Seu próximo emprego precisa ser em uma empresa com gestão humanizada
No Social Good Brasil do ano passado, o Tomás de Lara falou muito bem: “Não vamos vender nosso tempo para empresas que não valorizam a nós”. Acertou em cheio.
A percepção de que nosso tempo é o nosso bem mais valioso é cada vez mais clara. Também tem aumentado o número que pessoas que não querem mais vender seu tempo para empresas em que elas são reduzidas a apenas um número de crachá.
Não faz muito tempo eu me lembro de ouvir meu pai dizer como eu deveria sofrer e engolir sapos no trabalho antes de chegar em um lugar confortável na empresa. E talvez fosse essa a melhor estratégia mesmo.
Mas veio essa mudança de que o Gustavo Tanaka já falava naquele texto “Há algo de grandioso acontecendo no mundo”. E é imparável. E de repente engolir sapos o suficiente para ficar 30 anos em uma mesma empresa, com um plano de carreira e uma suposta segurança não é mais a melhor opção.
As pessoas estão percebendo que a engrenagem que precisa funcionar não é apenas a do trabalho cumprido, salário recebido. Porque não preenche mais. Então a gente quer fazer alguma coisa que dê tesão, que eleve nossa energia. A palestra do Prem Baba sobre propósito no Festival Path 2017 que o diga.
As pessoas querem encontrar empregos que alimentem não apenas suas contas bancárias, mas também seu espírito.
Só que a mudança vem a galope. E provavelmente você conhece a história de alguém que entrou em um trabalho, viu que não era aquilo e saiu em alguns meses. Porque algumas empresas não estão conseguindo fazer com que as pessoas lá dentro se sintam com contexto, autonomia e propósito (pra citar o ótimo texto da comparsa Ana Julia Ghirello).
Ou seja: não estão conseguindo fazer com que as pessoas queriam, verdadeiramente, vender seu tempo àquelas empresas.
E é por isso que, se isso faz sentido pra você, você se daria muito melhor em uma empresa com gestão humanizada. O Tomás de Lara fala disso também no mesmo papo no SGB: tente entender como funciona a gestão de onde você pretende trabalhar o lugar, faça perguntas sobre como funciona o processo de decisão, a autonomia das pessoas ali dentro, o reconhecimento das suas necessidades e a valorização das suas curiosidades
E se isso acontece, qual as consequências? As pessoas se comprometem com a causa, se sentem partes determinantes do processo e a taxa de evasão diminui.
Gestões mais humanas visam, claro, bater metas, lucrar mais e crescer. Mas fazem isso olhando para a conexão do propósito dos colaboradores com o propósito da empresa.
E tudo isso porque elas se tornam parte de um processo que trabalha para evoluir a empresa, os outros e a si mesmos.
Fel Mendes é jornalista e cofundador do Honeycomb, metodologia que gera mais foco e transparência e que resulta em organizações mais humanas, conectando o propósito da empresa com o propósito das pessoas.