PREVIEW — Prêmios individuais
A poucos dias do início da temporada, o High Five analisa quem são os principais candidatos às honrarias individuais da NBA
Por Samir Mendes e Vagner Vargas
A poucos dias do início da temporada 2016–17` da NBA, o High Five continua em clima de preview/guia. Após o nosso power ranking express, é a vez de darmos pitacos sobre aqueles que acreditamos serem os principais candidatos a levarem para casa alguns dos prêmios mais cobiçados da liga.
LeBron James voltará a ganhar um prêmio de MVP na carreira ou teremos um nome inédito como detentor da façanha, alguém como Kahwi Leonard ou Russell Westbrook? E quem será o jogador que mais impressionará em seu primeiro ano na NBA? Embiid, Ingram? Já era mesmo para Ben Simmons? E o pofexô do ano? Vai para algum nome “esperado” (Kerr, Popovich)? Ou veremos os comandantes de equipes emergentes (Kidd, Thibodeau) sendo premiados?
Analisamos essas e algumas outras questões logo abaixo. E para não sermos acusados de ficarmos em cima do muro, nossos palpites sobre quem levará o quê está ao final do post. Ao fim da temporada, veremos como nos saímos.
MVP
Apesar de ter sido brevemente ameaçado por Steph Curry, a vitória de Cleveland sobre Golden State nas últimas finais garantiu LeBron James no topo da cadeia alimentar da NBA. No entanto, aos 31 anos, após 13 temporadas e quatro prêmios MVP já vencidos, o tricampeão não tem mais nada para provar em termos de temporada regular e deve guardar seu melhor para os playoffs.
Com isso, a briga pelo principal prêmio individual da liga se torna mais interessante, ainda mais pelo fato de que os dois últimos MVPs da liga — Durant e Curry — uniram forças na mesma equipe e fatalmente “roubarão” protagonismo e números um do outro.
Com esse trio em segundo plano, os outros três nomes que merecem atenção são os de jogadores cujas responsabilidades aumentaram significativamente desde o fim da última temporada. Após a aposentadoria de Tim Duncan e os rumores de insatisfação com LaMarcus Aldridge, Kahwi Leonard não tem concorrentes para ser o franchise player do San Antonio Spurs e, caso o time de Popovich faça, novamente, uma excelente campanha na temporada regular, Kahwi é nome forte para o MVP.
E por falar em franchise player, Russell Westbrook é o novo xerife, juiz e júri de Oklahoma. Sem Durant, é certo que o armador vai ter a bola em mãos tempo suficiente para ter médias próximas de um triple-double. Se ele conseguir transformar isso em vitórias para o Thunder, também deve brigar pelo prêmio.
Em situação semelhante a de Westbrook está O Barba, James Harden. A campanha do novo armador do Houston Rockets pelo MVP passa pela competência do técnico Mike D’Antoni, que vem de trabalhos questionáveis no Knicks e no Lakers, e se o resto do time — sans-Dwight Howard — conseguirá resolver os problemas de química que atrapalharam a temporada passada.
O novato do ano
Até a lesão de Ben Simmons, era difícil prever esse prêmio saindo da Philadelphia. Os 76ers têm os dois novatos mais cobiçados e aguardados da temporada. O outro é Joel Embiid, que perdeu a temporada de novato também por lesão e finalmente parece estar pronto para entrar em quadra.
Sem Simmons provavelmente até janeiro, o caminho fica bem mais claro para Embiid. O pivô tem mostrado — embora ainda seja pré-temporada — que é extremamente ágil e dono de um jogo ofensivo interessante. Parece ter trabalhado bastante no jogo de média distância, o que dá uma dinâmica diferenciada a seu potencial. O que pode vir a atrapalhá-lo ao longo da temporada é a situação dos 76ers, que têm ainda Nerlens Noel e Jahlil Okafor disputando tempo no garrafão. Ainda assim, Embiid surge como favorito para levar para casa o troféu de Rookie of the Year.
Saindo das jovens promessas de Philly, a NBA tem alguns outros nomes interessantes chegando à liga. O ala Brandon Ingram, escolha #2 no Draft, tem bastante potencial, embora ainda precise desenvolver bastante a parte físico, quesito no qual ele deve sofrer na primeira temporada. Outro que surge bem cotado como um dos talentos mais prontos para desempenhar um bom papel no nível profissional é Kris Dunn, do Minnesota Timberwolves. O time de Minny é um dos que mais tem gerado ansiedade nos fãs do basquete. A expectativa é alta em torno da equipe e de seu desempenho na temporada. Dunn terá que cavar seus minutos em um time que tem Ricky Rubio e, eventualmente, Zach LaVine atuando na posição um. Não será fácil.
O técnico do ano
Apostar em quem vai ser o técnico do ano é uma das tarefas mais inglórias. Seria muito fácil apontar Steve Kerr, Tyronn Lue e Gregg Popovich como os mais cotados para o prêmio. Mas é preciso levar em conta mais do que o simples fato de quem terá a melhor campanha.
