5 Livros Perturbadores
Antes de tudo eu quero falar sobre a imagem que começa esse post. O fotógrafo americano Arthur Tress, em 1960, pediu para algumas crianças que lhe contassem seus piores pesadelos, assim ele criaria essa série de fotografias surreais inspiradas no medo. Essa é uma das fotos.
O suspense, o terror, tanto físico quanto psicológico e o mistério são meus temas preferidos na literatura. Já me inspirei muito no mestre Poe para escrever alguns contos. Um livro nos trazer uma atmosfera sombria e nos causar medo e apreensão não é uma tarefa fácil, mas alguns escritores são especialistas nisso.
Fiz uma lista com apenas 5 livros que eu já li e me perturbaram bastante, entrando para o meu arsenal de melhores livros já lidos. A lista tem uma mescla de temas, o que pode te ajudar a escolher por qual começar. A ordem feita por mim dessa lista é totalmente arbitrária; é o que eu acho que seria uma escada evolutiva para uma leitura mais eficaz dos temas. Lembrando que não é uma resenha, apenas uma lista.
Eu recomendaria ler sozinho(a), em silêncio, para ajudar no clima.
Vamos lá.
5 — O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson
Sobre o autor: O escocês Robert Louis Stevenson é considerado um dos mais importantes escritores britânicos do século XIX e um dos mais traduzidos do mundo. Além do livro em questão ele também é autor de A Ilha do Tesouro. Em 1886 escreveu The Strange case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, um de seus maiores, senão o mais conhecido, sucessos literários. Morreu em 1894, aos 44 anos.
Sobre o livro: Na efervescente Londres do século XIX, qual será a relação secreta entre Dr. Henry Jekyll, um médico bem-sucedido, generoso, elegante e educado, com Mr. Hyde, um homem repugnante e assustador? É isso que o advogado Mr. Utterson vai tentar descobrir nesta história repleta de mistério e terror, um dos maiores clássicos da literatura universal.
4 — Alguém Espia nas Trevas, de Mary Higgins Clark
Sobre a autora: Nascida em Nova Iorque, Mary Higgins Clark começou a escrever contos para jornais e revistas em 1956. Prolífica escritora, teve vários de seus livros adaptados para o cinema e para a televisão, incluindo We’ll Meet Again (2005). Ganhadora também de vários prêmios, como o Grand Prix de Literature Policier (França, 1980) e títulos como Grande Mestre Edgar Awards, Mystery Writers of America (2000).
Sobre o livro: Ronald Thompson sabe que não matou Nina Peterson. Mas mesmo assim foi julgado culpado e condenado à pena capital. Sua execução está marcada para acontecer em dois dias. Mas a morte de Thompson não vai ajudar a diminuir a dor e a raiva de Steve, viúvo de Nina. Nem amenizá o sofrimento de Neil, filho de seis anos do casal que viu a mãe ser brutalmente assassinada. Um novo relacionamento com uma jornalista alivia a tristeza de Steve. Aos poucos, Sharon Martin torna-se parte da família e seu amor, com a ajuda do tempo, faz com que as piores lembranças de Steve e Neil comecem a se apagar. Mas bem perto deles há um homem à espreita. Um psicopata inteligente que já matou antes, tem negócios inacabados no lar dos Peterson e um plano que pode resultar em centenas de vítimas. Mary Higgins Clark, a rainha americana do suspense, cria mais um mistério inesquecível. Um livro que prenderá você até as últimas páginas, à espera de que a identidade e os motivos do homicida sejam finalmente revelados.
3 — O Estrangulador, de Sidney Sheldon
Sobre o autor: Sidney Sheldon é o escritor americano mais traduzido do mundo, segundo o Guinness Book. Escreveu dezoito romances, todos eles alcançando a lista de os mais vendidos no The New York Times.
Sobre o livro: Na misteriosa Londres, um perigoso assassino desafia a polícia com uma sucessão de crimes. Caberá ao jovem destemido policial Sekio Takagi desvendar esse sinistro quebra-cabeça.
2 — E Não Sobrou Nenhum, de Agatha Christie*
Sobre a autora: Considerada a Rainha do Crime, a britânica Agatha Christie deixou um legado de mais de 80 livros, inclusive sob o pseudônimo de Mary Westmacott. De acordo com o Guinness Book, Christie é a romancista mais bem sucedida da história da literatura popular mundial em número total de livros vendidos, já que suas obras, juntas, venderam cerca de dois bilhões de cópias ao longo dos séculos XX e XXI. Esse livro de que falo, em especial, é considerada a obra de romance policial mais vendida da história, além de estar na lista dos livros mais vendidos de todos os tempos.
