O que são biomarcadores digitais?
A disseminação de tecnologias digitais vestíveis [wearables] na área da saúde, gerando uma quantidade significativa de dados, levou ao surgimento de um novo tipo de informação médica. Eles produzem insights sobre o estado biológico dos indivíduos, mas são coletados por meio de ferramentas digitais.
Nos últimos anos, ferramentas como o Fitbit ou Apple Health vem surgindo numa velocidade cada vez maior. Estas aplicações vão desde rastreadores de fitness, contadores de passos, aplicativos de saúde, sensores de sono, ECG de bolso, pressão arterial ou outros dispositivos de medição de parâmetros de saúde.
Estes Biomarcadores Digitais são atores importantes no mercado de saúde, bem-estar e fitness; gerando uma quantidade massiva de dados sobre pacientes e indivíduos no cenário da saúde. Tais dados incluem informações de registros médicos eletrônicos [imagens de exames, histórico do paciente etc.], informações genéticas e dados gerados pelo próprio paciente.
Desta forma, podemos definir biomarcadores digitais como dados sobre gerenciamento de saúde coletados diretamente pelos consumidores por meio da tecnologia para explicar, influenciar e prever resultados relacionados à saúde. Vale ressaltar que estes dados coletados só tornam-se biomarcadores quando estão conectados a resultados relacionados à saúde.
Embora um exame de sangue possa resultar em biomarcadores digitais e indicadores medidos e avaliados de processos biológicos, patogênicos ou respostas farmacológicas a uma intervenção terapêutica, eles não fazem parte do universo digital. Por sua vez, wearables, como o fitbit, fornecem dados não apenas relacionadas a condições médicas, mas também dados de condicionamento físico e bem-estar.
Observados com auxílio de ferramentas analíticas, esse volume de dados gera insights para rastrear tendências e padrões tanto para populações como para um individuo específico. Pesquisas médicas vem avançando no estudo dos biomarcadores digitais através de wearables, smart watches, acelerômetros, etc. e testam os limites ao estudar o efeito de medicamentos digitais e sua constituição como meio eficiente para rastrear a ingestão de medicamentos, por exemplo.
Os biomarcadores digitais podem ser ferramentas eficazes na transformação dos cuidados de saúde de reativos para preventivos, pois os dados e informações geradas podem auxiliar na explicação das doenças e na análise de estados normais e saudáveis para funcionar como prevenção na saúde.
Contudo, algumas questões a respeito do uso destes biomarcadores estão em discussão, como a padronização de procedimentos para comparação de estudos; a confiabilidade de alguns sensores vestíveis ou de saúde que precisam estar aprovados pelos órgãos responsáveis; a qualidade e os detalhes das medições; as questões regulatórias e a proteção de dados e a privacidade.
Como consequência desse cenário, embora ainda haja muito a ser feito, a pesquisa em biomarcadores digitais e o aumento exponencial do uso destes dispositivos de geração de dados acompanham naturalmente o crescimento dos dados de assistência médica e tende a aumentar ainda mais nos próximos anos.
