O experimento transgênero com crianças

Por Stephanie Davies-Arai

HNEB
Hormônio não é brinquedo
5 min readFeb 25, 2018

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A nova temporada do canal 4, Born in the Wrong Body (Nascido no corpo errado), começou com seu primeiro episódio, My Transgender Kid (Meu Filho Trans), reforçando a aceitação acrítica em massa da idéia de que as crianças têm uma “identidade de gênero” inata que substitui seu sexo biológico.

As referências da clínica de gênero Tavistock and Portman demonstram um aumento de 50% a cada ano desde 2009, e é provável que vejamos um aumento contínuo nas referências de crianças, quanto maior publicidade for dada aos “valentes” pais na TV e em toda a mídia popular. Na busca por informações, os pais preocupados serão direcionados para grupos de “apoio de gênero”, como o Mermaids, que os assustará com estatísticas enganosas sobre as taxas de suicídio de jovens “trans”. O rótulo “trans” em si mesmo pode estar encobrindo questões psicológicas ou emocionais subjacentes que ainda não foram diagnosticadas pelos terapeutas interessados em exibir suas credenciais de justiça social mais do que seu julgamento clínico. Enquanto isso, o que permanece não divulgado é o fato de que o tratamento hormonal e a cirurgia não são efetivos para reduzir esses números.

A pressão sobre as escolas para que aceitem a narrativa trans também aumentará se a Sociedade de Pesquisa e Educação de Identidade de Género forçar esse caminho. A GIRES apresentou evidências ao Comitê de Mulheres e Igualdade, pedindo que crianças a partir de três anos sejam ensinadas sobre questões transgênero nas escolas. A organização de defesa trans criticou o DfE (Departamento de Educação) por não incluir o “desenvolvimento de identidade de gênero atípico” no currículo.

Ensinar às crianças que é bom ser “atípico” simplesmente envolve permitir que as crianças brinquem com o que quiserem, encorajando todas elas a uma definição expansiva do que seu sexo pode ser, e não tolerar burlas ou intimidações contras aquelas crianças cujo comportamento não se ajustam aos estereótipos associados a seu sexo.

O que o grupo GIRES está defendendo, entretanto, passa para as crianças a mensagem oposta. Através de livros em que o personagem Pingu diz ao seu amigo: “Nós diremos a eles que você é Sally e que nunca foi realmente John!” Eles querem que as crianças sejam ensinadas que se você é um garoto que gosta do que a sociedade considera ser interesse “de garotas” , então você deve realmente ser uma garota.

As escolas estão numa encruzilhada: ou ensinam todas as crianças que um menino pode ser uma menina e se tornar uma mulher adulta quando crescer, e que meninas podem crescer e se tornar homens adultos, ou são taxadas de transfóbicas. Se ensinarmos às crianças que essas coisas são
possíveis, também teremos que reescrever todo o currículo de biologia — talvez possamos chama-lo de Criacionismo Biológico.

A teoria de que as crianças têm uma “identidade de gênero” inata que não combina seu sexo biológico não tem base científica; é impossível ter um cérebro que seja do sexo oposto ao do corpo. A idéia de que cérebros masculinos e femininos são significativamente diferentes tem sido desacreditada há bastante tempo. Não existe uma fisiopatologia que apoie o tratamento: ter preferências tipicamente associadas a pessoas do sexo oposto não é uma patologia, e não há nada medicamente errado com o corpo.

Até mesmo fazer a afirmação de que uma criança é biologicamente do sexo masculino, mas “uma menina por dentro” exige uma definição do termo “menina” como uma categoria reconhecida com um conjunto de características definíveis. A definição que temos é a classificação biológica “jovem do sexo feminino”. Fora disso, estamos no campo do julgamento subjetivo e dos estereótipos. Se ‘menina’ é uma autodefinição, uma identidade ou um sentimento, então a palavra significa potencialmente qualquer coisa e, portanto, nada.

As crianças, em qualquer caso, não têm uma “identidade” inata fixada; as identidades das crianças estão em processo de construção através da interação com influências ambientais, sem as quais nenhuma identidade pode se desenvolver. A “transição social” não é nada menos do que doutrinação para uma identidade trans.

Tampouco há evidências de que o comportamento não conforme de uma criança seja por si só problemático para ela, ou que qualquer sofrimento experimentado seja causado por fatores secundários, como os julgamentos dos adultos, as restrições impostas a expressão ou provocações e burlas dos colegas.

No entanto, os autoproclamados especialistas de gênero aconselham tentar corrigir algo não patológico na cabeça, tratando medicamente o corpo físico saudável; tornando esta a única situação em que a intervenção médica não cura um corpo doente, mas sim mutilam órgãos saudáveis ​​para combinar com uma identidade psicológica.

Os fatos, verificados pela Associação Profissional Mundial para a Saúde Transgênero, são que a maioria das crianças com “Transtorno de Identidade de Gênero” crescerá e a superará na adolescência, e a maioria esmagadora deles será gay ou lésbica. Diante desse fato, devemos ter cuidado com o fato de que a “transição” de crianças é efetivamente apenas outra forma de cura gay.

Então, onde está o protesto? Certamente, não vem dos Democratas Liberais que acabaram de votar para apoiar o “direito” de crianças variantes de gênero tomarem bloqueadores de puberdade até serem elegíveis para tratamentos com hormônios cruzados (do sexo oposto). O Comitê de Mulheres e Igualdade de Direitos Transgênero também sugeriu mudanças “radicais” após centenas de inscrições de pessoas e ativistas trans adultos, o que sugere que uma análise crítica deste tratamento em crianças não acontecerá tão cedo.

Não temos ideia dos efeitos dos bloqueadores de puberdade sobre o desenvolvimento cerebral; mas, de fato, estamos mantendo as crianças em um estado infantil, aparentemente para “dar-lhes tempo para decidir”, mas claramente fazendo dessa decisão uma conclusão precipitada, já que a puberdade normal é a fase em que os jovens geralmente mudam de ideia. Também sabemos que os tratamentos hormonais afetam a densidade de massa óssea e resultam na esterilidade por toda vida, mas não há pesquisa sobre outros efeitos a longo prazo sobre a saúde.

De fato, nenhum “especialista de gênero” pode dizer quais as consequências desses tratamentos radicais a longo prazo para os corpos saudáveis ​​das crianças, porque ninguém sabe. Ao colocar as crianças num caminho de esterilização e medicalização por toda a vida, estamos levando a cabo nada menos que um experimento assombroso e sem precedentes, utilizando as crianças desta geração como cobaias.

Stephanie Davies-Arai é escritora e fundadora do Transgender Trend.

Texto original: https://stephaniedaviesarai.com/the-transgender-experiment-on-kids/

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