MCR Cover Brasil: Uma das bandas que mantêm a chama da cena emo!

Sarah Dias
Hello Band
Published in
9 min readMay 9, 2024

Começo esta entrevista com uma confissão, a banda de hoje era uma que eu queria entrevistar desde que começamos o Hello Band, mas eles sempre foram tão famosos na cena de covers e em shows de emocore que achei que eram divos inacessíveis. Mas, pelo contrário, divos de fotos e vídeos incríveis, figurinos impecáveis, educados e prometo que um dia irei vê-los pessoalmente, porque amigos que os viram só têm elogios! Desde ‘Magia RBD Cover’ e Hell Loureiro (cover da Avril Lavigne), uma banda não mexia tanto com meu sentimento de fã adolescente.

Não pensem que estou puxando saco, porque eu odeio quem o faça e jamais me verão fazendo isso, mas se a ADM aqui é formada em Artes, a culpa é toda do Gerard Way e da fanfic ‘The Dove Keeper’. Eu acredito que covers não devem ser exatamente iguais aos originais, mas sim trazerem o mesmo sentimento, e vocês verão que a banda MCR Cover Brasil faz exatamente isso! Então, bora conhecê-los?

QUAL HISTÓRIA POR TRÁS DO NOME DE VOCÊS?
Rick: Como somos um cover, de uma banda que na época em 2017 não tinha nenhum cover ativo no Brasil e a dificuldade em escolher um nome bom dentre tantos os que foram cogitados, optamos por simplificar a MCR Cover Brasil, que obviamente significa My Chemical Romance Cover Brasil. E esse nome representa o nosso compromisso em trazer a experiência de um show da MCR que em 2017 era uma banda em inatividade também. E sabíamos que muitas pessoas sonhavam (ainda sonham) em ver um show deles ao vivo. Então decidimos, “Ok. Nós seremos o MCR para esses órfãos” hahaha

COMO SURGIU A IDEIA DE FORMAR A BANDA E QUAIS MOMENTOS MAIS MARCANTES?
Henrique: Hoje o membro fundador não está mais na banda, então a ideia inicial mesmo eu não sei hahaha. Mas eu lembro de ver um anúncio em grupo de Facebook procurando tecladista pro cover de MCR, mas mesmo assim me ofereci como guitarrista. O Lucas, membro fundador, na época achou que eu estava com mais “sangue nos olhos” pro projeto e acabou tirando o guitarrista solo que eles tinham e me colocou, nisso fizemos um teste com alguns vocalistas e o Rick era um deles e bom… o resto é história hahaha. Momentos marcantes eu acredito que eu posso citar os shows do bloco emo que sempre são especiais por tocarmos pra um público grande e podermos nos sentir realizados. Mas também tem a época da pandemia que acredito que foi marcante, a gente passou por momentos de indecisão e até decidimos que a banda ia acabar, fizemos uma live como último “show” mas depois disso a chama reascendeu e ainda estamos aí.

A BANDA DEU ORIGEM ONDE EXATAMENTE?
Rick: Somos todos de SP — capital, exceto o Lu, que é de Campo Grande — MS, porém mora em Sp á algum tempo. E cada um mora num canto da cidade, então a gente normalmente só se encontra pra tocar. E acho que isso influencia para as coisas darem certo, cada um tem sua rotina e círculo de amizade pessoal e quando a gente se encontra rola aquela saudade até e tem bastante história pra contar.

APRESENTEM-SE, NOME, IDADE E DIGAM QUAIS CARACTERÍSTICAS ÚNICAS QUE CADA UM CONTRIBUI PARA A BANDA.
Lu: Somos em 5. O Rick que traz bastante da clássica interpretação rock, carisma e vocais bem agudões para os covers da MCR; Henrique que é o guitarrista solo e tem muito da influência de metais modernos e virtuosos como Polyphia; Ciro que é o guitarra base, tem uma energia de palco fortíssima e traz toda a “malemolência” somada ao punk e emo; Guto que só de dizer que ele é batera também em um cover de Slipknot diz muito sobre seu virtuosismo e precisão nas baquetas + seus backings super trabalhados; e eu, Luciano, toco baixo e venho duma escola toda mais voltada a MPB jazz, mas que sempre ouvi escondido emo haha. Acaba ficando uma mistura bem doida de realmente o MCR tocado no Brasil e por brasileiros.
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Das idades — Augusto: 36 anos, Luciano: 30 anos, Henrique: 29 anos, Ciro: 22 anos e Rick: 31 anos.

(Integrantes pelo olhar do fotógrafo Wesley Carlos).

