Melanie Martinez: PORTALS

Felipe Mário
Hello Band
Published in
2 min readApr 2, 2023

A despedida de Cry Baby

Capa do álbum

A cantora Melanie Martinez lançou no dia 31/03, o seu tão aguardado álbum de retorno, intitulado PORTALS. Nesse novo trabalho nos despedimos do seu alter-ego, a Cry Baby, personagem esse que a cantora incorporou nos seus dois trabalhos anteriores, o adorado debut Cry Baby, no K-12, álbum esse, que acompanhava um longa-metragem, e no EP Dollhouse. Mel também adotou esse personagem no EP After School, porém a esse ponto essa persona já estava se tornando cansativa e repetitiva e não víamos mais a mesma criatividade que vimos nos trabalhos anteriores.

Nesse novo projeto, que gerou comparações ao estilo visual da cantora islandesa Björk, algo que é bastante nítido. Melanie nos apresenta um universo diferente do habitual e com uma sonoridade mais inovadora para a sua carreira, apostando em um pop-rock em algumas das faixas. Diferente do seu trabalho anterior, onde Melanie abusou das distorções na voz, fazendo com que algumas músicas ficassem bastante desagradáveis aos ouvidos, aqui ela faz o uso de uma forma mais pontual, podendo ressaltar as faixas “DEATH”, primeiro single do projeto e a faixa “THE CONTORTIONIST”, onde, de forma bastante eficiente, ela aplica as distorções na voz e não soa tão exagerado.

Outro acerto no álbum é a faixa “VOID”, faixa essa que Melanie detém todos os créditos, pois a mesma compõe, produz e interpreta a faixa de forma magnífica, certamente é o maior destaque do projeto. Temos também a faixa “THE BATTLE OF THE LARYNX”, aqui ela aposta em pop-rock com bastante êxito.

Capa do single “DEATH”

Na chocante letra de “MOON CYCLE” ela canta “I said: Baby boy, you know I’m on my period, yeah” e “Blood swimming, turn him amphibious / He says he doesn’t care, that he’s into this”, música essa que fala sobre uma relação entre um homem e uma mulher, onde ele insistia em manter relações com ela mesmo no período menstrual. Especula-se que seja referência ao relacionamento que teve com o cantor alternativo Oliver Tree.

Na faixa de encerramento “WOMB” ela canta sobre o nascimento de um novo capítulo, onde mergulha em uma nova sonoridade e em uma nova estética, aqui ela se despede definitivamente da sua antiga persona e abrindo espaço para uma nova era. E como se inicia o projeto, ele se encerra com a frase “Life is death is life is death”.

Ouça PORTALS no Spotify, Deezer e demais plataformas.

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