Horror Humano

Por Débora Bleivas Bergwerk

Debby Bleivas Berg
Iandé
2 min readApr 16, 2018

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Experiência Estética. Talvez essa seria uma das explicações dos desumanos chefes do governo nazista do Terceiro Reich. Uma forma de aperfeiçoar o mundo como eles diriam, a experiência ideal.

Quando visitei em Junho de 2011 os campos de concentração de Aushwitz, Birkenau e muitos outros, fiquei perplexa. Certamente a pior e mais impactante experiência estética que vivi se passou naquele mês.

Por ser judia e estudante de escola judaica, sempre aprendi muito sobre o Holocausto, mas nenhum conhecimento adquirido se comparou a entrar em um vagão de deportação em que provavelmente familiares meus sofreram e perderam o sentido de suas vidas.

Para mim, tudo o que olhava ao meu redor em julho de 2011 na Polônia era pior do que viver em um filme de terror. Foi a experiência estética de uma carnificína. Senti talvez 1% da monstruosidade de Adolf Hitler e seus comparsas ao tentarem exterminar meu povo, o povo judeu.

Entrei em câmaras de gás, cemitérios, Florestas em que judeus eram despejados para serem enterrados vivos, e não consegui conter uma só lágrima. O cenário de tudo isso era tão cruel e ao mesmo tempo tão real que não sai de minha mente até hoje em 2018.

Visitar a Polônia por este viés certamente foi muito mais que uma experiência, viagem ou ida ao museu, foi o reconhecimento de um massacre e todas as suas arquiteturas, uma visita a um museu vivo. A experiência estética que tocou minha alma. Experiência Estética é encontrar a arte nos bons e maus momentos, mas certamente mergulhar no contexto de criação de um cenário. Foi exatamente este horror que senti na pele na Viagem da Marcha da Vida pela Polônia em 2011.

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