A arte é a liberdade de ser.
A produção artística te faz ir além de sua própria realidade. Te desafia a encarar, mudar e refletir. É por ela que a criatividade e imaginação são transportadas para as pessoas, como a abelha que transposta o pólen das flores. Se a abelha para de ir atrás das flores, elas morrem, prendendo o mundo numa onda de conformismo. Mas como a arte pode ir atrás das pessoas? Através da popularização e da experiência artística.
Sou um artista recém nascido. Desde pequeno fui incentivado a produzir, desenhar, pintar. Porém nunca me desafiei a ir além. Foi na faculdade, um trabalho me obrigou a quebrar minhas correntes. Na frente de um público, a sensação é de extremo desconforto. Desprotegido de qualquer máscara (e sendo muito tímido, as vezes até demais), fiz uma performance. A intenção era criticar a gordofobia dentro do meio LGBT+. Muito presente e que prejudica a socialização de um individuo, que é rejeitado duplamente, uma na sociedade patriarcal e heteronormativa, e outra na sociedade LGBT+ por ser gordx.
A performance ganhou outro significado ao ser executada. Assumi minha identidade, mesmo com todo o medo que ainda carregava. E me encheu de poder, me deu confiança, mudou a forma como eu mesmo me via. Assim entendi o poder político da arte.E infelizmente, essa experiência pode estar em risco, assim como as abelhas.
Esse risco é a censura. Mascarada como uma preocupação sobre o que as crianças podem ver. A arte é importante para criar uma criança, pois ela incita a imaginação e a criatividade, o que fara toda a diferença em seu desenvolvimento intelectual e a sexualização está nos conservadores que pintam o sexo e a nudez como coisas negativas e prejudiciais. Ela é a chave de mudança e censurá-la é impedir o progresso social.
