Os ciclos e as transformações inevitáveis da vida

Nicole Mantuano Freitas
Iandé
Published in
2 min readMay 26, 2020

Minha mãe faleceu no dia 14 de dezembro de 2018 e, desde então, divido minha vida em duas partes: uma quando ela estava viva e a que estou vivendo agora.

Duas semanas depois de sua morte, mudei-me, junto de meu pai e meu irmão, para São Paulo. Saímos de uma pequena cidade localizada em Santa Catarina, denominada Joinville, para uma metrópole "assustadora". Por um lado, foi um acontecimento que nos ajudou a passar por toda situação, visto que, com toda a loucura da mudança e início das aulas na faculdade, começar uma vida nova em uma cidade que não permite espaço para conseguirmos refletir os próprios pensamentos era o que mais precisávamos na época.

Porém, com o cenário de pandemia atual, na situação de quarentena em que me encontro, venho pensado e refletido bastante no assunto que tinha reprimido esse 1 ano e meio que se passara. A falta de minha mãe em minha vida tem sido algo em que estou pensando, e sentindo, muito ultimamente; junto com a concepção da vida e seus diferentes ciclos e fases e como em questão de segundos podemos não estar mais aqui presente em matéria.

Por isso, a fim de expressar e exteriorizar meus sentimentos, realizei o vídeo “Ciclos”, o qual retrata a temática da vida — desde o nascimento até o momento final da morte — que é constituída por diferentes ciclos, cada qual com seu tempo. A trilha sonora “Clear Waters”, de Kevin Macleod, possui interferências da voz de uma mulher falando com sua filha. Tais intervenções provém de dois áudios distintos que minha mãe mandara para mim em 2018 ao me desejar boa noite e questionar se já havia chegado ao meu destino, uma vez que estava viajando na época.

Talvez esse vídeo seja simplesmente uma despedida. Ou uma homenagem.

Ou (ainda) uma pessoa tentando seguir em frente ao se conformar com os ciclos e as transformações inevitáveis da vida.

Vídeo "Ciclos"

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