Autoexposição
Fiquei pensando por muito tempo que experiência eu contaria neste projeto e inúmeras ideias passaram pela minha cabeça. Ansiedade, minha cachorra, Alzheimer, Santo André, intercâmbio e até suicídio. No entanto, depois de refletir muito, eu percebi que a questão não era sobre o que eu falaria, e sim, que eu falaria.
Uma vez, minha psicóloga me disse que mesmo me tratando por anos, ela sentia que não me conhecia direito e isso me marcou de modo profundo porque, sinceramente, eu não sou muito aberta sobre os meus desejos e sentimentos. Eu realmente sinto que muitas pessoas que convivem comigo, como família e amigos, não me conhecem. Não porque elas se recusam, mas eu simplesmente não me expresso. Sei que é uma coisa que eu preciso melhorar e acredito que o reconhecimento é o primeiro passo.
Diante disso, eu decidi criar este quadro. A tinta preta se espalha por todo o lado no qual a pessoa observa a obra, mas no interior da tela, que não fica exposto, há uma fusão de cores vivas que se mesclam entre si, formando uma obra própria. É assim que eu me sinto. Mesmo não demonstrando ou aparentando no meu exterior, tenho diversos sonhos, experiências, gostos e até dores que quando se juntam, viram uma linda mistura.
Depois dessa grande declaração, acredito que meu objetivo principal seja rasgar a tela, deixando o interior se mostrar para o exterior. Sei que será um desafio, mas também uma nova experiência para se guardar.
Título: Eu
Criador: Beatriz Margiota
Data de criação: 2022
Local de criação: Santo André, SP.
Quadro
Dimensões físicas: 20 x 30 cm