Os Clippers de ontem
são o Mogi de amanhã

Vagner Vargas
HIGH FIVE
Published in
4 min readMay 18, 2015

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por @vagnervargas

Sabe quando aquela oportunidade de ouro surge na sua frente, se oferecendo inteira, e você simplesmente não estica a mão para segurá-la? O Los Angeles Clippers sabe. E ainda esta semana eu creio que o Mogi das Cruzes também vai saber.

Ao mesmo tempo em que eleva alguns ao status de verdadeiros heróis, o esporte massacra e pisa em cima de outros sem dó ou cerimônia. Os Clippers são um grande exemplo disso.

A franquia de Los Angeles sempre viveu à sombra dos Lakers, o irmão mais famoso. Os dois didivem o mesmo ginásio e a mesma cidade, mas as glórias ao longo da história foram todas pintadas de roxo e dourado.

Quando finalmente parecia que os Clippers teriam algo a comemorar, veio o tiro de misericórdia. A equipe vivia um momento mágico nos playoffs. Eliminou o atual campeão San Antonio Spurs em um Jogo 7 épico. Abriu 3 x 2 contra o Houston Rockets e vencia por 19 pontos no terceiro quarto da partida seis da semifinal de conferência. Em casa.

A desgraça de um é a alegria de outro, não é, James Harden? (Foto: Getty)

Ali parecia certo: pela primeira vez a final da Conferência Oeste da NBA teria uma outra franquia de Los Angeles como protagonista. Pela primeira vez o Staples Center teria o símbolo da final na quadra e estaria pintado de azul e vermelho em vez de roxo e dourado.

Só parecia. Mais uma vez o Los Angeles Clippers foi Los Angeles Clippers. A equipe viu os Rockets vencer os 12 minutos finais do Jogo 6 por 40 x 15 e levar a decisão para o Jogo 7. Em Houston. No Texas. O enterro trágico e melancólico dos angelinos tinha data e hora marcada a partir daquele momento.

E assim foi. Depois de sofrer a virada histórica em sua casa, os Clippers foram a Houston sem força alguma. As estrelas de Chris Paul e Blake Griffin foram apagadas pela reação dos Rockets. A melhor equipe dos playoffs até então — ou a mais empolgante — virou presa fácil e foi trucidada por James Harden, Dwight Howard e Cia. Rockets na final, Clippers na sarjeta. Mais uma vez.

Lá em cima eu citei o Mogi das Cruzes e agora digo: os paulistas vão remoer o quarto confronto da semifinal do NBB contra o Bauru por um longo tempo. O cenário estava todo montado para a festa mogiana. Jogo em casa, equipe azeitadinha, ginásio lotado… Faltou só combinar com os bauruenses.

Em um dos melhores jogos da temporada 2014/2015 do campeonato nacional, o Bauru sobreviveu a duas prorrogações e venceu por 98 x 91. Forçou o Jogo 5 da série, que vai decidir quem será o adversário do Flamengo na decisão do NBB.

Foto: Henrique Costa/Bauru Basket

O Mogi não foi derrotado com os mesmos requintes de crueldade dos Clippers. Não chegou a abrir uma vantagem exorbitante, mas teve pelo menos algumas oportunidades para vencer e fechar a série. Seria um resultado histórico para a equipe, ainda novata.

Ficou para a próxima. Mogi e Bauru voltam a se enfrentar nesta quarta-feira, 20 de maio. Agora, na casa dos bauruenses, no temido ginásio Panela de Pressão. Assim como os Clippers, Mogi teve a faca e o queijo na mão. Assim como os Rockets, Bauru tem jogadores experientes e com um instinto assassino para esse tipo de situação.

Claro que posso me enganar, ando péssimo de palpites ultimamente, mas se houver outro resultado que não a vitória de Bauru na quarta-feira, será uma imensa surpresa. Azar do Mogi, que poderia ter evitado a viagem e estar pensando na final.

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