Videogames e Música, uma opera rock da banda The Protomen
Hope Rides Alone
Videogames e música sempre andaram lado a lado ao longo dos anos. Existem trilhas sonoras de videogame que marcaram pessoas tanto quanto outras do meio “tradicional”. Jogos como Undertale, Final Fantasy, Pokémon, Mario e Megaman possuem soundtracks memoráveis. Essas músicas e histórias cativam nossa criatividade.
Quem nunca ficou fantasiando com alguma música que escutou ou já se pegou criando histórias no universo de um jogo que estava jogando?
Enfim, o que quero dizer é que a criatividade e a forma de contar histórias da banda The Protomen é algo excepcional, onde pegam uma ideia simples e interessante e criam um universo ainda maior.
A Banda!
The Protomen é uma banda norte-americana de rock fundada por formandos da Middle Tennessee State University (MTSU). O projeto começou com o conceito de que eles seriam robôs criados por um dos personagens da história do jogo clássico da Capcom, Mega Man. Essa ideia foi sumindo com o tempo para a banda, mas ainda mantêm um caráter teatral, com os nomes dos membros cheios de referências a obras da cultura pop e msica.
A banda pega o conceito simples do jogo de nintendinho Mega Man e o aprofunda e molda para uma épica ópera rock.
A história de Mega Man!
A história do jogo é que Dr. Thomas Light cria um robô, Mega Man, para combater as máquinas maléficas do vilão Dr. Albert Wily, os Robot Masters. Toda vez que Mega Man derrota um deles, adquire um poder respectivo, que pode ser usado como uma vantagem contra o próximo inimigo.
Mega Man é o nome do jogo no ocidente, enquanto no seu país de origem, ele é conhecido como Rockman. Nada melhor para inspirar uma rock opera incrível.
Na história do jogo e do álbum, Protoman é o irmão mais velho de Mega Man, sendo o primeiro robô criado pelo Dr. Thomas Light. Sua primeira aparição foi no jogo Mega Man 3.
No álbum, ainda contamos com a maioria dos personagens mencionados, até mesmo os Robot Masters que aparecem apenas na primeira e última música.
O Mundo e futuro distópico de The Protomen
Ato I: The Protomen
O mundo criado por The Protomen é, em base, muito parecido com o do clássico do nintendinho, mas bem mais aprofundado. No Ato I, a cidade está dominada pelo Dr. Albert Wily e seu exército de robôs que controlam a metrópole com uma mão de ferro, e nenhum humano, aparentemente, faz nada para impedir o reino de terror dele. Até que Dr. Thomas Light decide construir um robô, a esperança da humanidade, o Protoman, que foi à luta contra os Robot Masters de Albert. Depois de um conflito intenso, Protoman acabou morto no chão. Aquele que todos consideravam ser a esperança da humanidade morreu sozinho. As pessoas que o enxergavam como seu herói o abandonaram, e ele acabou se tornando um mártir da luta contra o tirano.
WE ARE IN CONTROL
WE KEEP YOU SAFE
WE ARE YOUR HOPE
Após isso, Thomas Light enterra o salvador da humanidade, o seu filho, Protoman…
Depois de algum tempo, Thomas faz outro robô, seu próximo filho, Mega Man, que irá continuar e terminar a jornada e missão de seu irmão falecido, mesmo contra a vontade de seu pai, que não quer que outro filho seu se torne um mártir da luta contra Albert. Mega Man se tornará o próximo herói da humanidade.
Ato II: The Father of Death
O Ato II, por outro lado, serve como uma prequela para o primeiro álbum, contando sobre a ascensão de Albert Wily ao poder.
Albert e Thomas Light eram parceiros em um projeto para construir robôs para melhorar a sociedade, mas Wily tinha planos maléficos de controle. Ele pretendia convencer Thomas a substituir a maioria dos trabalhadores por máquinas e criar uma oportunidade ideal onde conseguiria que a cidade fosse controlada por ele e seus robôs.
Uma sociedade onde nenhum humano ousaria desafiá-lo…
Tom, listen to yourself
Then listen carefully to me
If you replace the working parts
You get a different machine
The man who turns the wheels
They will follow anywhere he leads
Foi isso que ele pensou, mas um humano, Joe, sabia que algo estava errado e, junto com Thomas, agora um homem quebrado após a morte de sua amada Emily, mostrará uma faísca de esperança na luta contra o reino de Albert, provando que um humano pode sim desafiá-lo.
Well, a friend once told me
Men, they would follow any man who would turn the wheels
But now the wheels are spinning out of control
What would they do if we held them still?
If you destroy the working parts, what you’ll get is a broken machine
A beacon of light from a burning screen
E o Ato III ?
Como se percebe, existe grande possibilidade para uma continuação, ainda tem várias histórias sem desfecho para a trama principal, por isso que a banda vem planejando o tão esperado Ato III. O Ato III está em produção e a todo vapor, segundo os membros da banda que, agora todos vacinados, retomaram a gravação e produção. (Por sinal, se vacinem, é muito importante). Mas já temos um gostinho de como pode ser o terceiro ato, com o EP This City Made Us, contendo duas músicas: “This City Made Us” e “Hold Back The Night”.
Dessa vez, é teorizado que a história será contada a partir do final do Ato I, continuando dos acontecimentos mais recentes na cronologia do mundo.
This city made us
This city gave us lifeThis city made us
This city ate us alive
O Que escutar enquanto espera o Ato III??
Bem, como disse, o Ato III ainda está em produção e, para matar aquela saudade da banda e seu conteúdo enquanto esperamos, há diversos conteúdos covers produzidos por eles, como, por exemplo, a compilação do show tributo ao Queen que eles realizaram, The Protomen Present: A Night of Queen.
Outro álbum cover, este bem mais recente, é The Cover Up: Original Soundtrack From the Motion Picture, um álbum com covers de músicas dos anos 80 e 90 de um filme que não existe, bem, não existe no nosso mundo. Alguns fãs teorizam que esse seria um álbum sobre um filme dentro do próprio universo da banda, justamente por fazer referência às histórias do segundo álbum, especialmente sobre a morte de Emily, mas ainda assim é só uma teoria. O que não é teoria é sua colaboração com a série Cobra Kai, atualmente na Netflix. O cover feito por eles da clássica música do Phil Collins, “In the Air Tonight”, aparece na terceira temporada da série que continua a história do icônico Karate Kid.
Em comemoração a isto, a banda pediu para o já artista da primeira capa, John DeLucca, fazer uma variação dela.
Conclusão
The Protomen é uma banda e projeto incríveis. A construção de mundo, as melodias, tudo cria uma imersão incrível enquanto você escuta o álbum. Pegando o universo e a ideia de Mega Man e ampliando-os a níveis que você não espera, uma história que te prende e te deixa curioso a cada música, mesmo sabendo o desfecho como no caso do Ato II e, o mais importante, mostrando como música e videogames são coisas que combinam muito e inspiram criatividade para pessoas criarem projetos tão incríveis quanto.
O álbum se encontra no Spotify e nos principais serviços de streaming de música. Recomendo vocês a escutarem com as letras das músicas, elas têm diversas anotações contando a história, como se fosse um musical mesmo. Outra recomendação é assistir o vídeo incrível da música “Light Up the Night”, que passa por vários momentos do Ato II, não apenas o da música em si.