Em homenagem ao meu pai

Fabiana Marun
Iandé
Published in
2 min readApr 19, 2018
La Vie en Rose — Édith Piaf, cantada por mim com ukulele

Essa música me faz pensar instantaneamente nele, assim como ela o faz lembrar de meu falecido avô. Existem três grandes amores que foram passadas do Daniel Filho (meu avô) para o “Danielzinho”, e depois para mim e minhas irmãs, Juliana, Mariana e Fabiana (e não, minha família não é a mais criativa quando se trata de nomes).

A primeira e mais importante de todas é o amor pela família. Não há nada mais importante no mundo do que estar com aqueles que amamos e cuidamos. Mesmo estando longe de ser a família perfeita e feliz, eu faria qualquer coisas por meus pais e minhas irmãs e sei que eles fariam o mesmo por mim.

A segunda é a paixão por viajar. Meu avô viajava muito para a época em que viveu, muitas vezes era a trabalho, mas essa era uma de suas preferências ao decidir quais seriam seus próximos gastos. Com o meu pai é a mesma situação. Agora mesmo ele está em Singapura e daqui a dois dias vai estar na Malásia. Ele ama seu trabalho e as oportunidades oferecidas, porém isso resulta em não estarmos sempre fisicamente juntos. Ainda sim, ele está sempre presente.

Pois nossa terceira paixão é pela música. Uma única canção é capaz de nos colocar em uma montanha russa de emoções, memórias e sonhos. A relação do Daniel com a música é algo lindo, que me inspira e me faz querer ser ao menos um terço do que ele é. A forma como seus olhos se iluminam quando ele conta qualquer história que envolva os Beatles, e como ele chorou ao conhecer o Cavern Club. Se ele me busca de carro em qualquer lugar depois das 21h, no rádio vai estar tocando Cultura FM, e ele inevitavelmente vai comentar o concerto ou sinfonia que toca. E aos domingos, na hora do almoço existem três opções de playlists: Seu Jorge (especificamente), Jazz (que na maioria das vezes é Billie Holliday) ou músicas variadas que eu e minhas irmãs escolhemos, que ele se alegra da mesma forma.

Como já disse, meu pai não está sempre em casa, e isso não é escolha nem culpa dele. Mas são músicas como La Vie en Rose, que reforçam nossa conexão, mesmo longe eu o sinto perto, me guiando e apoiando aonde quer que seja.

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