O salto de Deryk Ramos
Aos 21 anos, armador do Brasília ganha espaço e rapidamente se torna referência da equipe recheada de veteranos
por @vagnervargas
A contratação de Deryk Ramos pelo Brasília foi uma daquelas situações em que todos os planetas se alinham e nada parece que vai dar errado. A jovem promessa só deixou o Limeira depois que a equipe teve que fechar suas portas. Sem clube, Deryk recebeu proposta do time da capital e aceitou, mesmo sabendo que lá encontraria o veterano Fúlvio em uma posição de titularidade.
Mas isso foi lá atrás, antes de a temporada 2015/2016 do NBB começar. Agora, já na parte final de janeiro, as coisas parecem se inverter em Brasília. É Deryk, do alto de seus 21 anos, quem tem comandado uma equipe cheia de trintões experientes como Guilherme Giovannoni, Arthur, Pilar e o próprio Fúlvio.
De 9 de janeiro para cá, são cinco vitórias seguidas do Brasília, todas elas com uma coisa em comum: grandes atuações do armador. Nessa sequência, Deryk somou pelo menos 20 pontos quatro vezes e foi o cestinha da equipe outras duas.
Os números ajudam a entender o impacto do jovem jogador na equipe do Distrito Federal.
O primeiro indicador do momento especial que vive Deryk são seus recordes pessoais: os 27 pontos contra o Paulistano, fora de casa, são a melhor marca da carreira; os 7 rebotes contra o Pinheiros, também; assim como as 8 assistências contra a Liga Sorocabana e as 7 bolas de 3 diante do Pinheiros.
No geral, o armador soma 13,6 pontos por jogo, 2,4 rebotes, 3,3 assistências, 1,2 roubadas de bola e 1,6 erros. Isso com 46,1% de aproveitamento nos chutes de 2 pontos, 39% nas bolas de 3 e ótimos 96,2% nos lances livres.
Fora a parte estatística, Deryk já mostrou uma maturidade e uma frieza pouco comuns para sua idade. Vale lembrar que o armador foi o responsável pelas duas bolas decisivas na final da Liga Sul-Americana, como já exaltamos aqui no High Five.
Mas de volta aos números. Nas últimas quatro partidas, duas dela sem Fúlvio, vale ressaltar, Deryk ficou em quadra praticamente o tempo todo. Contra a Liga Sorocabana, foram 32,6 minutos, a marca mais baixa. Diante do Caxias, ele atuou por 38,9 minutos, além de ter estado na quadra por 36,7 contra o Paulistano e 37 contra o Pinheiros.
Neste mesmo período, Deryk converteu 22 bolas de 3 em 40 chutadas, com um aproveitamento excelente de 55%. As últimas quatro partidas também registraram 26 assistências dele, uma média de 6,5 por jogo, e 12 rebotes, 3 por partida.
Com tamanha eficiência e demonstrando muita maturidade para assumir um papel de destaque em uma equipe tomada por veteranos, Deryk tem recebido o que merece: o maior número de minutos possíveis. Uma atitude que merece aplausos também para o técnico Bruno Savignani, que tem reconhecido o momento fantástico de seu jovem jogador e dado a ele a liberdade e o tempo adequados.
É difícil prever se Deryk vai conseguir manter um ritmo tão intenso tanto em termos de minutos em quadra quanto de desempenho, mas o fato é que o armador encaixou perfeitamente com a equipe de Brasília e parece ter chegado para ficar e assumir um papel de protagonista ao lado do pivô Ronald.
Mesmo que por obra do acaso e com uma pitada de sorte, o Brasília acertou em cheio ao investir em Deryk. E com certeza tem colhido os frutos do investimento bem antes do esperado.
