Médicos de gênero discutem abertamente cirurgias genitais em menores

A idade é só um número quando se trata de cirurgias de neovaginas

HNEB
Hormônio não é brinquedo
6 min readMar 1, 2018

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Nota por HNEB

Neovagina: é o resultado de uma técnica cirúrgica (a vaginoplastia) que consiste na construção de uma vagina perineal onde antes não existia.

Rotina de dilatação: as neovaginas necessitam ser dilatadas para que não percam profundidade e diâmetro, ou seja, para que não se fechem. Essa prática é feita através da introdução de objetos “dilatadores” no canal, e necessária por toda vida.

Higiene: como as neovaginas não possuem mucosa, é necessário a realização de uma rotina de limpeza com duchas de água e sabão por toda a vida.

Fonte: http://transhealth.ucsf.edu/trans?page=guidelines-vaginoplasty

Publicado em 20 de março de 2017 por 4thwavenow

Os transativistas falam constantemente que “ninguém opera menores de idade”. Afinal, o WPATH Standards of Care (Padrões de cuidados da WPATH) recomenda, oficialmente, cirurgias genitais somente para pessoas maiores de 18 anos.

Qualquer um que tenha lido este blog (4thwavenow) por algum tempo sabe que tais cirurgias já estão sendo realizadas em menores de idade, pelo menos nos Estados Unidos. Mas quantos sabem que os médicos de gênero estão discutindo abertamente as vantagens das primeiras cirurgias genitais em revistas médicas altamente respeitadas?

Artigo: “A Idade é Só um Número: Experiências e Atitudes dos cirurgiões associados da WPATH para a Vaginoplastia em Mulheres Transgênero abaixo de 18 anos de idade nos Estados Unidos”

Este artigo novíssimo do Journal of Sexual Medicine (Jornal de Medicina Sexual), co-escrito por Dan Karasic, do Centro de Excelência para a saúde Transgênero da UCSF, e Christine Milrod, psicoterapeuta do Centro de Aconselhamento Transgênero do Sul da Califórnia, deixa claro que os membros da WPATH estão fazendo muitas cirurgias em menores de idade. E a maioria dos cirurgiões citados no artigo [atualmente escondidos atrás de um paywall], apesar de algumas preocupações, estão avançando a toda velocidade.

Seu principal critério para determinar a candidatura cirúrgica para a vaginoplastia parece ser se o jovem pode aderir ao “cronograma de dilatação” necessário para evitar que a ferida cirúrgica (também conhecida como neovagina) se feche. Alguma preocupação com o desenvolvimento do cérebro? Função executiva? Capacidade de compreender as muitas consequências sociais, médicas e psicológicas dessa decisão irreversível? Evidentemente não.

Idade é apenas um número. A “dedicação” para aderir ao “cronograma de dilatação” é um indicador de maturidade!

Se a consistente dedicação à dilatação representasse um marcador positivo de maturidade mental para os participantes, o detrator psicológico mais significativo não seria a menor idade; Em vez disso, seria o problema iminente de completar 18 anos e sair de casa para a faculdade, se distrair com novas experiências e perder a supervisão do acompanhamento parental a longo prazo, necessário para um resultado final exitoso. De fato, o penúltimo ano do ensino secundário foi considerado o mais ideal para se submeter a cirurgia, visto em grande parte como medida de redução de danos pelos cirurgiões que haviam realizado vaginoplastias em menores de idade.

Existe algum limite inferior para essas cirurgias? Um cirurgião opina que “pode” ter uma idade mínima, mas “eu não sei qual deveria ser”.

(Claro, provavelmente há crianças de 8 anos de idade que poderiam aderir ao cronograma de dilatação, portanto não vamos nos prender a algum número arbitrário.)

Fisiologicamente, seria mais sensato considerar uma orientação multidisciplinar em termos de maturidade sexual e maturidade emocional. O problema é que depende da interpretação, e é aí que moram os perigos. Mas é necessário. Só porque alguém atingiu a idade de 18 anos não significa que seja um candidato melhor do que alguém 16. Essa é a complexidade e dificuldade em ter uma diretriz rigorosa para o limite de idade.

