Marcha da Vida
Por Natalie Chalom
No ano de 2014 eu fui para a marcha da vida, uma viagem na qual se retoma as atrocidades ocorridas nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. O sentimento de entrar num campo de concentração sendo uma judia, depois de tudo o que o meu povo passou durante a guerra, é inexplicável.
Durante a viagem, passamos por campo de trabalho forçado e campos de extermínio, como Majdanek, Auschwitz e Birkenau. O mais marcante para mim foi Majdanek, pois ele era extremamente preservado. Majdanek e Birkenau, ainda tinham “alojamentos” com camas em que os prisioneiros dormiam durante a guerra e era tudo real. Já em Auschwitz, o que mais me chocou foi a quantidade de sapatos, malas, cabelo, óculos, brinquedos e outros pertences das pessoas que eram levadas aos campos e não podiam levar nada consigo, a não ser o pijama listrado que recebiam para trabalharem dentro dos campos.
A pior sensação que senti na minha vida foi no momento que entrei dentro de uma câmara de gás, mesmo com a porta aberta e com ar circulando, a sensação de sufoco era enorme. É triste pensar que todas as pessoas que passaram por esses campos tinham uma família e uma vida normal, até que um dia, tudo isso mudou devido a um político alemão que tinha extremo poder e foi capaz de influenciar inúmeras pessoas com seus ideais nazistas.
Mesmo tendo feito essa viagem, ainda me vejo incapaz de entender o que motivava tanto um ser humano e seus seguidores, a odiar tanto judeus, quanto, negros, ciganos, entre outros. Mas uma coisa que eu aprendi com essa experiência é que o ódio não leva a lugar nenhum, e que devemos valorizar tudo o que temos e aproveitar o dia de hoje pois não sabemos o que acontecerá amanhã.