QUE MOMENTO DA SUA VIDA VOCÊ PERCEBEU QUE A MÚSICA ERA O QUE VOCÊ QUERIA PARA SUA VIDA?
Ciro: Particularmente eu com meus 16 anos tinha me afastado muito da arte em minha vida, tinha parado de pintar quadros, desenhar, escrever e tocar, ligando apenas para coisas fúteis e divertimentos momentâneos. Quando tive uma experiência em 2018 fui internado por conta de um problema de saúde crônico, fiquei 15 dias sem comer e sem beber água, apenas tomando soro, passei todos esses dias desenhando e escutando música, principalmente MCR. A partir do momento que tive alta do hospital tinha certeza que o que eu queria pra minha vida era viver com a arte porque ela me salvou durante todos esses dias e me deu forças pra seguir em frente, nem a ciência consegue explicar música.

COMO É A RELAÇÃO COM OS FÃS?
Rick: Como administrador da nossa rede social principal, o instagram. Eu procuro sempre responder os comentários, desde aqueles mais extensos à reação com emoji, sempre olho as DM, reposto marcações, sempre entrego algum conteúdo: vídeos, foto, enquete, sugestões. .
Fazemos adesivos, palhetas para dar de presente as pessoas que estão curtindo nosso show e vem nos cumprimentar, tiramos aquela foto juntos, anunciamos no final do show que quem quiser trocar ideia é só chegar, temos um grupo no whatsapp que falamos todos os dias. É a melhor parte de tudo isso. Se não “isso” nem existiria.É eles que mantêm a roda girando. somos apenas as peças.

(A banda com os fãs em final de show pelo fotógrafo Wesley Carlos).

VOCÊS ANTES DO MCR COVER POSSUEM OUTRAS EXPERIÊNCIAS NA MÚSICA? E ESTUDOS NA ÁREA?
Lu: Cada um já teve inúmeros projetos que acabam trazendo uma cor para a banda. Seja no metal mais pesado, o emo “tradicional” e até trabalhos e estudos com MPB. As músicas acabam ganhando uma roupagem fiel ao arranjo da MCR, mas com um balanço e intensidade de vários ritmos.

COMO TEM SIDO A JORNADA DE VOCÊS AO LONGO DOS ANOS?
Henrique: de muitos altos e baixos, mas sempre com muita vontade de fazer dar certo e acho que isso é a cola que une a gnt até hoje, mesmo com aquele pequeno deslize da banda quase acabar hahaha. Sempre que estamos um pouco desanimados aparece um show grande pra fazer e aí volta toda a empolgação de novo.

PARA QUEM ESTÁ LENDO AQUI E QUER CONHECER MAIS DA BANDA, COMO VOCÊS SE DEFINIRIAM?
Guto: Bom, como banda cover tentamos ao máximo levar a real experiência de ir a um show do MCR. Então tentamos trazer toda a essência e loucura da banda original. O amor pela música é imprescindível, uma vez que amamos músicas em geral e amamos as músicas, assim como quem vai nos assistir. Acho incrível quando as pessoas nos dizem que passaram a gostar de MCR após ver nossa apresentação ao vivo.

(Meninos mega unidos dentro e fora dos palcos - Foto por Wesley Carlos).

A BANDA PRETENDE TER ÁLBUNS, EPS OU SINGLES AUTORAIS?
Henrique: No princípio de tudo a ideia era que o cover futuramente virasse uma banda autoral, nós chegamos a fazer uma música mas no fim a ideia não foi pra frente e hoje em dia no caminho do autoral cada um faz meio que seu próprio projeto. Eu tenho meu, o Ciro tem o dele e o Rick tinha um dele também.

JÁ QUE A BANDA É COVER, QUAL SINGLE DO MY CHEMICAL ROMANCE VOCÊS INDICARIAM PARA NOVOS OUVINTES?
Ciro: -“The foundations of decay” porque é nova e representa muito bem a estética do MCR;
-“Mama” Uma verdadeira odisseia opera rock com influências desde de rock, emocore, até jazz cigano e musicais “cabaré”.
-“Drowing Lessons” ela não é muito citada e é uma excelente música do álbum “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”.
-“I never told you what i do for a living” por conter melodias viciantes, vocais agressivos, troca de ritmos e uma letra bastante criativa para celebrar o desfecho de uma narrativa de terror do álbum “Three Cheers for Sweet Revenge”.
— “Thank you for the Venom” por ser uma das nossas favoritas e ter elementos no metal.

