Foto: Angela Peres/ Fotos Públicas (11/04/2013)

Vidas movidas pelas imigrações

Lucas Schardong
Histórias para se contar
2 min readJun 27, 2016

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“O essencial é invisível aos olhos”, disse Antoine de Saint-Exupéry no clássico O Pequeno Príncipe. E nesse contexto, de fato é.

Quando o jovem e sábio monarca do planeta B612 falou isso, quis ressaltar a importância de darmos valor para aquilo que somos e não para o que temos. Mas existe um outro tipo de invisibilidade que não é apreciada pelas pessoas. Muitas vezes julgamos homens e mulheres na rua, sem saber dos seus problemas, das suas lutas e das suas origens. Ignoramos as pessoas e elas se tornam seres invisíveis diante de nós. Não esperamos que isso aconteça com a gente, principalmente se deixamos o nosso território de origem, nosso chão.

Ruth é um exemplo de quem tem que lutar contra essa invisibilidade todos os dias. Morando no Brasil há dois anos, ela enfrentou diversas dificuldades para vir do Haiti até o Rio Grande do Sul. As marcas em sua pele mostram que o trabalho árduo e duro sempre caminhou ao lado dela. Infelizmente a falta de oportunidades em seu país fez com que deixasse sua casa para trás e partisse em busca de uma condição melhor de vida para si e para sua família.

Também decidida a mudar sua vida, Leda saiu de Cotiporã para ir morar em Porto Alegre. Embora sua saída possa ser considerada uma imigração com proporções menores, a história dela possui os mesmos ideais de outros imigrantes. Além disso, ela carrega na bagagem a descendência da primeira leva de italianos que chegaram ao Brasil. O sotaque nem um pouco carregado deixa claro que ela já se familiarizou há muito tempo com a capital do Rio Grande do Sul, mas os costumes e a maneira de falar, demonstram o amor que ela tem pelo seu passado.

Ao se graduar em Filosofia e Ciências Humanas no país em que nasceu, a República do Congo, Jean Bosco Kakozi decidiu que não pararia por ali e que buscaria sempre algo melhor para ele. Hoje, ele vive uma vida de intercambista e possui diversas formações que fez em universidades de diferentes países. Suas imigrações são temporárias, costuma ficar no máximo 2 anos nas novas casas, mas o tempo que passa é o suficiente para criar relações e entender um pouco mais da cultura de outros lugares.

A imigração e os fluxos migratórios já se estendem por séculos e estão intrínsecos na cultura brasileira. Africanos, asiáticos, caribenhos e europeus vieram de lugares diferentes, cada povo com suas especificidades, mas todos tiveram suas razões e motivos para sair do lugar de onde nasceram e plantar raízes num país completamente diferente.

Acompanhe a história desses três imigrantes, que possuem muitas diferenças e ao mesmo tempo, muitas semelhanças:

Parte 1: Uma vida de “immigrante”
Parte 2: Uma vida de “Imigran
Parte 3: Uma vida de “échange d’étudiants

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