VR/AR: uma revolução na educação médica e no atendimento ao paciente
A realidade virtual e a realidade aumentada encontram-se cada vez mais na área da saúde e novos casos de uso estão chegando todos os dias.
A tecnologia está mudando a cara da saúde como a conhecemos. A Realidade Virtual e Aumentada, que antes eram associadas apenas às indústrias de jogos e filmes, está se tornando um verdadeiro fator de mudança na área da saúde. Já se foram os dias em que os estudantes praticavam em pacientes reais. Hoje, as soluções de VR e AR podem não apenas melhorar a educação e o treinamento médicos, mas também fornecer tratamento profundo aos pacientes, reabilitação médica, consulta e diagnóstico.
Todo mundo quer que seu cirurgião esteja perfeitamente preparado, mas há poucas maneiras acessíveis de os residentes médicos praticarem sem colocar os pacientes em risco. Simuladores de realidade virtual ajudam, mas eles têm pelo menos uma limitação importante. “Você não pode tocar o ambiente de maneira significativa”, diz Richard Vincent, CEO da FundamentalVR , cujo simulador cirúrgico de RV corrige isso incorporando feedback tátil (semelhante à vibração de um smartphone) para que os médicos possam “sentir” suas ações como se estavam realmente realizando cirurgia.
Crucialmente, o sistema usa tecnologia agnóstica de hardware e custa apenas US $ 8.000 — muito menos do que os sistemas tradicionais de treinamento — o que o torna mais acessível a cirurgiões em todo o mundo.
AR & VR na área da saúde: o panorama da indústria
Um relatório recente da Research and Markets afirma que a realidade aumentada e virtual no mercado de saúde atingiu US $ 769,2 milhões em 2017. Os especialistas preveem que esse número crescerá para US $ 4.997,9 milhões até 2023. De acordo com a pesquisa da Goldman Sachs Global Investment , a aplicação da VR e AR na área da saúde ocupará o segundo lugar após os videogames em termos de tamanho de mercado em 2025.
Apesar de tais perspectivas positivas de crescimento, AR e VR ainda não são amplamente adotadas em todo o setor de saúde. É verdade que a realidade virtual ganhou muita atenção nos últimos anos. No entanto, ainda está em sua infância. Apesar do grande entusiasmo e investimento que vem dessas corporações, há três grandes obstáculos que impedem que o VR e o AR sejam aplicados na escala completa.
Falta de conteúdo
Do ponto de vista do usuário, um conteúdo convincente de VR que os transferisse para a nova realidade e oferecesse experiências de qualidade é exatamente o que é mais valorizado. Uma pesquisa recente da VR Intelligence e SuperData descobriu que 52% dos entrevistados acreditam que a falta de conteúdo é uma grande barreira contra a adoção da VR.
No setor de saúde, esse problema é especialmente crítico, já que os resultados dos pacientes dependem de quão bom é o conteúdo. Assim, o principal desafio que a healthtech está enfrentando agora é produzir aplicativos de VR de qualidade para uma variedade de plataformas e necessidades. Portanto, as startups de VR da healthtech precisam ter certeza de que possuem o talento certo, incluindo artistas 3D habilidosos, programadores de VR, designers experientes e outros especialistas que podem criar conteúdo atraente que atenda ao potencial da tecnologia de realidade virtual.
Hardware caro e desconfortável
A adoção da realidade virtual anda de mãos dadas com o avanço do hardware de VR. A tecnologia já percorreu um longo caminho desde o surgimento dos primeiros óculos VR, mas ainda tem muitas limitações. São, antes de tudo, preço, conveniência e nível de realismo.
Embora os óculos de primeira geração, como o Oculus Rift e o HTC Vive, tenham caído de preço, ainda é necessário o acompanhamento de um PC gamer poderoso, a maioria das instituições de saúde reluta em investir nelas. Por um lado, temos soluções como o Samsung Gear VR e Google Cardboard que oferecem mobilidade, mas não ofereça a imersão que os usuários esperam. O hardware de VR na área da saúde exige ser leve, portátil e acessível. Podemos esperar um grande avanço na próxima geração de óculos “All-in-One VR System” que chega em 2019, o Oculus Quest.
Outro aspecto importante do uso de fones de ouvido de realidade virtual na área de saúde, que deve ser tratado pelos produtores de hardware, é a higiene.
Treinamento VR & AR
Os pacientes geralmente têm pouca ou nenhuma exposição a dispositivos e conteúdo de VR. Isso leva ao longo período de adaptação. O desafio de educar os pacientes para usar óculos VR permanecerá, pelo menos, até que a VR se torne uma tecnologia convencional. Neste ponto, as empresas de desenvolvimento de VR e AR devem se concentrar em fornecer experiências realistas naturais aos usuários e reduzir o enjoo ao mínimo. Além disso, eles devem produzir aplicativos amigáveis para garantir uma curva de aprendizado curta.
Entre outros obstáculos que pairam sobre a tecnologia da saúde estão questões e regulamentações legais, falta de financiamento e estudos de pesquisa suficientes sobre os efeitos da VR e AR sobre a saúde.
Como reunir uma equipe profissional de desenvolvimento de VR/AR
Com todos os desafios mencionados acima em mente, você está pronto para lançar seu próprio projeto de desenvolvimento de produto VR/AR. Se olharmos para o que é necessário para desenvolver uma experiência de VR/AR, tudo se resume a construir uma equipe de desenvolvimento dedicada. Primeiro de tudo, você precisa reunir um grupo de especialistas que conhecem sobre criação de experiências imersivas e trabalhe com motores de VR/AR. Então, se você está pensando em contratar sua própria equipe de desenvolvimento VR/AR, certifique-se de ter as pessoas certas para as seguintes funções:
- Um programador com vasta experiência no desenvolvimento de experiências VR/AR com base no mecanismo de jogo escolhido, como Unity ou Unreal.
