Defensive Lineman e Front-end: da Bola do Treino aos códigos.

Hotmart
Trooper’s B-Sides
5 min readDec 28, 2017

Por trás da figura intimidadora de um jogador de Futebol Americano, todo paramentado, tem uma história emocionante que você está prestes a conhecer. Phillipe Caixeta, um dos desenvolvedores Front-end da Hotmart, tem uma ligação forte com esse esporte que, embora ainda seja pouco praticado por aqui, vem construindo história, ganhando espaço e mudando a vida de muita gente, como mudou a dele.

Phillipe, conhecido na empresa por Caixeta, sempre gostou de praticar esportes e era frequentador assíduo das quadras de Vôlei, Handball e Futsal na época do colégio. Contudo, quando se formou, afastou-se das quadras e começou a sentir muita falta de fazer algo que lhe desse prazer como os esportes lhe davam. Foi quando um amigo de infância descobriu um time de Futebol Americano que estava nascendo na capital mineira e o convidou a conhecê-lo mais de perto.

Sem saber muito bem como eram as regras, posições e até equipamentos, topou arriscar e, logo de cara, foi posicionado como Linebacker do Minas Locomotiva.

Atenção para uma explicação importante! O Linebacker é o defensor que se posiciona logo atrás da linha de defesa, ficando a umas 4 jardas da linha de scrimmage, cujo objetivo geral é defender seu território contra passes curtos, fazer tackles, principalmente nos Running Backs do time adversário, e atacar o Quarterback rival.

Era importante explicar isso porque, logo em seu primeiro treino, Caixeta conseguiu um Tackle tão importante que lhe rendeu a “Bola do Treino”, um reconhecimento pela boa performance no dia. Ele diz, inclusive, que esse foi um dos fatos mais emocionantes de sua jornada enquanto fez parte do time.

Falar de espírito de equipe parece clichê quando se trata de esportes, mas é impossível não pensar no quanto ele é forte quando pensamos em tudo que essa equipe enfrentou. Em um momento de situações difíceis, sem patrocínio, sem quadra boa para jogar e até sem equipamentos, que são essenciais para proteger os jogadores dos choques fortes que acontecem durante o jogo, eles optaram por jogar sem capacetes (um dos equipamentos mais caros do uniforme), deixando suas mães de cabelo em pé. Também não eram raras as vaquinhas para pagar os treinos e até exames e cirurgias para aqueles que não tinham condições de arcar com todos os custos. Caixeta acredita que todos esses desafios foram os principais motivos para que o Minas Locomotiva deixasse de ser um time e se tornasse uma família que lhe deu irmãos que ele carrega para a vida.

A paixão pelo esporte era tanta, que mesmo com uma lesão séria no ombro esquerdo, Caixeta disputou o campeonato mineiro, em 2009, até o final. Depois do fim da temporada, fez exames que constataram o rompimento de vários tendões, fratura de uma parte do osso e amassamento da cabeça do ombro. É claro que a lesão lhe rendeu uma bela cirurgia, além de duas âncoras de titânio e um ano inteiro assistindo aos jogos de fora do campo, o que, segundo ele, “faz parte”!

A vitória um dia vem. E vem em grande estilo!

Todo esse esforço, um dia, teria que ser recompensado. E não houve só um dia de recompensas na trajetória do Minas Locomotiva, agora renomeado para América Locomotiva, após o fechamento da parceria com o América Futebol Clube. Foram vários, dignos de filme, daqueles que a gente está acostumado a ver na TV, quando um time enfrenta seu principal rival, está perdendo e consegue uma virada inacreditável. Isso aconteceu e não foi uma vez só!

Outro dos momentos mais marcantes da história do América Locomotiva, segundo Caixeta, foi entrar em campo, no primeiro jogo da temporada de 2016, na Arena Independência. Nada mau para um time que já tinha enfrentado quadras de terra batida cheia de cacos de vidro, de onde vários jogadores haviam saído machucados, não é mesmo? É claro que foi impossível segurar as lágrimas do início ao fim, quando, após um jogo muito difícil contra o Get Eagles, seu principal rival, conseguiram a vitória.

Também foi contra o Get Eagles que aconteceu uma virada cinematográfica que valeu cada pingo de suor, osso quebrado, ou fim de semana “perdido” nos treinos para Caixeta e sua equipe.

Dessa vez, no Mineirão, a 5 minutos do fim do jogo, o time estava perdendo. Foi aí que tomaram a decisão de trocar de Quarterback e escolheram um jovem que surgiu da base da equipe. Embora muito novo, o jogador era muito talentoso, assim como o Receiver que tinha idade e habilidade semelhantes. Em uma jogada, o Quarterback lançou para o Receiver e fez um Touchdown que virou a partida. Mesmo felizes e emocionados, os jogadores se encheram de sangue no olho para segurar o resultado até o fim do jogo. A defesa conseguiu interceptar a jogada do adversário e venceu, mais uma vez, continuando invicta no estado e fazendo história com um jogo MÁGICO.

Não foi por falta de persistência que nosso desenvolvedor front-end se afastou das quadras em definitivo. Em 2016, ele fez uma tentativa de parar de jogar e atuar apenas como treinador, já que era reconhecido como referência em sua posição, ao desenvolver técnicas interessantes de jogo, que se destacavam. Mas percebendo que estava dedicando o mesmo tempo aos treinos, que dedicava jogando, decidiu parar de passar vontade e voltar ao campo mais empolgado do que nunca.

Mas em 2017, percebeu que não conseguia mais atender aos treinos com a mesma disposição e que não estava conseguindo acompanhar a equipe no que dizia respeito aos treinamentos de força e resistência. Segundo ele, isso podia prejudicar o desempenho da equipe e aumentar o risco de lesões. Aquilo que começou como hobby tinha ficado sério e exigia muito mais tempo e atenção do que ele poderia dar.

Da Endzone para a vida!

Hoje, Caixeta acompanha o América Locomotiva das arquibancadas. Sua vida pessoal e os compromissos com o trabalho não lhe deixaram tempo suficiente para se dedicar ao esporte como ele gostaria. Mas nada tira dele tudo que ganhou dentro das quadras, desde a inesquecível “Bola do Treino”, até os aprendizados com as lesões e, claro, as grandes amizades.

É possível apostar que o brilho nos olhos de Caixeta, ao contar sobre essas experiências, é o mesmo de quando ele entrou para a equipe. Como jogador, ele aprendeu a confiar no trabalho e na experiência dos colegas e acreditar que cada um vai fazer o seu melhor para o bem comum. É isso que ele leva para a sua vida profissional e que o faz ter fé no próprio trabalho e na entrega de seus companheiros. Com projetos importantes na área de Desenvolvimento da Hotmart, ele sabe que só é possível chegar a um Touchdown quando cada integrante da equipe contribui com cada momento da jogada, assim como no campo.

--

--

Hotmart
Trooper’s B-Sides

Hotmart is the most comprehensive platform for those who wish to create a digital business. www.hotmart.com