Experiência Psicoativa

Juliana Noronha
Iandé
Published in
3 min readOct 17, 2018

Não sei se você, leitor dessa experiência estética, ja usou de alguma droga psicoativa com fins recreacionais, mas aqui vou descrever meu primeiro contato com o LSD, então tento, aqui, desmistificar um pouco o uso dessa “droga”; e se ja usou, espero que tenha tido a mesma conexão que eu tive.

Tudo começou em um feriado de Páscoa, eu e meu namorado, sozinhos no apartamento dele. Estava um pouco nervosa por conta do que haviam me falado sobre drogas e tudo o mais, mas fui em frente. O efeito não chega do nada, é crescente e no começo é um pouco desconfortável, pra mim foi uma sensação de ânsia de vômito e uma vontade incontrolável de mexer os pés!

Estávamos vendo um filme, Vingadores 2, eu nunca tinha visto, e também não lembro de nada… Tudo o que podia ver eram cores impressionantemente coloridas e vivas, em uma explosão de ações e movimentos que não faziam sentido, mas eram maravilhosos! O melhor era ver a conexão que nós dois tínhamos, as frases sem noção e as experiências sinestésicas totalmente em conjunto, éramos dois, no mesmo plano e universo, no mesmo lugar mental. Não posso esquecer dos risos, uma vontade incontrolável de rir o tempo inteiro, sobre nada e ao mesmo tempo sobre tudo. E choro, uma cena no filme, no qual um personagem morre, eu, sem sentido nenhum comecei a chorar, não era nem emocionante, eu só não tinha controle das minhas emoções mesmo.

O chocolate.

Lembra que eu falei que era Páscoa? Tínhamos comprado ovo de chocolate, e mesmo que eu descreva aqui o que aconteceu, vocês não vão entender realmente o que rolou na hora. Era só chocolate. Para TODOS os lados. No rosto, no corpo, no chão, no sofá, na cama. Sede. Muita sede. Calor. Frio. Sensações indescritíveis. Cores. Brilho. Risos. Mais Risos.

Nunca vou conseguir colocar em palavras tudo o que aconteceu naquela noite de abril. O tempo passa muito rápido e no final o que você lembra são imagens jogadas misturadas com cores, lembrem-se das cores. Mas o mais importante é sentir. Se jogar, sem preconceitos. As drogas psicoativas aumentam seus sentidos e jogam os hormônios da felicidade lá no alto, tudo é tocável e deliciosamente gostoso.

A ressaca.

Claro que depois de uma sensação absurdamente boa vem a ruim. Foram três dias de ressaca. Mas não só física, psicológica. Minha mente estava cansada, meu corpo exausto. A droga exauriu minhas energias.

Vale a pena.

A sensação de conexão com meu namorado, as risadas, as cores, os movimentos, as lembranças. Eu usei de novo, mas não foi a mesma coisa. Tudo tem uma hora certa pra acontecer, e nós não podíamos ter escolhido melhor.

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