Paula Ribas 41417145
Há alguns feriados atrás fui viajar com uma das minhas melhores amigas para Miami, uma cidade que já conhecia e já tinha ido com ela. A nossa viagem tinha tudo para ser uma perfeita férias mais curtinha. Já tínhamos programados todos os lugares que queríamos jantar, almoçar e conhecer, tudo que deixamos de fazer da outra vez que estávamos na cidade, nos programamos para fazer dessa vez.
Apesar de ser uma viagem planejada de ultima hora, eu estava muito animada, fazia muito tempo que não saia do país só com uma amiga e sem quaisquer preocupações. Ironia do destino ou macumba do meu namorado, após exatos um dia que estávamos lá, ficamos sabemos que teríamos que sair da cidade, já que ela seria evacuada, pois um furacão da maior escala que existe iria atingi-la. Na hora até achei que era brincadeira. Não dava pra acreditar, o céu estava sem uma nuvem, e eu nunca tinha passado por nenhuma situação parecida em minha viagens. Acho que por isso mesmo, e por não existir esse tipo de coisa no nosso país eu não dei muita bola no início, e nem queria sair de onde estava.
Depois do bombardeio de noticias e avisos, caiu, de fato, a minha “ficha”. E acho que nunca fiquei tão preocupada. Sabe o tipo de situação “rir pra não chorar”? Pois bem, era a nossa. Todos os planos ficaram pra trás e seguimos para onde deveríamos ir. Apesar dos momentos de irritação e medo, acho que foi a viagem que mais me marcou na vida inteira. Conheci pessoas que nunca tinha visto antes, nunca agradeci tanto quando via um posto de gasolina que tinha, de fato, gasolina, fiquei em uma cidade que achei que nunca fosse ir na minha vida, nunca liguei tanto em hotéis para tentar uma hospedagens e acho que também nunca liguei tanto para os meus pais em uma viagem sozinha. Mas depois que tudo passou e consegui agradecer por estar bem e não ter acontecido “nada” de tão trágico, voltei para Miami e só conseguia pensar em o quão feliz eu fiquei ter passado por isso ao lado de uma das minhas melhores amigas, ela compartilhou comigo uma das experiências mais assustadoras que tivemos e conseguia sempre me fazer dar risada e me sentir bem em qualquer situação que estávamos. Francamente, em muitas horas, até esquecia que estava passando por tudo isso.
Assim que cheguei ao Brasil, ouvi um “nossa, você não vai querer viajar de novo tão cedo, né?”. Na verdade, a primeira coisa que eu fiz quando cheguei, foi ligar para ela e programar a próxima.