O RAP E A RELAÇÃO COM CONTAR HISTÓRIAS
Me lembro de uma aula no cursinho, alguns anos atrás, onde a professora de português disse o seguinte: “Quer aprender a escrever um bom texto narrativo? Comece ouvindo rap”. Naquele momento me veio um estalo na mente, nunca havia pensando no quão óbvio essa afirmação era, justo eu, moradora de uma das mais conhecidas periferias de São Paulo onde nasceu e se cresceu o grupo de Rap mais popular do Brasil: os Racionais.
Bom, minha relação com o rap se assemelha a minha relação com a escrita, não é longa e profunda, mas uni-las me ensinou o valor de ambas e me trouxe prazer não só em escrever, mas também em ouvir cada um desses relatos.
O Rap não é simplesmente música, são histórias reais muito bem estruturadas, compostas em prosa e poesia por meio de talentos primorosos. É um estilo que merece muito respeito e reconhecimento. Por mais que as histórias sejam, em sua maioria, tristes e, talvez a essência more aí, são necessárias e relevantes, trazem reflexões importantes.
Nesse momento da leitura imagino que você leitor deva estar se perguntando o que desejo com este texto, certo? Pois bem…
Seria fácil demais vir aqui e contar “A História do Rap”: como surgiu, onde surgiu, quais os nomes do momento ou os artistas mais relevantes desse estilo, no entanto, essa não é minha intenção. O que almejo com este texto é partilhar uma história, um relato meus, minha relação com esse estilo musical e o tanto quanto ele influenciou na minha relação com a escrita.
Não sou uma escritora por excelência, sou apenas uma aprendiz encantada por esta habilidade que desde essa aula tem tentado se aprimorar, sem esse contato, talvez minha jornada na escrita tivesse sido mais penosa.
Por isso, convido a todos que ainda não provaram desse gênero musical a ouvir, sentir, perceber e, não só refletir sobre questões sociais importantes ali mencionadas, mas também, perceber o quão belo é esse processo de composição, como as frases e palavras se ligam, como as rimas fluem. Em poucos minutos eles conseguem contar histórias que dentro de outro gênero literário seria mais extenso e não haveria o mesmo encanto.
Resumidamente? Ouça, sinta, reflita, escreva!