PODEM DAR UM SPOILERZINHO DOS FUTUROS TRABALHOS?
Rick: Bom, sobre futuros trabalhos, estamos planejando um show gratuito, ao ar livre na av. Paulista, pretendemos fazer um acústico com um vibe bem intimista, um show em comemoração ao album “three cheers for sweet revenge” que completou 20 anos, tocar em cidades que ainda não tocamos, voltar a cidades que já tocamos e gostamos muito, outros estados, novas casas e eventos em SP. O céu é limite no nosso momento atual. 100% abertos a negócios. Interessados só mandar uma DM no insta, ou acessar o whatsapp pelos links na nossa bio!

SABEMOS QUE VOCÊS FAZEM SHOWS AO VIVO À BEÇA, MAS PRETENDEM FAZER LIVES?
Guto: Nós já fizemos transmissões ao vivo antes. No nosso aniversário de 4 anos fizemos uma live especial (na época da pandemia). Mas sim, com certeza… temos planos para fazer mais transmissões para os fãs… de shows, de um instrumento específico, etc. Então.. Aguardem!

A PANDEMIA AFETOU DE ALGUMA FORMA A BANDA?
Henrique: Como já citado antes, a pandemia foi um momento difícil, a gnt vinha de uma ascensão, estávamos marcando mais shows, estávamos melhorando nosso show e aí do nada a pandemia… o que fizemos na época foi algumas lives pra tentar segurar o público e tentar levar um pouco da experiência pra quem não conseguia ir nos shows mesmo antes. Foi um momento difícil internamente pra todos, analisamos acabar a banda, ficamos sem baterista, o Lucas saiu nessa época. Mas aí o Ciro entrou e a energia jovem dele meio que cativou todo mundo e estamos aí até hoje hahaha.

QUEM SÃO OS MÚSICOS E BANDAS QUE MAIS INSPIRAM CADA UM?
Guto: Bom, a banda é bem diversificada nesse sentido haha. Eu mesmo tenho várias, mas me inspiro muito em alguns bateristas como Joey Jordison, Chad Smith, entre muitos outros.
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O Henrique se inspira muito atualmente em John Mayer, Polyphia e Sleep Token.
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O Luciano acha que são sentimentos que vem na gente, quando o dia está bem chuvoso, à tarde, e 15h já parece q é quase noite.
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A inspiração do Rick é o próprio Gerard Way obviamente. Várias bandas e frontmans dos anos 90/2000 como, Billie Joe, Kurt Cobain. E bandas como Good Charlotte, Placebo, HIM, que trazem uma vibe dark. Por ser um admirador da cena gótica/pos punk dos anos 80 também.
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A principal influência do Ciro sempre veio da família. A influência musical dos seus pais e da sua irmã, churrascos dos tios tocando acústico e dos amigos do meu ciclo social que são muito vibrados em toda hora estar escutando músicas novas.

NO QUESITO FILMES E SÉRIES QUAIS VOCES MAIS GOSTAM? ELES INSPIRAM NO TRABALHO DE COVER?
Guto: Mais diversificações hahaha… Eu particularmente AMO filmes, séries e jogos de terror psicológico. O Luciano gosta de terror, sci fi e suspense.O Ciro gosta de terror estilo trash. O Henrique gosta de filmes de drama (segundo ele porque é emo) e tem medo de filme de terror haha. O Rick gosta de filmes de fantasia, ficção, mitologia, crítica social, animação… destaque para filmes de vampiros e extraterrestres. Não acho que os filmes chegam a influenciar de alguma forma na música.

QUAL CONSELHO DARIA PARA QUEM QUER VIVER DE MÚSICA?
Lu: Seja diferente, mesmo que tudo indique você a copiar alguém. Também faça aquilo com todo o seu pessoal, emocional e amor. O público percebe. Hoje em dia, principalmente com a massificação de IAs, se torna mais comum uma resposta “fria” ou “genérica” do que é interpretar música. Importante lembrar que música é uma das artes mais diretas e antigas que temos acesso e ela é sobre interpretar a emoção humana da forma mais primitiva: barulho. Cada segundo ali tocando ou cantando, é viver — e consequentemente morrer um pouco — pelo o que voce sente naquele acorde ou pedaço da letra.

QUE MENSAGEM FINAL A MCR COVER BRASIL QUER DEIXAR AOS FUTUROS FÃS?
Lu: Gosta de MCR? Cola num show nosso. Não gosta ou não conhece MCR? Cola num show nosso. Tudo o que fazemos em palco é com o coração e com ele mesmo aberto também a resposta de vocês. Vamos tocar, gritar e viver juntos da forma mais intensa que conseguirmos por aquele momento com vocês.

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