Acal{mar}

Izabella Barbara
Iandé
Published in
4 min readApr 19, 2018

Por Izabella Barbara

Desde pequena eu tenho um contato muito forte com o mar. Meu avô paterno tinha a tal “casa na praia” e desde que ele se foi, quando eu ainda tinha 1 mês de idade meu pai constantemente leva nossa família para lá. Resultado: eu cresci indo para o litoral e me apaixonando cada vez mais por tudo que eu tinha lá e principalmente, pelo mar. Ainda criança meus pais me colocaram na natação parra que não houvesse perigo de eu me jogar nas piscinas por aí.

Eu com 6 anos na praia.

Por ser do interior de São Paulo, depois de mais crescidinha eu fui notando as diferenças entre um lugar e outro. Eu amo estar no interior, amo o clima e a relação próxima com todo mundo, contudo estar lá na maioria das vezes me traz a “fuga da realidade” que tanto precisamos.

Olhar o mar acalma, eu sinto como se tudo tivesse solução só de estar ali, ouvindo aquele barulho das ondas e sentindo o ventinho que vem do mar. Quando eu vou para lá é como se eu me desconectasse da realidade existente, é uma maneira de esquecer um pouco dos problemas diários ou pelo menos me distrair para não penar neles. O que eu mais gostava de fazer desde cedo era olhar o mar. Não necessariamente entrar, ou ficar o dia inteiro lá. Mas parar pelo menos uma horinha e ficar só observando.

Notando o tamanho que é aquilo tudo, e assim trazendo inúmeras reflexões como “nós realmente somos muito pequenos”. As vezes eu paro e penso como o mundo é pequeno e ao mesmo tempo enorme. As inovações na era digital chegam cada vez mais rápido, mas mesmo assim o sentimento de olhar o mar não pode ser substituído. Uma outra coisa que eu amo fazer quando vou para a praia é observar os outros e imaginar, de onde vem, quais as histórias deles, qual o motivo de desejarem “fugir” um pouco de tudo.

Com o passar do tempo, meu pai organizando a viagem de julho de 2008 para a nossa família teve a ideia de fazer um cruzeiro. No começo aquilo me assustou um pouco, por mais que eu amasse o mar, ficar à deriva no meio do nada ia ser bem estranho. No final, decidimos ir.

O priemiro navío em que andei.

Foi uma experiencia maravilhosa e eu que já era apaixonada por aviões me apaixonei também por navios. Uma hora ou outra obviamente dava aquela sensação de “meu Deus onde eu tô socorro”, mas na grande maioria do tempo eu me sentia realizada. E o melhor? Não é sempre que tem sinal de celular e a internet acaba sendo bem mais cara que o padrão então realmente ficamos off do mundo. O que eu mais gostava e consequentemente mais fazia, era ir pro final do barco e ver a água passando. Parecia que ali realmente tava tudo “passando” e só ficava a calmaria e o prazer de ser feliz.

Uma das fotos que eu mais amo, dentre todas dessas viagens.

Amamos tanto, que fizemos mais um cruzeiro no ano seguinte, em 2009. Agora já sabíamos como agir em todas as situações e o nervosismo era praticamente nulo. Já tinha exata noção de como seria, e mesmo assim me surpreendi.

O ultimo cruzeiro que fiz foi com um roteiro extremamente diferente. Eu fui parar na Rússia, em 2014. Juro que não esperava nada desse cruzeiro, afinal, que diabos eu ia fazer na Rússia? Mais uma vez, me surpreendi. Sou apaixonada por conhecer culturas diferentes e perceber o comportamento de cada um, em sua cidade natal. E lá foi uma experiencia totalmente diferente do que eu já tinha visto.

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