Para o prêmio de técnico de ano, as expectativas — e a superação delas — são muito importantes. Sempre tem aquele time que pouco se espera e ele vai mais longe do que o imaginado. Nesse cenário, vejo alguns times e técnicos surgindo como favoritos.
O primeiro deles é Jason Kidd, do Milwaukee Bucks. A expectativa em torno da franquia é grande, principalmente no desenvolvimento de jogadores como Giannis Antetokoumnpo e Jabari Parker, que têm condições de dar um passo grande em termos de rendimento. Caso isso se concretize e os Bucks façam uma boa campanha, vejo o ex-armador com boas chances de abocanhar o prêmio.
Situação semelhante vive Tom Thibodeau no Minnesota Timberwolves. Os jovens lobos estão recheados de talento e passarão a ser comandados por Thibs, reconhecido por ajeitar defensivamente suas equipes. Caso o treinador consiga aplicar seu trabalho na área defensiva, os Wolves dispõe de muito talento ofensivo para se tornar uma força equilibrada dos dois lados e dar um salto de qualidade e rendimento.
Por último vem Brad Stevens, do Boston Celtics. Um cara que já poderia ter vencido o prêmio na última temporada, não fossem as campanhas fenomenais e históricas de Warriors e Spurs. Com a chegada de Al Horford para o garrafão e do novato Jaylen Brown, os Celtics despontam como uma das forças do Leste depois de surpreender muita gente sob a batuta de Stevens na temporada passada. Caso ele confirme a expectativa, concorre novamente ao prêmio.
Jogador que mais vai evoluir
Um dos favoritos a levar o prêmio neste ano é o armador Dennis Schroder. O atleta terá uma oportunidade semelhante à de C.J. McCollum — vencedor do ano passado — ao assumir a posição de titular em sua equipe, o Atlanta Hawks. Como reserva, Schroder foi um dos jogadores mais produtivos da temporada passada, ficando bem cotado para a premiação de Sexto Homem. Logo, os Hawks esperam que, com mais tempo em quadra, o atleta suba sua produção de forma proporcional e substitua a altura o competente Jeff Teague.
Outro nome forte é o de Giannis Antetokounmpo. Como armador, The Greek Freek terá Jason Kidd, uma das melhores opções disponíveis para ensinar os truques da posição. Alguns lances da pré-temporada já demonstram que o experimento pode dar super certo. O talento e a explosão estão ali, resta saber se o atleta conseguirá liderar o time em quadra de forma consistente.
Outros nomes para prestar atenção são o de Clint Capela nos Rockets, que não terá mais a concorrência de Dwight Howard, mas brigará por posição com Nenê; e os do talentosos segundo anistas Devin Booker e D’Angelo Russell, jovens esperanças de equipes (Phoenix Suns e Los Angeles Lakers, respectivamente) em busca de dias melhores.
O cestinha
Ser o cestinha não é exatamente um prêmio que a NBA reconhece no fim da temporada, mas resolvemos falar sobre o assunto por se tratar, a nosso ver, de uma ocasião especial. A união de Stephen Curry e Kevin Durant no Golden State Warriors criou um cenário diferente. Com dois dos maiores pontuadores jogando juntos, e por toda a questão emocional que a ida de Durant para Oakland gerou, formou-se uma espécie de duelo entre eles e Russell Westbrook, ex-companheiro do ala no Oklahoma City Thunder.
Com Curry e Durant jogando juntos e com a fome que Westbrook deve estar sentindo para entrar em quadra e liderar o Thunder como a estrela solitária, quem vai ser o maior pontuador da temporada? Há uma expectativa enorme em torno do que o armador de Oklahoma pode render tendo ainda mais a bola nas mãos. Muitos esperam uma temporada histórica dele, mesmo que o time não repita a boa campanha nos playoffs.
Em Oakland, a questão é outra: como vão render Curry e Durant jogando juntos em termos de pontuação. Vale lembrar que os Warriors contam ainda com Klay Thompson, outro cestinha nato, e sabem misturar a coletividade com a capacidade individual de seus jogadores. Nesse cenário, Curry e Durant podem ter reduzida a produtividade em termos de pontos por jogo, abrindo caminho para Westbrook reinar sozinho no quesito.
Isso tudo sem contar com James Harden, que deve jogar como armador do Houston Rockets e é outro cara com uma capacidade imensa de colocar a bola dentro da cesta de todos os cantos da quadra.
Palpites HIGH FIVE
Vagner Vargas
Novato do ano: Joel Embiid
Técnico do ano: Jason Kidd
Cestinha: Russell Westbrook
MVP: LeBron James
Jogador que mais vai evoluir: Dennis Schroder
Samir Mendes
Novato do ano: Joel Embiid
Técnico do ano: Jason Kidd
Cestinha: Russell Westbrook
MVP: Kahwi Leonard
Jogador que mais vai evoluir: Giannis Antetokounmpo