A emoção de ver um ex-beatle ao vivo

Leticia Fireman
Iandé
Published in
3 min readOct 17, 2017

Nunca me considerei fã de ninguém e também nunca gostei das músicas “do momento”. Meu pai sempre foi minha maior influencia, em tudo na vida, entre elas a música. Com ele aprendi a gostar de grandes lendas: The
Beatles, Scorpions, Pink Floyd, The Who, Queen, entre muitas outras. Sempre tive curiosidade de ver um grande show desses ao vivo, quando finalmente anunciaram o show de um ex-beatle no Brasil, imperdível né? Foi aí que tudo começou.

Era uma segunda-feira no Rio de Janeiro, dia 23 de maio de 2011. O Estádio do Engenhão estava lotado, nunca tinha visto tanta gente junta na vida. Todos na mesma sintonia, 45 mil corações batendo por uma só pessoa, várias gerações a espera de Sir Paul McCartney. É quase impossível descrever a sensação de assistir um show dele, ao chegar no estádio dei de cara com milhares de pessoas usando camisetas dos Beatles e carregando cartazes, ainda não estava entendendo muita coisa, mas já sabia que tinha coisa boa por vir. Foram horas de fila e espera. Começou a chover, mas ninguém ao meu redor parecia se importar. A curiosidade só aumentava.

Ao entrar no estádio, fui surpreendida com a pontualidade britânica do Paul, as 21:00 as luzes se apagaram e o público foi presenteado com uma introdução que era impossível deixar alguém sem lágrimas nos olhos, o telão se encheu de fotos e vídeos da vida dele. A ficha começou a cair, passei a vida escutando sobre ele, ouvindo suas, em pouco minutos eu veria um ex-beatle, quanto privilégio! O palco se encheu de fumaça e apareceu um homem sozinho correndo ali no meio, era ele mesmo, Sir Paul McCartney. Os olhos encheram de lágrimas, até hoje não sei explicar direito o que senti naquele momento. Não conseguia processar direito a informação, era ele mesmo. E uma das noites mais inesquecíveis da minha vida só estava apenas começando.

Paul começou a cantar seus clássicos, como se ainda tivesse vinte e poucos anos, os sucessos de todas as suas fases: Beatles, Wings e seu novo álbum que mal foram lançadas e já se tornaram verdadeiros hinos dentro do estádio. Ele fez com que um show de 3 horas e 36 minutos fosse fácil. Ele correu, brincou, pulou, tocou vários instrumentos, vários mesmo e homenageou seus amigos queridos. A emoção do público era linda de se ver, avós levando seus netos para curtir o show, pais ensinando aos seus filhos os hits de suas adolescências. Um show fantástico do começo ao fim, impecável. Além de tudo, o cara é muito simpático! Fez o maior esforço para falar em português, até se arriscou em umas gírias, ele não parou de interagir com o público um minuto. Que momento, que experiência!

Depois desse dia, foram seis shows, algumas idas a Liverpool, dois encontros com ele e muita, mas muita emoção. Cada show que vou parece o primeiro, o frio na barriga e a emoção continuam o mesmo. Minha admiração por ele só cresce, quanto mais astro, mais simples! Muita humildade de quem sabe que não precisa provar mais nada para ninguém… Coisa raríssima no meio.

--

--