Rio Grande do Norte possui mais de 3,5 mil escolas de ensino fundamental e médio na rede pública e privada

Infraestrutura insuficiente é desafio a ser superado em escolas do RN

HiperLAB UERN
Agência HiperLAB de Reportagem

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Isaías Oliveira — Da Agência HiperLAB

Mais de 50% das escolas públicas não contam com bibliotecas e somente 21% delas possuem quadra de esportes

Com mais de 3,5 mil escolas de educação básica em funcionamento, o Rio Grande do Norte é um dos estados onde a infraestrutura física das unidades de ensino ainda é um desafio na luta pela melhoria da qualidade da educação ofertada aos estudantes. De acordo com o Censo Escolar/INEP 2018, o estado possui 3.522 escolas de educação básica, levando em consideração os ensinos fundamental e médio. Deste total, 30 escolas são federais, 591 estaduais, 2.237 municipais e 664 privadas. Entre as públicas, uma situação em comum: a necessidade de maior investimento em equipamentos de infraestrutura.

O Censo Escolar mostra, por exemplo, que nem metade das escolas possui biblioteca (43%). Das 3522 escolas do Rio Grande do Norte, 1351 possuem laboratório de informática, o que corresponde a 38% de todas elas. Somente 10% (360) possuem laboratório de ciências, e 21% (753) contam com quadra de esportes. No quesito cozinha, 3.398 (96%) são dotadas deste equipamento. Para os educadores, os números atestam uma realidade que eles já conhecem diariamente e a necessidade de mudanças.

“Vivenciamos realidades bem distintas, pois algumas escolas não possuem estrutura alguma. Sua estruturação é somente sala de aula e banheiros, principalmente nas escolas da zona rural. Porém, essa realidade muda muito de escola para escola. Já trabalhei em escolas muito bem estruturadas, onde o professor tem como desenvolver atividades para uma boa aprendizagem dos alunos. Isso é muito satisfatório, pois temos como melhorar a realidade da educação”, conta Adriella Morais, que atualmente é professora voluntária do programa Mais Alfabetização, na Escola Estadual Ferreira Pinto, zona urbana do município de Apodi/RN.

Em novembro deste ano, 40 escolas da rede estadual receberam, cada uma, em média, R$ 2 milhões em investimentos do Projeto Integrado de Desenvolvimento Sustentável do RN, executado com recursos do Banco Mundial. Os investimentos tratam de grandes reformas de manutenção e ampliação. Também existem outras 72 escolas recebendo reformas menores, com investimento de recursos próprios do estado, segundo dados da Secretaria de Educação do RN (SEEC). Essas reformas e outras que já ocorreram, alegram aqueles que vivem para ensinar. Adriella Morais é professora desde 2013, e afirma que as coisas mudaram de lá para cá.

“É com imensa satisfação que digo que muitas coisas mudaram de uns tempos pra cá, principalmente na infraestrutura das escolas do nosso município. Já trabalhei em uma escola que, na verdade, não era escola, e sim uma casa velha sem água, sem energia e sem banheiro, e hoje soube que a realidade lá está bem diferente. Isso é muito bom. Comecei a trabalhar há seis anos, de lá para cá muitas coisas melhoraram, mas muito ainda precisa ser feito, principalmente na educação infantil e ensino fundamental. Para que se tenha educação de qualidade é preciso escolas estruturadas”, comenta.

Com a era digital reinventando o ensino e o aprendizado, já passou o tempo em que os métodos de ensino se resumiam a anotações em quadros e material didático impresso. As tecnologias de informação e comunicação (TICs) na educação são uma realidade nas salas de aula e as instituições de ensino estão se familiarizando com essa tendência.

Para Jairo Paiva, professor na Escola Municipal Antônio José da Rocha, em Major Sales/RN, uma boa infraestrutura causa impacto positivo na educação.

“Não há dúvida de que uma escola bem estruturada facilita o processo ensino/aprendizagem; no entanto isso pode ser relativo. Mas, para se cumprir as novas tendências e parâmetros da educação, como a importância das TICs, o equipamento estrutural e material conta muito. Em uma escola não estruturada, nos dias de hoje, é possível haver desestímulo tanto de alunos como de professores e demais funcionários.”

A Agência HiperLAB é uma ação do Laboratório de Narrativa Hipermídia (HiperLAB), projeto de extensão do curso de Jornalismo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), coordenado pelo Prof. Ms. Esdras Marchezan.

O autor da reportagem é estudante do 7º período do curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo da UERN.

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O HiperLAB UERN é o Laboratório de Narrativas Multimídia do curso de Jornalismo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).