na tela enquanto tocávamos as músicas. Lançamos as faixas separadas em nosso canal e já estamos finalizando estes lançamentos em março.

Todos os singles da banda incluindo a versão internacional de "Fire".

POSSUEM PLANOS PARA FUTURAS TRANSMISSÕES AO VIVO PARA OS FÃS?
R: Sim. Fizemos algumas vezes, mas temos planos de intensificar.

COMO A PANDEMIA AFETOU O TRABALHO DA BANDA E COMO VOCÊS SE ADAPTARAM A MESMA?
R: Bem no início da pandemia fizemos 3 músicas com voz, piano e violão. Mas então vieram os festivais online, o que foi muito bom pra nós. Através de uma banda parceira da Colômbia, estivemos em 11 festivais online em diferentes países da América Latina e isso trouxe um grande crescimento pra nossa banda. Estivemos também em vários festivais online nacionais.

QUAIS SÃO AS MAIORES FONTES DE INSPIRAÇÃO MUSICAIS DE CADA MEMBRO DA BANDA?
R: As bandas que nos influenciaram desde a adolescência foram Stryper, Petra, Bride, Tourniquet , Nárnia, Fruto Sagrado, Oficina G3, mas hoje em dia cada um tem sua inspiração.
Ivete: Evanescence, Epica, Nigtwish e Within Temptation
Wesley: influenciado rock dos anos 70 e metal dos anos 80 e 90.
Marco: Progressivo Clássico e Metal sinfônico
Ryan: Sua influência e inspirações são bandas como Avenged Sevenfold, Slipknot, RHCP, Martim Miller entre outras e também os clássicos dos anos 80 e 90.
Esdras: Clássicos dos anos 80 e 90

QUAIS SEUS FILMES E SÉRIES FAVORITOS? ALGUM INFLUENCIOU NA MÚSICA DE VOCÊS?
R: Em geral a gente curte ação, aventura, fantasia e terror. Ivete curte filmes ambientados na primeira e segunda guerra mundial e também na era Vitoriana, além de fantasias na linha de Tolkien e C.S. Lewis e traz essa influência, inclusive literária, para as ideias de letras e videoclipes.

PRA QUEM ESTÁ COMEÇANDO OU ESTÁ NA LUTA PARA ALCANÇAR SUCESSO NA INDÚSTRIA MUSICAL, QUAL SERIA O CONSELHO DE OURO QUE DARIAM?
R: Seja você. Faça a música que está em seu coração. Use sua música e sua voz pra falar daquilo que arde em seu coração. Porque quando você faz isso você se torna original e não cópias. Isso levará você a um caminho mais difícil, porém mais duradouro. Quando você sabe porque vc faz o que faz consegue ir mais longe.

DE MENSAGEM FINAL, O QUE FALARIAM PARA QUEM ESTÁ PRESTES A CONHECÊ-LOS?
R: As pessoas hoje em dia não estão acostumadas a ouvir e sim a assistir a música. Não ouça a música superficialmente. Desfrute a música. Ouça os instrumentos, as frases musicais, sinta as harmonias e o ritmo e escute com cautela a poesia. Não deixe que a música seja apenas um fundo musical ou um som durante as imagens. Deite-se, feche os olhos e ouça a música. Será uma experiência inesquecível.