A espetacularização do NBB

Vagner Vargas
HIGH FIVE
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4 min readNov 22, 2016

Depois de assistir a dois jogos em Brasília, o High Five dá suas primeiras impressões sobre o campeonato e o que mudou em termos de estrutura

Por Vagner Vargas

Em meio ao caos que vive o basquete brasileiro, podemos dizer que há uma luz no fim do túnel e ela atende pelo nome de Novo Basquete Brasil. Neste começo de temporada, fui a dois jogos do UniCeub/Cartão BRB/Brasília — contra Caxias do Sul e Vasco da Gama — e vi mais do que bons jogos de basquete. Vi um esforço verdadeiro em transformar todo o ambiente em espetáculo, algo que sempre cobramos por aqui.

Não posso falar de todos os times por que não estive em todos os ginásios, mas posso dizer que Brasília, em dois jogos, se vendeu muitíssimo bem a quem esteve no ginásio da Asceb.

Fiorotto, Lucão e a torcida do Vasco ao fundo: ginásio lotado em Brasília e nada de confusão nas arquibancadas. Foto: Brito Junior/UniCeub

A começar pelo acesso ao local. A venda de ingressos pela internet é essencial para o conforto do torcedor, tanto aquele que compra com antecedência quanto aquele que chega na hora com o dinheiro na mão. Facilita e agiliza o acesso, agora feito de uma maneira bem melhor, com um controle maior e mais pessoas participando do processo.

Antes de entrar de fato no ginásio, outra novidade muito bacana: várias opções de comida. Tinha hamburger, cachorro quente, a tradicional pipoca, brownie e outros. Tudo bem organizado e sem filas, pelo que pude perceber. Só senti falta do tradicional churros, que sempre foi muito bom. Mas o fato de ter variedade já é uma melhora enorme. Antigamente, só refrigerante e aqueles salgadinhos industrializados.

Agora sim, entrando no ginásio. A primeira coisa que chama a atenção é o novo sistema de iluminação e as caixas de som dispostas por todo o teto do ginásio. O som é bem melhor distribuído agora, já que antes as potentes caixas ficavam atrás da área de imprensa, no ouvido dos jornalistas. Era um inferno. Já o sistema de iluminação, principalmente nos jogos noturnos, cria um clima muito mais legal para a entrada do time, que virou uma atração a parte.

Ainda fora de quadra, o Brasília contratou uma equipe nova para fazer os anúncios da entrada dos jogadores e a comunicação com o público e conta com um DJ para animar a torcida nos intervalos.

Ainda sindo falta de uma interação maior com o público durante o jogo. Nas partidas, o responsável pelos anúncios só comenta alguns lances do time da casa. Poderia também falar sobre os lances do adversário, para identificar para os torcedores quem são os jogadores, mesmo que do jeito que a NBA faz, com bem menos entusiasmo quando o rival converte uma cesta.

A equipe do DF também montou uma equipe grande de cheerleaders, que apresentam danças coreografadas durante os intervalos e jogam brindes para as arquibancadas de tempos e tempos. Outra coisa bem legal que rolou nas duas partidas: uma homenagem ao Marreta, o roupeiro do time, que ficou bastante conhecido por comemorar as cestas jogando a toalha para o alto do lado do banco de reservas. Muito justo e bacana!

Dentro de quadra, o Brasília enfrentou Caxias e Vasco e derrotou ambos. A partida contra os gaúchos foi a estreia, mais complicada, mas ficou sob controle o tempo todo. Guilherme Giovannoni teve uma atuação espetacular, anotando 30 pontos e pegando 9 rebotes. Já no jogo contra o Vasco, o Brasília passeou em quadra, com uma defesa muito forte e aplicada nas trocas e coberturas, e contou com um Deryk Ramos muito inspirado. O armador teve um dia de Stephen Curry, com 8 bolas de 3 convertidas em 12 chutadas, terminando com 29 pontos, 2 rebotes e 2 assistências.

Deryk matando uma das impressionantes 8 bolas de 3 contra o Vasco. Foto: Brito Junior/UniCeub

O jogo contra o Vasco foi marcado pelo ginásio lotado, com muitos vascaínos indo prestigiar a equipe. O elenco me pareceu bom, com alguns veteranos importantes como Nezinho e Murilo. O norte-americano David Jackson não jogou. No Caxias, o ala-pivô Arthur, o armador Carioca e o pivô Marcão foram os que mais deram trabalho e mostraram potencial.

O Brasília só volta a jogar em casa em 30 de novembro, contra o Pinheiros, mas mais posts sobre o NBB vão começar a pipocar por aqui até lá.

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