DMT — Experiência Estética

Filipe Tevjovits
Iandé
Published in
2 min readApr 16, 2018
Dimetiltriptamina: substância psicoativa que é liberada no momento do nascimento e da morte do ser humano

DMT é um poema inspirado em relatos de pessoas que fumaram Dimetiltriptamina, uma substância psicoativa que é liberada no momento do nascimento e da morte do ser humano. Entre alucinações delirantes, os relatos descrevem os efeitos da droga como se fossem "Um apontamento dos problemas da vida sob uma nova perspectiva".

Assim que nascemos recebemos tapas,

Assim que morremos recebemos beijos

Assim que escrevemos, jogadas palavras

Mas nem tão jogadas a depender do contexto

Quando nascemos somos quase primatas

Quando morremos somos quase humanos

Assim que corremos, corremos por nada

Mas quando andamos, andamos por tudo

Por tudo que nunca passa

Por tudo que já passou

Pelo que veio mas não pra ficar

E pelo que nem foi convidado, mas veio e ficou

Quando crescemos tomamos porrada

Quando feridos tomamos remédio,

Comprimidos lícitos ou ilícitos

Que curam a dor, depressão e o tédio

Ou que não curam nada

A mais forte de qualquer psicose

E entre cápsulas, devaneios e armas

O fim se aproxima, sendo servo ou lorde

Pois a morte não olha a renda

Também não pede CPF

De vez em quando ela pede carona,

E quando sobe, mais ninguém desce

De toda forma todo mundo nasce

Nem todos vivem, mas todos morrem

Para os que vivem, dia de luto

Pros que sobrevivem, dia de sorte

Da morte se fez a vida

Como do fim se faz uma história

A mensagem que fica não é importante

Pois a mensagem que fica é aquilo que importa

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