Educação para a vida

Deborah Movadab
Iandé
Published in
3 min readApr 21, 2019

A viagem “Educação para a vida” foi uma experiência única e muito emocionante, na qual a escola me levou para Polônia, a terra onde mais de seis milhões de judeus foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial, e tive a oportunidade de ver de perto as histórias que ouvi dos sobreviventes dela. Em julho de 2015, com 15 anos passei essa experiência com meus amigos. Junto com eles vimos os campos de concentrações e extermínio da Polônia.

Foi muito doloroso ver os crematórios, câmaras de gás, barracões, banheiros e toda estrutura que os nazistas montaram para exterminar o povo judeu. No terceiro dia fomos para Auschvitz, um campo de extermínio que me chocou muito, pela janela do ônibus já sentia um arrepio em meu corpo só conseguia ver cercas elétricas ao redor de um lugar escuro e sombrio, antes só tinha visto essas cenas em filmes.

Arame Farpado.

Andamos abraçados pelo campo durante duas horas, nas minhas costas carregava uma bandeira de Israel e em minhas mãos um Salmos. Entrei em um barracão no qual mostrava muitos sapatos, comecei a pensar que cada par de sapato tem uma história, uma vida que foi tirada em poucos minutos. Nesse momento o guia colocou uma música muito tocante para mim chamada “Shema Israel” foi um dos minutos mais inexplicáveis da minha vida, comecei a chorar e abracei minha melhor amiga sem palavras a gente se consolava. Comecei a rezar e agradecer tudo que eu tenho em minha vida.

Além de sapatos havia uma montanha de cabelos, com todos os tipos de cabelo: cachos, crespos e lisos mas, o que realçava era uma linda trança loira, quando eu a vi, apenas fechei meus olhos e observei uma linda menina de trança loira e olhos azuis brincando de boneca, ela não sabia o que estava acontecendo nem o que ia acontecer. Não sei escrever em palavras o que eu senti naquele dia.

"Montanha de cabelos"

Tudo me chocou mas o principal para mim foi o ultimo, passamos por uma subida e chegamos em um lugar sem luz que tinha alguns metros de cinzas que restaram das pessoas, lagrimas nos olhos, bandeira de Israel nas costas, salmo na mão e um orgulho de ser judeu, de ter liberdade religiosa e “ עם ישראל חי”- (o povo de Israel esta vivo) o mais importante de tudo é ver o apoio que uns davam aos outros se abraçando.

Enfim, isso foi um pouco da minha experiência na Polônia, visitando os campos de concentração, consegui ver de perto o que o meu povo passou e assim poder repassar para todos o que vi e fazer com que essa tragédia seja lembrada para sempre e que nunca mais ocorra com ninguém. Depois de ver tudo isso comecei a dar mais valor para minha vida e agradecer cada pedaço de pão que tem em minha casa.

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