Vocação ou Profissão? Minha carreira até UX
Vim apresentar a vocês a minha jornada de transformação de vestibulanda de Medicina, passando por técnica em Processamento de Dados, aspirante à Bibliotecária e até Designer de Produtos que atua nas mais diversas frentes que constituem o que chamamos de Experiência do Usuário (UX).
Embora possa parecer confuso, todas essas etapas se conectam perfeitamente em minha trajetória profissional.
Construir uma carreira de sucesso nem sempre segue um caminho planejado. Muitas vezes é preciso adquirir um repertório diversificado para finalmente descobrir ‘aquela’ possibilidade que nos impulsiona.
Desisti do sonho de cuidar de pessoas
Desde muito jovem, meu sonho era seguir a carreira médica, mas sabia que isso só seria possível em uma faculdade pública (por motivos financeiros). Após algumas tentativas sem sucesso de aprovação no vestibular mais concorrido do país, acabei por repensar minhas escolhas e explorar outras áreas de interesse.
Embora o sonho de ser médica tenha ficado para trás, meu amor pela ciência permaneceu. No entanto, a escolha de uma nova faculdade se tornou um desafio.
Vida de proletariada
Enquanto não me decidia sobre que curso fazer na faculdade comecei a trabalhar com informática, onde aprendi a monetizar meus conhecimentos e passei a oferecer serviços de consultoria e construção de websites completos, percebendo que poderia agregar mais valor ao entregar projetos do início ao fim. Essa experiência abriu portas e ampliou minha visão sobre as possibilidades profissionais.
Escolhi Biblioteconomia
Já mais velha, entendi que para evoluir no mercado de trabalho realmente precisava ter títulos e fazer faculdade tornou-se imperativo para mim. Mas eu não queria fazer qualquer coisa e não queria sentir que estava perdendo meu tempo em quatro ou cinco anos em uma instituição qualquer em troca de um papel. Então separei meus critérios iniciais e comecei a pesquisar quais cursos disponíveis em faculdades federais me interessavam pela grade curricular e possibilidade de vaga no setor Público (sim, eu queria fazer concurso).
Pesquisei todas as grades curriculares dos cursos que mais me chamavam a atenção e me perguntei: o que eu gostaria de estudar por quatro ou cinco anos? Foi assim que escolhi fazer Biblioteconomia na Unirio, que tinha um eixo específico voltado para Ciência e Tecnologia (o segundo eixo é voltado para Memória, Patrimônio e Cultura, e o terceiro eixo trata de Gestão de Informações em Organizações).
No início, estava focada em me formar e ser aprovada em um concurso enquanto estudava coisas que me pareciam interessantes. Se tudo desse errado eu estaria em uma carreira com amplas possibilidades (e livros!).
E eu consegui! Antes de finalizar todas as matérias obrigatórias fui aprovada no meu primeiro concurso (1º lugar como Bibliotecária de um Centro de Pesquisa no Conselho Regional de Química) e por conta dessa aprovação consegui me formar antes da minha turma.
E enquanto eu aguardava a nomeação continuei estudando para outros concursos (outras aprovações vieram, inclusive), e foi durante essa jornada que a Arquitetura da Informação surgiu em meu caminho, abrindo as portas para o emocionante mundo do Design de Experiência do Usuário (UX). Era isso que eu queria fazer! O sonho da estabilidade do concurso Público deixou de fazer sentido.
Mercado de Trabalho X Academia = eternos aliados
Eu já trabalhava prestando consultoria para empresas, empreendendo em algumas frentes diferentes e fazendo freelancer como Web Designer. A visão de mundo que eu tinha era muito diferente da visão dos meus colegas de faculdade e eu aguardava ansiosamente as matérias mais teóricas e genéricas acabarem para que eu pudesse chegar na parte mais “mão na massa” do curso.
Essa inquietação me impulsionou a criar um projeto, que até hoje segue viva e operante: a MenteBrava! A vontade de fazer o cenário mudar, mudando a visão que as pessoas têm de si mesmas a partir de um produto que quereriam vestir criou um negócio satisfatório e lucrativo para mim.
Onde tudo conecta, converge e mistura
A Arquitetura da Informação revelou que a minha paixão estava na interseção entre tecnologia, pessoas, design. Esse era o lugar onde eu verdadeiramente me sentia em casa.
A partir daí eu já não sentia falta do sonho abandonado da medicina, não sentia frustração ao lidar com projetos de tecnologia sem sentido enquanto me realizava pesquisando, estudando e criando argumentações para projetos onde eu tinha permissão de ser criativa e rebelde!
Ao longo dos últimos anos tenho tido o privilégio de ajudar equipes estruturadas a desenvolverem produtos inovadores e empresas a se estabelecerem no mercado.
Com minha experiência em tecnologia, negócios e sucesso do cliente, encontrei minha vocação no campo do UX e me esforço todos os dias para criar soluções funcionais, criativas, voltadas a um objetivo macro da empresa e atendendo às necessidades dos usuários, proporcionando uma experiência intuitiva e envolvente que flui naturalmente através de sistemas de organização, rotulagem, navegação e muita (muuuuita) pesquisa.
Isso não é mole, não! Mas o impacto é grande! Essa abordagem centrada no usuário tem o poder de transformar a forma como as empresas se conectam com seu público, como os produtos são utilizados e como as pessoas se relacionam com o todo.
Significado vem no caminho: só não pare!
A minha paixão pela estruturação e organização encontrou um novo propósito: a resolução de problemas por meio do design centrado no usuário. Meu pensamento começou a se moldar em direção a um enfoque que valoriza todo o processo e busca criar uma experiência contínua, impactante e realmente útil.
Continue a nadar…
Se você também está trilhando um caminho semelhante, quero te encorajar a explorar o vasto campo de possibilidades de cada coisinha que faz seu coração bater mais forte e descobrir o potencial transformador que ele pode oferecer.
Com dedicação e paixão, você pode se tornar um agente de mudança e impactar a vida de pessoas.
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