É complicado pedir para que adolescentes escolham a carreira que, “supostamente”, exercerão a vida inteira. Meus pais nunca me pediram, muito menos me exigiram escolher algum curso tradicional como acontece em muitas famílias. Mesmo assim, não conseguia pensar em outras opções além das graduações tradicionais. Muito provavelmente, foi por causa da influência dos cursos que minhas amigas estavam prestando no vestibular, dos professores, da escola e, sobretudo, por causa da minha insegurança. Além disso, não conseguia me contentar com as partes “menos legais” que cada profissão tem. O que eu realmente queria era descobrir um curso perfeito para mim.
Emocionalmente, foi um longo caminho, com ajuda e apoio de muitas pessoas, finalmente descobri o curso que me identificava: animação. Contudo, apesar de ter conseguido entrar na FAAP, e estar gostando da faculdade, ainda existia a insegurança de talvez ter escolhido o curso errado, de talvez não conseguir ganhar dinheiro, de talvez a dificuldade da área não compensasse…
Desses vários “talvez” minha primeira animação respondeu os mais importantes deles. Foram mais de dois meses de aula planejando e desenhando um objeto inanimado. Durante o processo eu não conseguia visualizar a magia, apena um desenho estático depois do outro. Quarenta e duas folhas sulfites sem magia, sem alma, até o dia da primeira avaliação, quando colocamos a animação em um programa, e finalmente vi meus desenhos ganhando vida.
Ainda sou muito insegura para muitas coisas, mas tenho certeza que estou entrando na carreira certa e que todo o esforço valeu e vale a pena.