Caça aos Bulls: como os Warriors podem chegar lá e o perigoso calendário em janeiro

Vagner Vargas
HIGH FIVE
Published in
5 min readJan 13, 2016

O High Five põe fim às férias, discute algumas importantes virtudes do atual campeão da NBA e destaca a complicada sequência de jogos que vem por aí

por Vagner Vargas

Curry, Green e Thompson: trio dos Warriors tem sequência de jogos duríssima pela frente em janeiro

A cada vitória do Golden State Warriors, a histórica campanha de 72 vitórias e 10 derrotas do lendário Chicago Bulls de 1995–1996 fica mais ameaçada. Com a última vitória da franquia californiana, achei a marca atual de certa forma cabalística.

36 vitórias e 2 derrotas

Ou seja, Stephen Curry e Cia. chegaram à metade do caminho, por assim dizer.

Caso eles consigam a proeza de repetir a campanha nas próximas 38 partidas, os Warriors chegariam a um impensável 72–4. Claro que esse é um exercício de imaginação muito simplista e pouco factível. São diversos fatores a se analisar daqui até o fim da temporada, como lesões e calendário, mas creio que seja importante levar em conta algumas características que são e serão fundamentais para que os Warriors consigam superar os Bulls de Jordan, Pippen e Rodman.

O fator estrelas

Stephen Curry é o principal nome da equipe, obviamente. O atual MVP caminha a passos largos para repetir a façanha da última temporada. Parecia difícil, mas o armador conseguiu evoluir após uma temporada impecável em 2014–2015. Chega a ser assustador o que ele vem jogando e fazendo dentro de quadra.

Steph Curry e Draymond Green, os principais jogadores do atual campeão da NBA

Mas tão importante quanto ele é Draymond Green. O ala/ala-pivô/pivô (já nem sei mais do que chamá-lo) é provavelmente o jogador mais versátil de toda a NBA. Dizer que Green é a âncora defensiva dos Warriors é uma verdade, mas limitá-lo a esse papel seria uma grande injustiça.

Além de fazer miséria na defesa individual, onde segura a onda tanto contra os pesados pivôs adversários quanto contra oponentes mais ágeis, Draymond Green dá aos Warriors um poder que poucos times têm na liga: o de trocar a marcação quase que à vontade.

Com a capacidade absurda de Green de defender os mais variados estilos de jogadores, ele acaba facilitando o trabalho de todo mundo e dando o tom para toda a marcação da equipe. Em termos defensivos, Draymond Green é para os Warriors o que Curry é do outro lado da quadra.

Ainda assim, Green também tem sido fundamental naquilo que os Warriors fazem de melhor: colocar a bola na cesta com rapidez e efetividade. Com médias de 15,7 pontos, 9,3 rebotes e 7,3 assistências — todas as melhores da carreira —, Green acaba sendo uma espécie de catalisador do ataque dos Warriors.

Além da técnica, Draymond Green joga com uma intensidade de dar inveja a qualquer um

As jogadas invariavelmente passam pelas mãos do ala-pivô, a não ser quando Curry resolve tirar aqueles arremessos mágicos da cartola. Mas o armador também adora jogar sem a bola, correndo por trás da cesta para receber a laranja principalmente nos cantos da quadra. Nestes caso, Green é fundamental no sistema ofensivo do time, já que é ele que costuma estar com a pelota nas mãos para distribuir as jogadas. Ou resolver ele mesmo, o que tem feito muito bem também.

O fator elenco

É verdade, os Warriors têm tido sorte em relação a lesões. Stephen Curry perdeu apenas dois jogos — um deles custou uma das duas derrotas da franquia — e Draymond Green parece ter o corpo fechado. O ala-pivô atuou em todas as 38 partidas, em média 34,9 minutos por noite.

Brandon Rush ao resgate: reserva assumiu papel importante graças a lesões na equipe

Mas o que também torna os Warriors especiais, ao meu ver, é o elenco sempre pronto para ajudar e, o mais importante, corresponder quando necessitados. Harrison Barnes, peça importantíssima da equipe campeã no ano passado, já perdeu 16 partidas por conta de lesão na temporada atual. Leandrinho é outro que perdeu muitos jogos por estar machucado e tinha seus minutos importantes em quadra.

Aí entram caras como Brandon Rush, Ian Clark e James Michael McAdoo. Atletas que não vão jogar sempre, não têm espaço cativo na rotação, mas estão sempre se mostrando prontos para contribuir e suprir com qualidade a ausência de outras peças.

Acho que essa prontidão e aptidão a ajudar demonstram um senso coletivo que predomina nos Warriors. Andre Iguodala, MVP das finais, segue exercendo seu papel de sexto homem sem fazer bico, aqueles que não entram sempre aguardam com paciência suas oportunidades e fazem o trabalho bem feito. Mais do que um time com estrelas, os Warriors são um conjunto bem azeitado e bem comandado.

Perigo à vista

Depois de enfrentar Nuggets em Denver e Lakers em casa, o Golden State tem talvez a sequência mais complicada de jogos na temporada atual. Serão seis partidas duríssimas em um período de apenas 12 dias.

16/1 — Warriors @ Pistons
18/1 — Warriors @ Cavs
20/1 — Warriors @ Bulls
22/1 — Warriors vs Pacers
25/1 — Warriors vs Spurs
27/1 — Warriors vs Mavericks

São três partidas fora de casa contra dois adversários muito cascudos (Pistons e Bulls) e outro candidato ao título (Cavs). Depois, mais três compromissos em casa contra o bom Indiana Pacers, o também contender San Antonio Spurs, e por fim diante dos Mavs de Dirk Nowitzki.

Se os Warriors conseguirem a proeza de vencer todos os jogos na sequência acima, e vencer Nuggets e Lakers antes, a equipe chegaria a uma campanha de 44–2. A título de comparação, os Bulls chegaram a tal ponto da temporada com 41–5.

O resto do mês de janeiro será fundamental para o time no sonho de alcançar e superar o histórico 72–10 da franquia de Chicago. A sequência mais complicada se aproxima, o maior teste dos Warriors até aqui. Um prato cheio para nós que poderemos assisti-los tentando chegar lá.

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