Maria Estrela: Brilhando com orgulho de suas raízes.
A nossa artista da semana, além de compor suas próprias canções, superou a timidez para mostrar seu talento e conquistar seu espaço no cenário musical. Ela fala com muito orgulho de suas origens paulistas e da Cohab, e sua música é definitivamente uma fusão envolvente de R&B, MPB, alternative e samba. Conheçam a Maria Estrela!
Maria Estrela criou seu single “Glowing Skin” (que estreia oficialmente nesta sexta-feira, 28 de junho) como uma ode à resiliência sobre a cor da sua pele, simbolizando luz e calor mesmo diante das adversidades. A inspiração veio durante um momento pessoal difícil. A música não apenas celebra a capacidade de prosperar apesar dos desafios, mas também homenageia todos que, como ela, enfrentam dificuldades, mas persistem em mostrar sua luz ao mundo.
Além de sua música, Maria investiu em visuais impactantes e uma campanha significativa para dar vida a esse conceito poderoso. Como muitos artistas negros, ela enfrenta obstáculos para sair da invisibilidade, mas está determinada a amplificar sua voz e a de outros artistas independentes. Cantando tanto em português quanto em inglês, Maria não apenas compartilha sua arte, mas também usa suas plataformas para destacar a importância da representatividade e celebrar a diversidade e identidade negra. O lançamento do videoclipe de “Glowing Skin” está marcado para 13 de julho, prometendo ser mais um marco em sua jornada de empoderamento e inspiração através da música.
Ficou curioso para conhecer mais da nossa musa brilhante? Acompanhe nossa entrevista para saber mais:
QUAL HISTÓRIA CARREGA O SEU NOME ARTÍSTICO?
Na verdade meu nome de batismo é Maria Estrella, e ao que parece minha mãe é bastante criativa (rs). Para facilitar as pesquisas do pessoal brasileiro, eu tirei um L e pretendo manter esse como meu nome artístico.
COMO SURGIU A MARIA ESTRELA DENTRO DA MÚSICA?
Desde bebê, a música esteve presente na minha vida. Minha mãe sempre conta que, durante nossos passeios de carrinho, ela colocava flashbacks para eu ouvir no discman, bem baixinho. Esse fun fact mostra como a música sempre foi parte do meu mundo.
Cresci cantando em corais na igreja evangélica, algo comum para muitos cantores. Além disso, meu pai tem uma banda de samba há muitos anos, e eu sempre estive envolvida nesses ambientes musicais. Comecei a escrever minhas próprias músicas quando tinha cerca de sete anos, uma paixão que só cresceu ao longo do tempo.
No ano passado (2023), comecei a lançar minhas músicas, marcando a profissionalização de algo que venho fazendo desde sempre. Esses lançamentos são momentos marcantes na minha trajetória, transformando um sonho de infância em realidade.
VOCÊ CONTA COM MUITO ORGULHO DO FATO DE VIR DA COHAB E SER PAULISTA.
ISSO DE ALGUMA FORMA INFLUENCIA NO SEU SOM?
Eu moro em São Paulo e cresci na COHAB II, na periferia da cidade. Esse lugar tem uma influência enorme na minha persona artística. Minha grande missão como artista é quebrar a invisibilidade que muitas vezes envolve mulheres pretas da periferia, já que geralmente somos as últimas na fila de consideração do resto do país e do mundo. Quero usar minha música para dar voz a essa realidade e mostrar a força e a riqueza cultural que existem ali.
COMO TEM SIDO SIDO JORNADA COMO ARTISTA?
Muitas das minhas canções exploram minha jornada de autoconhecimento como mulher preta e minhas descobertas pessoais. Comecei a compor à medida que cada capítulo da minha história se desenrolava. No ano passado, iniciei as produções, com uma grande preocupação em garantir que a musicalidade de cada música se alinhe com os sentimentos da composição.
Atualmente, meu foco é fazer com que minhas músicas despertem esses mesmos sentimentos nas pessoas que as escutam. Além disso, procuro criar uma fusão única entre R&B, MPB e Alternative Music, trazendo diferentes influências para minhas composições e criando algo novo e autêntico.
QUANDO VOCÊ TEVE CERTEZA QUE A MÚSICA ERA O SEU LUGAR NO MUNDO?
Como mencionei, a música sempre esteve presente na minha vida. No entanto, foi quando comecei a cantar nos corais da igreja que percebi que a música era o meu lugar. A reação das pessoas e até a minha própria reação eram sempre intensas quando eu cantava. Esse sentimento foi o que me despertou, e ele continua crescendo ao longo dos anos, confirmando que a música é realmente onde pertenço.
COMO É A SUA RELAÇÃO COM SEU GRUPO DE FÃS OU A “CONSTELAÇÃO” DA MARIA ESTRELA?
Apesar das aparências, sou uma pessoa bastante introvertida e muitas vezes me fecho na minha conchinha. No entanto, ao longo dos anos, desenvolvi maneiras de me conectar melhor com as pessoas. Tudo o que compartilho nas minhas redes sociais é pensando nos meus fãs. Quero manter uma conversa agradável e envolvente, convidando-os a participar da minha jornada artística.
Meu maior desejo é que eles me contem como se sentem ao ouvir minhas músicas e compartilhem suas histórias. Para alcançar esse objetivo, posto vídeos, conto o que estou fazendo e cuido para que cada interação seja especial e autêntica. Assim, mantenho uma relação próxima e significativa com meus fãs.
