Aprendendo com a resiliência das plantas

Hotmart
Trooper’s B-Sides
4 min readMar 29, 2018

“Quando cortam ou arrancam uma planta, ela é capaz de reconquistar seu espaço. As plantas se adaptam, nascem onde podem, do jeito que podem. Elas têm resiliência”. Este é o aprendizado diário que a Trooper Elisa Nunes, tradutora de Francês e UX Writer, tem com a natureza.

Elisa é fundadora e mantenedora do projeto “Arvorexiste”, que mostra de uma forma diferente as plantas que nascem — ou renascem — em locais onde elas não são inicialmente esperadas no contexto da cidade, como no meio de muros e calçadas, cercadas por concreto, onde normalmente não teria vida.

O amor pela natureza vem desde pequena. Nascida em Bambuí, interior de Minas Gerais, a Trooper morava em uma casa grande e brincava na rua, ao ar livre. Aos doze anos, mudou-se para um apartamento pequeno em BH e não podia brincar fora por questões de segurança. Foi nessa época que pediu para sua mãe comprar plantas para alegrar o ambiente, mas elas logo morreram. Depois, mesmo morando em um apartamento maior, ainda tinha a sensação de estar meio “presa” e sentia falta de uma área externa.

Passeando pela cidade e observando os detalhes do ambiente urbano, Elisa se apaixonou por um casarão antigo da Savassi que estava abandonado e todo pintado com grafites. Ela tinha um carinho especial por uma das árvores que crescia em uma das paredes. “Cerca de três anos atrás, antes mesmo de eu pensar em ter um projeto sobre isso, vi que pintaram a casa, cortaram todas as plantas que cresciam ali, inclusive a árvore e as raízes dela que brotavam da parede, deixando só o tronco. Fiquei triste porque achei que ela ia morrer, mas um mês depois passei por lá e descobri que estava dando folhas. Fiquei muito feliz pela árvore ter sobrevivido, inclusive escrevi a palavra ‘Resistência’ logo abaixo dela”, lembra.

“O mais legal é que já vi posts de pessoas que não conheço nesse lugar. É bom saber que tem gente que se identifica também”.

A nossa Trooper, então, sempre fotografava e postava em seu Instagram pessoal essas plantas que resistem e brotam espontaneamente em diversos lugares. Como a frequência de publicações era alta, sua prima, Ana Lívia Nunes, que também trabalha na Hotmart, sugeriu a criação de um perfil só para essas postagens. Elisa pensou em um nome que desse a ideia de resistência, mas mais que isso, de existência do verde em grandes cidades como Belo Horizonte. Assim, no final de 2015 surgiu o “Arvorexiste (@arvorexiste)”.

Hoje, além das fotos, ela também cola adesivos do projeto ao lado das plantas. Às vezes, segundo a Trooper, quando ela volta aos locais, foi tudo arrancado. Elisa acredita que as pessoas fazem isso porque têm a sensação de que as plantas estão invadindo o espaço, mas é apenas uma reconquista. Mesmo assim, a receptividade do projeto é muito positiva nas redes sociais e nas exposições nas quais ela é convidada para participar.

A Trooper conta que sempre recebe mensagens de pessoas que mandam fotos dessas plantas resistentes ou marcam o “Arvorexiste” em seus posts, o que ainda a surpreende pelo fato do projeto ter nascido despretensiosamente, apenas com a intenção de despertar um olhar para o verde no meio urbano.

Para Elisa, ter projetos paralelos é fundamental para despertar a criatividade que ela usa em seu trabalho na Hotmart e na vida. Ela acredita que não ter somente um foco na vida é muito produtivo e a faz pensar em outros caminhos e outras possibilidades. Elisa até já fez um Fast Talks — projeto interno da Hotmart em que os Troopers falam sobre algum assunto que dominam para seus colegas — sobre isso e estimulou outras pessoas a também desenvolver atividades diferentes.

O projeto, hoje, além do perfil no Instagram e dos adesivos e stencils espalhados pela cidade, também possui um site, o arvorexiste.gallery, desenvolvido pelo também Trooper Guilherme Pangnotta. Elisa pensa agora em colar lambe-lambes pela cidade e já chamou alguns amigos para contribuir com ideias, tempo e até dinheiro. “Não é uma pretensão minha que o Arvorexiste me gere nenhum tipo de renda. A ideia não passa por isso, mas às vezes gasto muito dinheiro, principalmente com exposições, e isso acaba de certa forma me limitando. Então, estou começando a pensar em maneiras de criar em colaboração com amigos que também gostam do projeto ou que querem algo novo, porque eu sempre estou com projetos novos na cabeça” brinca.

A resiliência das plantas volta ao centro da conversa quando Elisa é perguntada sobre a contribuição do “Arvorexiste” para sua vida pessoal. “Quando alguma coisa ruim acontece ou quando pensamos que as coisas deveriam ser diferentes, a gente tende a pensar que está tudo errado e que o mundo vai acabar. As plantas, mesmo nas piores situações, se adaptam e nascem de novo, como podem, do jeito que dá. Elas me mostram isso sempre. Tento levar essa lição de resiliência para a minha vida,” afirma.

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