Havana

Thali F.
Hey Sunshine
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2 min readJan 29, 2022
Photo by Lily Banse on Unsplash

Hoje eu vi o amor nascer. No terraço de um café na Armenia y Costa Rica. Embaixo de um céu ora azul, ora cinzento.

Na mesa próxima ao beiral, uma moça que por certo tinha a visão para a Plaza Inmigrantes de Armenia mas os olhos fixos no rapaz. Neste que afirmo, com uma certeza irrefutável, não percebeu as luzes dos outros terraços.

Ali, na mesa do café, entre um espresso, uma limonada e dois pans de queso que dariam ânsia a qualquer mineiro… Bem naquele canto da mesa branca, eu vi o amor nascer.

Muito se fala onde o amor mora — nos detalhes. Nos gestos. Nas escolhas.

Mas o amor nasce de uma forma muito espontânea. Torta.

Entre uma perna nervosa que esbarra na outra em frente à mesa e nas mãos, cotovelos, braços, copos, talheres, pratos disputando espaço em uma mesa pequena demais.

Eis como aconteceu: de repente. Em alguma história aleatória que ele contou. Em um “no creo” que ela sussurrou.

2 segundos de silêncio total.

E ali, o sorriso envergonhado dela virou uma gargalhada.

Ele demorou 1 segundo para reagir à crise de riso — e, evidentemente, chico, você riu da risada dela.

E foi ali, naquelas gargalhadas misturadas que o amor nasceu.

Eu vi.

E queria afirmar que Drummond estava completamente certo: o amor é realmente um bicho instruído capaz de subir em árvores. E nascer em terraços.

Honestamente, não estou certa que os dois tenham notado que o amor nasceu. E o diacho do amor é que ele precisa ser cultivado.

Agora me resta, assim como Carlos, sossegar — lembrar que o amor é isso mesmo:

hoje beija, amanhã não beija,

depois de amanhã é domingo

e segunda-feira ninguém sabe

o que será.

Espero que eles descubram, e deixem crescer.

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Thali F.
Hey Sunshine

[Sempre] Em busca de uma boa história, gargalhadas e uma xícara de café quente.