Gestão de comunidade dá jogo!

Daniel Cobianchi
weme
Published in
4 min readSep 5, 2018

Como o "dar antes de receber" se conecta com a nova economia e com os ecossistemas de inovação?

“Pai, você é um inovador”: foi lendo essa frase em uma campanha para o Dia dos Pais que somei às outras várias evidências de que “inovação” está na moda. E já faz um tempo. Nunca vimos tantos eventos sobre inovação, empreendedorismo e startups. Em Campinas, que é o ecossistema que participo ativamente, hoje como Community Manager na weme, há quase diariamente, um ou mais eventos promovidos por comunidades, empresas, universidades etc., que falam sobre inovação, empreendedorismo e startups. E isso é ótimo!

Brad Feld, cofundador da Techstars e autor de “Startup Communities".

Os eventos, em seus mais variados formatos, são oportunidades incríveis de reunir pessoas e fomentar uma comunidade ativa e vibrante. Brad Feld, cofundador da Techstars — uma das maiores aceleradoras do mundo — em seu livro “Startup Communities: Building an Entrepreneurial Ecosystem in Your City”, sugere que as comunidades tenham uma cultura de compartilhamento e troca de informações para, assim, adotar novas tendências, alavancar inovações e responder a novas condições e cenários.

Mas aí sempre chega naquela velha questão do “se não tem grana, nada acontece”, conhecido, formalmente, como o “desequilíbrio entre oferta e demanda de capital”. Os caminhos possíveis para esse problema são: (I) levantar capital que se precisa, ou (II) focar nos negócios que são criados. E é sobre esse segundo caminho que vou falar aqui!

A importância dos momentos

Num processo de evolução de um ecossistema de inovação e empreendedorismo, uma das regras básicas é criar momentos (eventos, MeetUps, hackathons etc.) para unir a comunidade, acolher novos membros e possibilitar conexões. Novos negócios acontecem, de fato, quando existem conexões relevantes e confiança — e uma comunidade vibrante é um lugar que pulsa conexão e confiança! É só olhar para um evento como o Startup Weekend e ver quantos negócios (que já faturam uma boa grana!) emergiram dali. O Easy Taxi, por exemplo, surgiu no Startup Weekend do RJ em 2011.

Organização e mentores do Startup Weekend Campinas Education 2018, que aconteceu na weme.

Por isso um evento nunca deve ser “apenas um evento”, mas uma oportunidade efetiva de conexões e um pontapé para novas oportunidades. Mas aí você pode pensar: “Pra fazer negócio é só começar a ir em eventos então?”. E eu respondo: “Calma lá, navegante!”.

Autenticidade é o que há!

Uma das premissas nas comunidades de empreendedorismo e inovação é o velho, mas sempre contemporâneo, “dê antes de receber”. E aqui vai algumas dicas práticas:

  • Você tem uma startup ou quer começar um novo empreendimento? Aproveite a agenda de eventos que já existe em sua região (MeetUp, Aqui é o Lugar — Campinas, grupos no Facebook e no WhatsApp, Sympla etc.) e crie conexões para o seu negócio. Traga seus conhecimentos para a roda;
  • Você trabalha em uma grande empresa? Aproveite e apoie os eventos que já existem! Isso também tornará o seu ambiente mais fértil para ter novos parceiros e negócios. Existe um benefício econômico direto e comprovado para companhias localizadas em comunidades de startups;
  • Você tem um espaço legal? Coloque-o à disposição para as comunidades organizarem seus eventos. Dali surgem oportunidades para o seu negócio que você nem imagina!
  • Você quer pivotar sua carreira? Vá aos eventos para contribuir com sua experiência. Isso ajudará a criar novas conexões;
  • Você quer se tornar um mentor? Frequente os eventos e ajude verdadeiramente quem precisa. Mentoria está muito mais na atitude do que no papel.

É por isso que gestão e fomento de comunidades dá negócio — pra todo mundo. Pra startup, que agrega outros empreendedores no time e constrói parcerias estratégicas; Para a empresa, que se beneficia das novas inovações e de talento; Para os investidores, que ficam expostos a mais possibilidades; Para as universidades; Para o governo; Para você, que acredita na inovação.

E, lembre-se: além de realizar atividades contínuas que envolvam toda a comunidade, para um ecossistema prosperar, é necessário um compromisso de longo prazo e ser inclusivo a todos que querem participar e contribuir. Ou seja, fazer agora e ter em vista o futuro que se quer, ao mesmo tempo.

Talk sobre Criatividade, com Luiz Eduardo Serafim, na weme.

Na weme, onde atuo na gestão de comunidades, trabalhamos para nutrir, impulsionar e estimular a inovação e o empreendedorismo dos ecossistemas. Uma das formas de fazer isso é organizando eventos que tragam novas abordagens e temas para as pessoas e apoiando as comunidades já existentes com recursos, espaços e conexões. Você pode se juntar a nós participando dos eventos que acontecem por aqui ;)

Sou o Daniel, comunicador por formação e conector por paixão. Responsável por gestão de comunidade na weme e organizador do TEDxCampinas.

Referências

FELD, Brad. Startup Communities: Building an Entrepreneurial Ecosystem in Your City. Hoboken, N.J. Wiley, 2012.

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