A ímpar construção no aperto
(Todas as fotos são autorais. Foram capturadas numa viagem à cidade em Julho de 2017)
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Não é como você pensava. Não é igual aos filmes. Nova Iorque é uma cidade de uma complexidade que não pode ser só resumida com fotos do Empire State Building, Times Square ou a Estátua da Liberdade (apesar de ser inevitável). É como representar o corpo humano pelo coração, cabeça e estômago, ignorando as veias, artérias e todo resto.
Diferente de São Paulo, parece existir uma atenção para cada construção. Padrões que se repetem; mas, mesmo assim, parecem únicos.
São muitos desses padrões que passam despercebidos nos filmes e que me surpreenderam pessoalmente. O dinheiro pode ser avistado em cada construção, certamente; Nova Iorque é uma cidade-loja.
Fui no verão. Não saberia dizer que lá nevava se não fosse pela experiência estética que todos os filmes passam dessa cidade. Se permanecesse em 30º Celsius, nenhum filme conseguiria retratar Nova Iorque da maneira presente no senso-comum.
Na parte mais baixa da cidade, encontrávamos uma as suas mais tristes histórias.
Há tristeza no memorial do 9/11. Apesar disso, é um ponto turístico muito movimentado. Creio que seja mais triste paras os parentes das vítimas do que para os visitantes.
Percebi que Nova Iorque é uma das poucas cidades que de noite faz-se mais luz do que de dia.
A sua Estátua da Liberdade é de difícil acesso. O impacto da catástrofe do 9/11 elevou os níveis de segurança dos seus pontos turísticos ao extremo.
Foi muito estonteante ver tanta coisa tão caricata tão de perto. Ter a oportunidade de fotografá-las foi ainda maior. Parte do meu choque cultural veio da forma de como a cidade que nunca dorme é retratada nos filmes. Andar com uma câmera por suas ruas foi como ser uma célula num corpo tão complexo e extenso.