Além disso, os estudantes universitários estão muito ocupados em seu primeiro ano para manter seus horários de dilatação. Há muitas outras atividades extracurriculares para distraí-los!

Eu percebi que é muito difícil quando os pacientes fazem a transição uma vez que estão na faculdade … Além disso, com seus horários ocupados e seus estilos de vida corridos, é muito difícil para eles aderirem ao cronograma de dilatação. Então, a razão pela qual eu decidi operar pessoas com menos de 18 anos, é que eu prefiro que eles façam sua cirurgia de redesignação de gênero enquanto ainda estão em casa e seus pais podem ajudá-los a cumprir com seu cronograma até que tenha passado tempo suficiente para que os resultados não sejam comprometidos.

Como você opera em genitais atrofiados, depois de todos esses anos usando bloqueadores de puberdade? Os micro pênis podem ser um problema em termos de criação de uma neovagina adulta, mas o tecido doador e os “expansores de tecido escrotal” podem ser exitosos em alguns casos. Melhor que as alternativa usadas por alguns cirurgiões, dado as “morbidades concomitantes” como os odores persistentes, colite e vazamento de fezes.

Questões anatômicas e fisiológicas

Houve pouca preocupação sobre adolescente mais jovens e sua capacidade de suportar fisicamente o procedimento invasivo em comparação com pacientes de meia idade ou idosos; no entanto, quase todos os cirurgiões observaram a hipoplasia penescrotal ou o tamanho limitado do eixo do pénis como resultado do uso de análogos do hormônio de liberação de gonadotropina supressora da puberdade, às vezes por até 3 anos. Dois cirurgiões que relataram operar menores de idade comentaram: “… eles estão chegando depois de serem colocados sob uso de bloqueadores, então possuem genitália de 11 anos” (cirurgião 9) e “… você realmente está fazendo vaginoplastia em um micro pênis” (cirurgião 16 ). A maioria dos participantes enfatizou que as técnicas cirúrgicas utilizadas foram as mesmas para todos os pacientes, independentemente da idade; para aqueles que haviam realizado o procedimento em vários menores, o uso de enxertos de pele de flanco com frequência resolveu o problema da pouca disponibilidade de tecido. Em outros casos relatadas, os cirurgiões 2 implantaram um expansor de tecido escrotal que exigiu infusão periódica durante 2 meses e o cirurgião 14 usou uma matriz de tecido do doador, julgando-o “bem sucedido” e evitando a exposição do paciente à cicatrização externa do flanco. O procedimento alternativo através do uso de enxertos derivados de sigmoide ou íleo para criar a neovagina foi encarado como o último recurso por aqueles participantes que declararam colite de desviação, secreção excessiva, odores persistentes e possível vazamento de fezes no peritônio, como algumas das morbidades concomitantes.

E as preocupações com potenciais ações judiciais? Que nada! Nós não podemos obter um consentimento informado verdadeiro, mas temos os pais a bordo, e depois de todos esses anos de afirmação de gênero, quem vai deixar alguns efeitos colaterais ou arrependimentos persistentes atrapalharem o caminho?

Apesar da impossibilidade legal de obter o consentimento informado dos pacientes menores de idade, a grande maioria dos participantes não estava preocupada com ações judiciais devido a más práticas por parte de pais ou mesmo de pacientes já adultos no futuro. Se engajar nas melhores práticas, manter uma comunicação aberta com o paciente e seus pais e, acima de tudo, fornecer bons resultados foram consideradas como medidas de proteção contra qualquer ação legal.

É um risco que eles estão dispostos a correr caso algumas dessas jovens mulheres trans terminem infelizes com o resultado, como os seis homens trans que atualmente estão processando um dos principais cirurgiões de gênero dos EUA. Mas depois de tudo, é pra isso que serve o seguro de negligência médica.

4thwavenow é uma comunidade de pais e amigos céticos a respeito da tendência “crianças/adolescentes transgéneros”.

Texto original: https://4thwavenow.com/2017/03/20/age-is-just-a-number-when-it-comes-to-genital-surgeries-on-minors/

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