O pop celestial do ARTMS (re)vive em DALL
O debut do quinteto ARTMS fechou o mês de maio no KPop com o lançamento do full álbum DALL, sigla para Devine All Love & Live. Foram dois meses de preparação com direito a pré-singles e videoclipes. Tivemos a estranha Birth, o synthpop em Flower Rhythm, o city pop de Candy Crush e a tranquila Air. Estas três últimas são baseadas nos trabalhos prévios do grupo.
Confira o player com o álbum no final deste artigo
Em 31 de maio, a canção carro-chefe Virtual Angel foi lançada, acompanhada de um videoclipe (ou MV, no vocabulário kpopper) epilético*. Seja na música ou nas imagens, dá para ver um pouco da Grimes dos tempos de Art Angels (até no trocadilho!). Pelo bem dos olhos de todos, abaixo está a versão editada oficial:
No álbum, a intro url anuncia como o future bass e os synths quase oníricos serão presença constante nas próximas 10 faixas. Para completar, o riff de guitarra em loop e a bateria no drop entregam uma atmosfera cinematográfica, como no hino Battle Without Honor or Humanity, de HOTEI, presente em toda cena de preparação dos heróis para o confronto com os inimigos. De Tarantino a James Gunn.
Mas o synthpop não é responsabilidade apenas da canção principal Virtual Angel. A superdoce Unf/Air chega ao ápice com um drop final que podia ser a trilha sonora de algum jogo de corrida estilo Gameloft-anos-2000 cheio de cores neon. Ainda, temos Flower Rhythm, criada a partir da intro Kehwa, lançada pela integrante Heejin para o álbum K.
Aos amantes do dreampop, o grupo flerta com a herança do LOONA, formado originalmente por 12 integrantes, incluindo as cinco do ARTMS. Na discografia do grupo-mãe, o maior exemplo de uma canção nesse gênero é LOONATIC¹, com vocais agudos mesclados ao instrumental alto e “celestial”.
Em DALL, essas características brilham ao lado do future bass de The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy e Butterfly Effect.
Já Sparkle é um pop eletrônico açucarado cantado não por garotas, mas por mulheres. A melodia te leva diretamente para o R&B noventista, algo presente na discografia do LOONA com Puzzle, dueto de Jinsoul e Choerry.
Na metade da tracklist, Air diminui a velocidade e traz um som mais tropical. Os “daradada” vêm diretamente de Air Force One, lançada pela subunidade ODD EYE CIRCLE, formada por Kim Lip, Jinsoul e Choerry.
Se você é do time que ouve aquelas compilações de 2 horas no YouTube só com canções vaporwave, conferir Candy Crush é uma boa ideia. Seu city pop não inventa nada de novo, mas brinca com um instrumental que reveza entre “mergulhar” e “emergir”. Sua base é Plastic Candy, solo da integrante Haseul.
Ecos do solo também podem ser ouvidos no refrão de Distress (조난), que caminha mais para o future bass sensual. Já é marca registrada: as vozes sussurrando contribuem para a sensação íntima e lembram a performance nas faixas dreampop, mas agora o instrumental não invade os vocais.
Birth, por sua vez, foi o primeiro pré-single lançado e é a canção que fecha o DALL. Quem acompanha o KPop, mesmo que a uma certa distância, sabe que Birth é a última coisa que um artista desse meio lançaria. A atmosfera creepy e pesada surge já com os acordes nos primeiros segundos. É a segunda leva de versos que vende a música com um drop todinho em liquid drum&bass.
E você pode ouvir tudo isso abaixo:
*No KPop, encontramos outros casos de videoclipes que quase cegam 80% da fanbase por causa da edição de vídeo curiosa. Recomendo (ou não!) Born to be Wild, do TRIPLE T, e Day by Day (Dance Ver.), do T-ARA.
¹Para ouvir a discografia do LOONA, aproveite da ilegalidade. Vale mp4 baixado em site suspeito, mas você também pode ouvir diretamente no Spotify por meio dessa playlist. Faz bem para as artistas, para a fanbase, para o mundo e ainda atrapalha uma empresa picareta como a BBC, responsável pelo grupo até a metade de 2023.
O que achou de DALL? Já tem uma faixa favorita? Conta pra gente nos comentários!
