DMT — Experiência Estética
DMT é um poema inspirado em relatos de pessoas que fumaram Dimetiltriptamina, uma substância psicoativa que é liberada no momento do nascimento e da morte do ser humano. Entre alucinações delirantes, os relatos descrevem os efeitos da droga como se fossem "Um apontamento dos problemas da vida sob uma nova perspectiva".
Assim que nascemos recebemos tapas,
Assim que morremos recebemos beijos
Assim que escrevemos, jogadas palavras
Mas nem tão jogadas a depender do contexto
Quando nascemos somos quase primatas
Quando morremos somos quase humanos
Assim que corremos, corremos por nada
Mas quando andamos, andamos por tudo
Por tudo que nunca passa
Por tudo que já passou
Pelo que veio mas não pra ficar
E pelo que nem foi convidado, mas veio e ficou
Quando crescemos tomamos porrada
Quando feridos tomamos remédio,
Comprimidos lícitos ou ilícitos
Que curam a dor, depressão e o tédio
Ou que não curam nada
A mais forte de qualquer psicose
E entre cápsulas, devaneios e armas
O fim se aproxima, sendo servo ou lorde
Pois a morte não olha a renda
Também não pede CPF
De vez em quando ela pede carona,
E quando sobe, mais ninguém desce
De toda forma todo mundo nasce
Nem todos vivem, mas todos morrem
Para os que vivem, dia de luto
Pros que sobrevivem, dia de sorte
Da morte se fez a vida
Como do fim se faz uma história
A mensagem que fica não é importante
Pois a mensagem que fica é aquilo que importa