- O trabalho de um artista conceitual é criar ilustrações que transmitam a ideia da solução de VR/AR. Este especialista cria um design visual dos ativos, personagens, ambientes e outros elementos da experiência de VR.
- Um artista 3D transforma a arte conceitual em ativos VR/AR. Este profissional cria todos os elementos da experiência VR/AR, incluindo gráficos, efeitos e animações.
- Um designer VR/AR cria e desenvolve a ideia por trás da experiência. Esses especialistas sabem bem como VR/AR funciona. Eles projetam o fluxo do usuário, sua interação com o ambiente, as possibilidades que a solução ofereceria e no caso da Realidade Mista MR, sua conexão com o mundo real.
- O papel principal do Especialista em garantia de qualidade é testar hardware, software, integração de plataforma e compatibilidade de dispositivos. Uma forte combinação de habilidades técnicas e abordagens inovadoras para automação manual e de teste é essencial para os testadores que trabalham com soluções VR/AR.
Além disso, você pode precisar de mais alguns especialistas, como um designer de som ou um roteirista que irá ajudá-lo com a dublagem e storytelling.
Startups VR & AR Healthcare para ficarmos de olho
Embora a adoção de VR e RA na área da saúde possa parecer lenta, o número de startups de sistemas de saúde está crescendo de forma constante em todo o mundo. Abaixo, nós compilamos uma lista de startups sobre as quais você vai ouvir muito nos próximos anos.
MedRoom é uma startup brasileira que aplica a imersão da tecnologia de realidade virtual (VR, do inglês virtual reality), junto à estratégias de gamificação para criar experiências destinadas a educação em saúde para faculdades e institutos de ensino
A Vivid Vision é uma startup de São Francisco que suporta todos os principais headsets de VR e ajuda as pessoas a melhorar sua visão. Os pacientes jogam jogos de VR no computador em casa ou sob a supervisão do médico. As experiências são projetadas para tratar distúrbios de ambliopia (olho preguiçoso), estrabismo (olhos cruzados) e vergência (olhos que não se movem juntos adequadamente). Em maio de 2017, a Vivid Vision arrecadou US $ 2.200.000. A solução já é usada por 88 clínicas em todo o mundo.
A VRHealth é uma empresa israelense de saúde com sede em Boston. Desenvolve vários produtos de VR / AR projetados para fisioterapia, psicologia, reabilitação cognitiva, controle da dor e distúrbios de coordenação. Suas soluções são usadas em 30 locais nos EUA. A empresa utiliza a tecnologia VR/AR para fornecer análises de dados em tempo real a pacientes e médicos. Suas soluções podem ser usadas não apenas no hospital, mas também em casa. Você não precisa ir ao hospital para ser avaliado. Pode ser feito remotamente e quando você vai ao médico, seu perfil já está lá para diagnóstico ou tratamento.
ImmersiveTouch é uma solução de Chicago VR para treinamento cirúrgico que é utilizado hoje em centros médicos de topo, como Johns Hopkins, a Universidade de Calgary e a Universidade de Chicago. Esta inovadora plataforma de VR proporciona uma experiência de operação imersiva em 3D para os cirurgiões, permitindo que eles vejam e participem de todo o procedimento cirúrgico. Além disso, os médicos também podem fazer upload de exames de pacientes em Realidade Virtual para revisão de caso ou planejamento detalhado da cirurgia.
Psious é uma empresa espanhola de saúde comportamental que oferece uma solução Psy Toolsuite para pessoas que sofrem de distúrbios relacionados à ansiedade. Com a ajuda de especialistas médicos, eles criaram seu próprio conteúdo exclusivo — exercícios de relaxamento que ajudam pacientes que sofrem de depressão e outras doenças mentais. Através de um smartphone e óculos VR, os pacientes podem facilmente transferir para uma realidade paralela que os profissionais de saúde mental podem usar em sua prática clínica.
jDome BikeAround é uma realidade aumentada desenvolvida pela empresa sueca Brighter. Destina- se a controlar transtorno do pânico e ansiedade de pessoas idosas e motivá-los a fazer treinamento cardíaco e mental de forma segura. A solução oferece aos pacientes um passeio em uma bicicleta de treinamento em frente à tela jDome hemisférica, onde a experiência AR mostra o layout das ruas integrado ao serviço de mapas do Google, o Google Street View. O produto permite que os pacientes retornem aos lugares que reconhecem e ofereçam um meio eficiente para o exercício físico e cognitivo.
A tecnologia na saúde está fazendo a diferença. Nunca antes foi possível diagnosticar remotamente, experimentar procedimentos cirúrgicos ou educar-se sobre condições de saúde simplesmente sentando-se em casa com um óculos de realidade virtual ou óculos inteligentes AR. Apesar de todos os desafios que a Healthtech está enfrentando agora, a indústria está projetada para prosperar e transformar a forma como os pacientes e médicos experimentam e praticam a saúde. Hoje, já estamos presenciando os primeiros passos das inovações em saúde. E empresas que tiveram sucesso no desenvolvimento de soluções de VR e AR neste campo são exemplos brilhantes de como a tecnologia pode melhorar a vida cotidiana de pacientes e médicos.
