experiência VERMELHO

Giulia Zanini

Giulia Zanini
Iandé
1 min readMay 27, 2020

--

Pode parecer desbafo, mas não é. Perdoem meu jeitinho sibilante de falar

Eu me pintei de vermelho.

Me pintei de vermelho porque eu quis. O vermelho, não o político, não o metafórico. Meu vermelho, no meu corpo hoje não é sangue, não é violência e nem desejo. Não quero que ele seja interpretado como nada que não uma cor que eu gosto.

De vermelho, me descobri mais eu. Uma eu que eu não encontrava fazia alguns anos. Ouso dizer que me perguntava se ela ainda estava dentro de mim.

Com 15 anos escavei esse eu com a ajuda de um grande amigo, o Sr. Bordô Fernelho, grande professor e parceiro no processo de criação/nascimento do meu palhaço. Eu vermelho retornei a esse lugar, mesmo tendo perdido meu nariz faz anos, voltei a ser palhaço. Me atentei à “coincidência” do nome só depois. As coisas fazem mais sentido enquanto em vermelho.

Sou muito grata.

Redescobri a inevitabilidade desse encontro, um equilíbrio entre personas. Pretendo fazer dessa troca de pele cromática algo periódico.

--

--