O que cala no peito

E quando, de repente, você olha pra trás e percebe que não se permitiu fazer parte de muita coisa?!

Sabe aquele distanciamento “seguro” onde você não se expõe, sempre com uma postura alheia e convicta?! Então, a que isso te levou?
Não engajou em nada, sempre quis fazer apenas o que lhe desse prazer. Mas ainda assim não o fazia!
Não se arriscava, não se desenvolvia por medo das falhas…
Falhou em não falhar
Viveu sem se enraizar…
Sem vínculos, sem sentido, sem direção…
Sobram as possibilidades ainda olhadas com distanciamento…mas hoje cala uma angústia no peito, um vazio de estar e não ser, uma perda de referências, de balizadores.
Digo de mim, falo do que vivo.
Vivo distante e gasto meu tempo, ou deixo-o passar! Em que ponto perdi a capacidade de escolher? Em que ponto meu medo das renúncias me fez renunciar a tudo?
Momentos de piração, enlouqueci sutilmente, com a aceitação da sociedade. Mas não me aceito nisso, não me aceito em nada…
E me deparo com um projeto, valores e premissas que talvez não me atendam mais. Hora de me atualizar? Será que devo me arriscar em alguma direção e largar minha tendência em me ater ao que é ilusoriamente reversível?
Cada escolha uma renúncia…o tempo não para e o vivido não se altera…
Clichês, muitas vezes ditos sem valor, mas que me estontearam quando confrontei um lado da minha história que preferia não olhar, pensar ou mesmo que romanceava como se fosse um filme…mas trata-se da minha vida…
Não sei por onde começar, juro que não sei como me apropriar e fazer parte das coisas…ou nunca aprendi ou esqueci como se faz…
Falo de estar inteiro, falo de estar de fato. Fazer famílias, histórias, contatos, amizades. Momento dramático, mas creio que isso esteja me pesando…ser “psicólogo” o tempo todo é uma tarefa mais pesada do que parece, e pra quem diz não gostar de trabalhar — ahhh velho jargão — isso pode ser trabalhar demais…