#MambaOut, a despedida de Kobe Bryant

Vagner Vargas
HIGH FIVE
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3 min readApr 14, 2016

Essa é apenas mais uma entre tantas homenagens ao eterno camisa 24 dos Lakers. Obrigado, Kobe

Por Vagner Vargas

Página em branco e aquela barra piscando como quem diz “vamos, meu filho, começa a digitar”. Se eu executasse cada ideia que já veio à minha cabeça para homenagear Kobe Bryant, daria um livro. Mas logo depois da ideia vem aquela sensação de que não faria jus à carreira do agora ex-ala-armador do Los Angeles Lakers.

Kobe não viveu só dias de homenagens, viveu uma temporada delas. Cada jogo, dentro e fora de casa, foi o último para milhares de pessoas. Sentados em suas cadeiras nos ginásios espalhados pelos Estados Unidos e no Canadá, todos sabiam que seria a última oportunidade de ver a camisa 24 dos Lakers sendo envergada dentro de uma quadra de basquete.

Eu, que nunca tive a oportunidade de vê-lo de perto, fazendo o que nasceu para fazer, já fiquei emocionado com a despedida. Não consigo nem imaginar o que se passou dentro daquelas milhares de cabeças que o viram ali, a alguns metros de distância.

Kobe recebeu todos os tipos de homenagem: em vídeo, em fotos, com depoimentos, com cartas, com artigos, com críticas, com elogios, com amor e com ódio. E nada reflete melhor a carreira dele do que isso. Kobe Bryant é um mix de sentimentos. Não é preto no branco, não é simples. Entender o que ele significa — no presente mesmo — para o basquete é um negócio complexo.

O dia 13 de abril de 2016 vai ficar marcado como a última vez em que Bryant pegou em uma bola laranja para competir. E como ele gosta de competir. Mesmo com um time distante daqueles que ficou acostumado a ter na Califórnia, Kobe deu adeus às quadras do seu jeito.

Arremessou 50 bolas? Sim. Mas e daí? Quem se importa? Aquele momento foi feito para ele. Foram 48 minutos que giraram em torno de um jogador só. Nunca o basquete, um esporte reconhecidamente coletivo, em que não se ganha sozinho, foi tão individual. Talvez isso seja o que mais representa o que foi Kobe Bryant.

Todo atleta profissional diz que é difícil abandonar a carreira. Kobe vestiu a mesma camisa — ora com o número 8, ora com o 24 — por 20 anos. Foram 20 anos de dedicação e concentração total. Ele se entregou ao basquete. Errou, acertou, foi campeão, sofreu derrotas, mas deixou tudo o que tinha dentro de quadra. Em sua vida como jogador de basquete, duvido que ele tenha um arrependimento sequer.

Quando o cronômetro zerou e a buzina soou pela última vez para ele, Kobe sorriu. Ali, naquele momento, pareceu até aliviado. Acabou. Recebeu centenas de abraços e apertos de mão, ouviu aos sussurros diversas palavras de quem compartilhou com ele momentos dentro e fora de quadra. Mesmo se despedindo, Kobe Bryant pareceu genuinamente feliz e satisfeito por estar ali.

Discursou para as 18.997 pessoas que pagaram seus ingressos para participar daquele momento. “É louco como esses 20 anos passaram rápido. É louco!” Kobe teve uma oportunidade que muitos gostariam.

Foram 20 anos entalhando um nome e um sobrenome na história do basquete. Ou melhor, do esporte. Uma marca inabalável, que influenciou e influenciará gerações. O nome Kobe Bryant sempre terá um significado importante e não será esquecido. Listas o colocarão entre os 10, 5 melhores da história. Não importa o número. O legado de Kobe é inumerável e não será esquecido.

Obrigado, senhor Kobe Bryant.

#MambaOut

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