Na pele do outro

Ana Elisa Borsi
weme
Published in
3 min readJul 27, 2018

Você já reparou quantos botões tem um controle remoto de TV? Quantos você realmente usa? Muito provavelmente, assim como eu, você desconhece de metade das funções, mas isso não interfere em nada na sua experiência de uso, pois simplesmente ignora a existência deles.

Quantas vezes você já cortou caminho pela grama porque era mais rápido e fácil do que seguir pela calçada? Já reparou quantas trilhas de terra são formadas por que as pessoas desviam do caminho que foi projetado para caminhar? Essas situações são comuns no nosso dia a dia e o motivo é bem explicado pela frase de Frank Chimero:

“People ignore design that ignores people”.

Se você quer projetar coisas que sejam relevantes, entender com profundidade as pessoas é um ponto chave para desenvolver um projeto de sucesso. Por isso, o uso da empatia como ferramenta no processo de inovação tem-se mostrado crucial e de extrema importância.

Empatia é a capacidade de colocar-se no lugar do outro, ou seja, compreender os sentimentos, necessidades, desejos e valores de alguém. É “calçar o sapato” do próximo e deixar de lado o seu ponto de vista para tomar como verdade o olhar do outro. Por essa razão, quando olhamos para metodologias como a do Design Thinking, a empatia é considerada a principal etapa, pois é a partir dela que vamos entender o indivíduo e o contexto no qual ele está inserido.

Photo by Nathan Rogers on Unsplash

Histórias

O objetivo da empatia nesse processo é ouvir histórias inspiradoras que revelam o modo como as pessoas fazem as coisas, como elas pensam, suas necessidades físicas e emocionais e o que é realmente importante para elas. Em várias ocasiões, quando questionadas, as pessoas dizem coisas que na verdade não fazem, por isso é muito valioso procurar por momentos e experiências vividas e questionar “Por que?”. Essa ação é uma forma de engajar quem está compartilhando e nos ajuda a entender de forma mais profunda os sentimentos envolvidos e o significado dessas histórias.

Observar

Além de ouvir e engajar, a empatia também é exercida através da observação. Analisar o que as pessoas fazem e como elas interagem com o ambiente revela o que elas pensam e sentem. É por meio da observação que somos capazes de capturar as manifestações físicas e possíveis contradições entre o discurso e as ações realizadas. Unir a observação com o o ato de ouvir e engajar é um bom método para nos ajudar a gerar insights sobre essas experiências e, por consequência, soluções mais inovadoras.

Seja Empático

Segundo o Dr. Prabhjot Singh ,“nós passamos muito tempo fazendo o design de uma ponte e pouco tempo pensando nas pessoas que a atravessam”. E você? Tem se preocupado mais com o caminho ou com quem vai atravessá-lo?

A sprint de design é um método de trabalho que funciona dentro dessa lógica, já que tem como ponto de partida a fase de empatia. Porém, no decorrer da sprint os participantes fazem inferências e criam hipóteses sobre o comportamento e reação do usuário, o que pode fazer com que as soluções geradas se distanciem de certa forma do que foi descoberto na primeira etapa. Por essa razão a última atividade desse método é testar e validar as ideias priorizadas, pois assim garantimos que o processo comece e termine focando no que realmente importa: as pessoas.

Na weme nós fazemos isso: juntamos um time de designers mais o time da sua empresa para compreender um desafio e desenhar soluções centradas no usuário, consumidor ou colaborador da organização. Mais informações aqui.

A Ana Elisa Borsi é Business Designer na weme. Sempre foi fascinada pelo fato do design abranger diversas áreas de atuação e ter o poder de melhorar diretamente a vida das pessoas. Somando isso ao desejo de projetar coisas que fossem de fato relevantes para as pessoas, ela se encontrou no mundo das metodologias centradas no ser humano. É formada em Design de produto pela UNESP, possui experiência em consultoria de inovação e, hoje, está na weme!

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