POSSUI ESTUDOS NA ÁREA MUSICAL, EXPERIÊNCIAS ANTERIORES ANTES DA CARREIRA SOLO OU FOI ALGO AUTODIDATA?
Cantar em corais me proporcionou uma excelente base para explorar as possibilidades da minha voz e aprender sobre harmonização. Tocar violão e piano também ajudou muito nas minhas composições. Além disso, fiz alguns mini cursos de produção musical que ampliaram significativamente minhas habilidades nessa área.
Nunca parei de estudar e exercitar minha voz, e essa dedicação constante, aliada ao fato de que escuto muita música, moldou a artista que sou hoje. Essas experiências prévias foram fundamentais para me desenvolver e me levar até aqui.
QUAL A PARTE MAIS DIFÍCIL NESSA JORNADA DE SER INDEPENDENTE?
A invisibilidade tem sido um dos meus maiores desafios na minha jornada musical. Ser quem sou muitas vezes me coloca nessa posição. No entanto, tenho usado essa dificuldade como combustível para criar músicas e conteúdos cada vez melhores. Transformar essa adversidade em motivação tem sido crucial para minha evolução como artista.
PARA QUEM ACABOU DE CHEGAR E SE APAIXONOU PELO SEU TRABALHO, COMO DESCREVERIA SEU SOM E SEU AMOR PELO QUE FAZ?
Sou Maria Estrela, cantora e compositora de São Paulo. Minha música é uma fusão de R&B, MPB, alternative e samba, criada nas intensas horas da madrugada. Minhas canções refletem minha jornada de sobrevivência e minha essência musical é profundamente conectada com os sentimentos dessa caminhada.
QUAIS SEUS SINGLES JÁ LANÇADOS PARA A GALERA CONHECER? E SOBRE SEU FUTURO EP, PODEMOS TER SPOILERS?
Já lancei três singles: “Kingstar”, “Cigarro de Iogurte” e “Polvorosa”, com influências de R&B e música popular brasileira. Essas 3 e Glowing skin, meu próximo lançamento, fazem parte de um EP muito especial que conta um pouco da minha experiência com a ansiedade e como eu venci isso para me tornar uma mulher preta confortável em sua pele e orgulhosa de sua história.
FALE MAIS DO HINO DIVÔNICO QUE ESTÁ A CAMINHO, “GLOWING SKIN”.
Dia 28 (de junho), “Glowing Skin” estará disponível em todas as plataformas de stream e o pré save já está disponível. Será maravilhoso compartilhar essa música que fala sobre orgulho da pele preta e fala da minha conquista do amor. É uma música que fala sobre como mesmo mediante as adversidades da vida, a pele preta é capaz de brilhar, prosperar e ser sinônimo de luz e calor. Escrevi essa canção dentro de um ônibus, depois de ser diagnosticada com ansiedade e do asssassinato de George Floyd. Essa música é um tributo para quem sente o peso da vida, mas que persiste para mostrar sua luz para o mundo.
TEM PLANOS SOBRE SHOWS E TRANSMISSÕES AO VIVO?
Sim, em breve farei shows e mais lives, basta me seguir e vão ficar sabendo de todas as novidades.
A PANDEMIA FEZ VOCÊ PASSAR POR ALGUMA ADAPTAÇÃO NO SEU TRABALHO OU SERVIU DE INSPIRAÇÃO?
A pandemia foi muito impactante na minha trajetória de autoconhecimento. A partir dela eu escrevi várias músicas novas e me aprofundei na carreira artística.
QUEM SÃO SUAS MAIORES INFLUENCIAS MUSICAIS?
Sza, The internet, Caetano Veloso e Ana Carolina são algumas das minhas principais inspirações, mas eu escuto muita música mesmo, cada nova referência me enriquece e aparece nas minhas criações.
SUAS SÉRIES E FILMES PREFERIDOS TE INSPIRAM DE ALGUMA MANEIRA?
“Insecure” foi uma série que me impactou muito como artista, mas assim como as músicas eu vou recolhendo essas referência ao longo da minha carreira, recomendo o documentário Quincy para todos os artistas.
QUAL CONSELHO QUE VOCÊ DARIA PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO E POSSA ESTAR DESANIMADO COM A INDÚSTRIA MUSICAL?
Primeiro, tenha certeza de que a música é realmente o que você quer. Não é necessário ser especialista em tudo o que você gosta de fazer. Digo isso porque o mercado da música é desafiador e o caminho pode ser bastante tortuoso. Se escolher a música, garanta que é a paixão que realmente arde no seu peito. Depois disso, não desista e foque na arte. A verdadeira arte vem de dentro para fora, então crie a partir das suas emoções e da sua essência. Se você fizer pela arte, ela nunca vai te faltar.
PARA QUEM ESTÁ CHEGANDO E CONHECENDO SEU MUNDO ESTELAR, QUAL SUA MENSAGEM FINAL QUE GOSTARIA DE DEIXAR?
Música é a expressão dos diversos sentimentos da alma mediante ao som, como meu padrasto costumava dizer. Minha música é profundamente conectada aos sentimentos, e só faz sentido quando posso compartilhá-la e me conectar com as pessoas através dela. Estou muito feliz em iniciar essa jornada junto com vocês e espero que minha música ressoe e traga significado às suas vidas também.
Conheçam, ouçam muito o som da Maria Estrela e a sigam em todas as plataformas:
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