Cicatrizes e marcas pra sempre.

Mariana Rebesco
Iandé
Published in
2 min readApr 17, 2018

Ano passado, em 2017, foi um ano de recomeços. Em agosto fui várias vezes para o hospital, e acabei sendo diagnosticada com câncer de pulmão. Não existe uma explicação inicial para o porque disso tudo, como se tivesse uma fórmula, nem existe uma explicação de como me senti. No começo me senti várias vezes culpada por aquilo estar acontecendo, como se fosse um defeito meu, e teria que carregar aquilo ali em diante. Olhando para toda essa situação, me afastei de tudo que acreditava. Não existia nenhuma força superior olhando por mim, até porque se tivesse, por que mandaria bem isso? Era um questionamento diário, se era uma lição e se eu merecia tal coisa.

A princípio, quando se ouve a palavra “câncer”, as pessoas já associam a ideia de ficar muito tempo no hospital e a morte. De dias em dias, fui me acostumando com isso. Aos poucos fui percebendo que nem tudo que é ruim, é o ruim no geral. Tive que fazer cirurgia, nela retirei 1/3 do meu pulmão direito. Foi uma parte de mim que perdi e ganhei ao mesmo tempo. Ganhei minha esperança, minha fé, me reencontrei. Contei com ajuda de muitos amigos e familiares para me reerguer.

Hoje em dia sei que todas os desafios vem para nos tirar do nosso lugar, para provocar nossos sentimentos. Com tudo isso, aprendi valorizar várias coisas, que parecem clichês, mas agradeço pelos dias de vida, por todas as dificuldades para se enfrentar. É uma marca que vai ficar em mim, representando todos os dias o quão forte sou, e quanto potencial tenho. Resolvi tatuar a palavra fé e desenhei do jeito que queria demonstrá-la, para ficar ali comigo sempre.

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