Sobre o livro: No seu momento de maturidade literária, intensa criatividade e inventividade, Agatha Christie nos brinda com E não sobrou nenhum, considerado o melhor livro de suspense de todos os tempos, uma pérola do romance policial. Uma trama urdida cuidadosamente onde nenhum detalhe está fora do lugar, com a construção de incríveis elementos: a ilha deserta e isolada, a grande mansão e principalmente o fato de todos os convidados serem mutuamente suspeitos. Com essa atmosfera a autora já abre inúmeras possibilidades para a evolução da trama, e este é um dos seus grandes trunfos utilizados com muita argúcia para enriquecer o enredo. Outro fator que atesta a importância e a força desta ambientação é que os elementos utilizados por Aghata Christie tornaram-se alguns dos lugares-comuns mais visitados de toda a ficção policial em filmes, seriados, novelas e até mesmo em jogos de tabuleiro.
Outro aspecto explorado no romance é a exposição de facetas psicológicas dos personagens que ganham grande importância, pois é desta camada que vão surgindo alguns estados de loucura que são evidenciados em função do confinamento, do medo de ser a próxima vítima e da suspeita mútua de quem possa ser o assassino. Os supostos crimes cometidos vêm à tona, e ao longo do livro vão ganhando camadas e elucidando os motivos que unem personagens tão díspares. Culpados ou inocentes? Algozes ou vítimas? Nesse jogo de gato e rato identificar o assassino não é tarefa fácil e o leitor vai aventando possibilidades, perscrutando os personagens e mergulhando nesta trama onde culpa, arrependimento e loucura vão se confundindo.
Lançado em 1939 E não sobrou nenhum quebrou as regras vigentes até então para o gênero policial e investigativo, porque em sua narrativa nenhum detetive soluciona o mistério e o criminoso escapa das garras da lei. A obra também foi adaptada para o cinema pelo diretor René Clair, em 1945, com o título O Vingador Invisível. Aclamado pelo público trata-se de uma aula de como elaborar um romance do gênero: apegado ao real, sem excessos, com personagens consistentes e fluidez. É sem dúvida um romance basilar do gênero.
* Devido ao politicamente correto o nome do livro foi mudado. Antes chamava-se O Caso dos Dez Negrinhos. Esse, sem dúvidas, é uma leitura indispensável. Agatha Christie é, de longe, a minha escritora preferida desde os 12 anos de idade.
1 — O Rei de Amarelo, de Robert W. Chambers
Sobre o autor: O americano Robert William Chambers é mais conhecido pelo seu trabalho único em O Rei de Amarelo. publicado em 1895. Até hoje muita gente escreve em cima do que é chamado atualmente de Mitologia Amarela.
Sobre o livro: Obra-prima de Robert W. Chambers, O Rei de Amarelo é uma coletânea de contos de terror fantástico publicada originalmente em 1895 e considerada um marco do gênero. Influenciou diversas gerações de escritores, de H. P. Lovecraft a Neil Gaiman, Stephen King e, mais recentemente, o escritor, produtor e roteirista Nic Pizzolatto, criador da série investigativa True Detective, exibida pela HBO, cujo mistério central faz referência ao obscuro Rei de Amarelo. O título da coletânea faz alusão a um livro dentro do livro — mais precisamente, a uma peça teatral fictícia — e a seu personagem central, uma figura sobrenatural cuja existência extrapola as páginas. A peça “O Rei de Amarelo” é mencionada em quatro dos contos, mas pouco se conhece de seu conteúdo. É certo apenas que o texto, em dois atos, leva o leitor à loucura, condenando sua alma à perdição. Um risco a que alguns aceitam se submeter, dado o caráter único da obra, um misto irresistível de beleza e decadência. A edição de O Rei de Amarelo trazida ao Brasil pela Intrínseca reúne, além dos contos do Rei, seis outros que alternam entre o sobrenatural e a realidade, em épocas e geografias diferentes. A introdução e as notas do jornalista e escritor Carlos Orsi, um dos autores publicados na antologia americana Rehearsals of Oblivion, clássico tributo a Robert W. Chambers, ajudarão novos leitores a mergulhar na bem construída mitologia do autor.