Satisfeito?

Marisa Viegas
Hikari Mag
Published in
2 min readOct 25, 2014

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Mais do que uma boa experiência na ida ao médico

Embora já muita coisa esteja a ser desenvolvida mas nem sempre aplicada, a verdade é que as agendas clínicas estão cheias. Entre consultas, tratamentos e internamentos, a falta de tempo é algo de que todos se queixam. No entanto, no fim de todo o processo, espera-se que a pessoa (diga-se o utente) saia satisfeita com o serviço que lhe foi prestado. Será possível?

Aqui há dias deparei-me com um blogue de um expert em Patient Engagement (em português, envolvimento do doente). Para quem não sabe, é uma estratégia que consiste em desenvolver numa pessoa/doente uma série de conhecimentos, capacidades e vontade de gerir a sua própria saúde e cuidados, de forma a envolvê-la e a motivá-la para comportamentos positivos (fazer exercício regular, deixar de fumar, são alguns exemplos).

http://www.betterpatientengagement.com/2014/09/02/patient-experiences-foster-engagement/#

Neste artigo, este autor indica vários estudos que têm sido feitos na área da satisfação e do envolvimento das pessoas com os cuidados de saúde. Um deles (uma amostra de 51 946 pessoas), conclui que doentes mais satisfeitos são aqueles que menos recorrem às urgências, mas que mais recorrem ao internamento, aos cuidados de saúde em geral, que mais gastos têm em medicamentos, e nos quais se verifica uma maior mortalidade.

A principal mensagem que os autores destes estudos querem passar, e que importa saber, é que a satisfação de uma pessoa que procura um qualquer serviço de saúde, não deve ser a única medida a ter em conta no momento de avaliar a qualidade desse serviço. É também importante desenvolver competências nos profissionais de saúde, que os tornem verdadeiros agentes ativadores no contacto com cada doente. Aliás, são cada vez mais os estudos que demonstram que os doentes que estão mais envolvidos com os seus cuidados, apresentam melhores resultados na sua saúde e têm menos custos.

E como é que isto se faz? Como é que se cria uma experiência que satisfaça um doente e que motive o seu envolvimento com tudo o que vai acontecendo?

Indo de encontro às nossas necessidades psicológicas (emoções, pensamentos, conhecimentos, crenças) como doentes. Nesse momento, há uma maior probabilidade de nos sentirmos satisfeitos e vermos vantagens em nos envolvermos com um tratamento médico, por exemplo.

Numa época em que se fala tanto do estado económico da saúde, é importante pensarmos nas melhores estratégias para proporcionar além de uma boa experiência com um serviço clínico, uma experiência que faça sentido e envolva quem a procura.

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