A nefasta pátria

João Pedro Guimarães Coelho

Joao Pedro Guimaraes Coelho
Iandé
2 min readNov 24, 2019

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As influências externas nos atinge e precisamos produzir algo para libertar os sentimentos. Em uma crise de ansiedade criei tal obra. Não consegui de fato escrever o que passou no momento da criação, mas uma coisa lembro: foi catártico. A transformação vinha de forma livre. Não alcancei o perfeito, mas achei na imperfeição um apresso profundo. Decidi então, criar um poema que passa por as temáticas que pensei durante o processo, e talvez fique mais claro — ou mais confuso — como construí a obra.

A nefasta pátria

Cerceia o osso preto

No eterno julgamento

Desse rio das almas, desbravado

Pelas caravelas do descobrimento.

Já ir gozando o desejo

Da peste clarificada

Reluzente de prata

Embrulhadas em palha.

A terra dos palmos

Arrasta Oxalá pelo inferno

Na batalha divina

Da convulsão do evangelho.

Oh! Assinam o atestado de coitado

Nesse papel rasgado

Amarrado no caótico estalo

De trovões de séculos passados.

E a matéria aguada

Da saliva de Mefistófeles

Afunda Ágatha Vitória

Na lápide sem memória.

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