Marrocos: paraíso no deserto

Lais Requena
Iandé
Published in
4 min readApr 25, 2019

Por Laís Requena Ruiz Nogueira

Kasbah of the Udayas, fortaleza medieval, Marrocos / Foto: Laís Requena

Marrocos é uma cidade única. Em julho de 2017 pude conhecer esse paraíso no meio do deserto, localizado ao norte da África. A riqueza da arquitetura combinada aos detalhes das tapeçarias se misturam com os aromas das especiarias, que se fazem presente em cada cantinho.

Especiarias, Marrakech Médina, Marrocos / Foto: Laís Requena

Desde pequena tive a curiosidade de desbravar novas culturas. Sempre me encantou aquilo que me tirava da “zona de conforto”. Quando tive a oportunidade de conhecer Marrocos com a minha família, fiquei encantada. Fugia do costume e representava uma cultura e religião totalmente diferente.

Existe uma citação do Rei Hassan II (1929–1999) que diz:

“Marrocos é como uma árvore com as raízes em África, mas cujas folhas respiram o ar europeu”.

Como desde o século XV teve forte contato com os europeus, principalmente com portugueses, franceses e espanhóis, é possível ver na capital da cidade, Rabat e em Tânger uma mistura cultural e do velho com o novo.

Vielas, Méchouar Fès Jdid, Marrocos / Foto: Laís Requena

A mescla da cultura árabe com a berbére e, mais tarde, com a europeia, tornou Marrocos um país cosmopolita. Apesar da predominância do islamismo, ao visitar as cidades e ter contato com a população local, é possível ver que eles estão abertos às influências externas e a novas ideias.

Nessa viagem, tive o privilégio de conhecer mais de perto a cultura marroquina ao visitar a casa de uma família. Além de poder ter contato com uma nova cultura, pude aprender coisas totalmente alheias ao meu cotidiano que me fizerem pensar na importância de fazer viagens que fogem do comum, do tradicional. Há lugares lindos na Europa e na América, mas conhecer um pedacinho do norte da África me fez ter vontade de conhecer mais de perto a cultura árabe em seu berço, o Oriente Médio.

Médina, Marrakech, Marrocos / Foto: Laís Requena

Ao entrar na casa, deve-se tirar os sapatos, por um sinal de educação. Algo diferente é que na primeira visita à casa se deve levar alguma lembrança para a família que irá te receber. Como uma forma de expressar a gratidão.

Para aprender tudo isso e se apaixonar pelas cidades marroquinas, uma pessoa foi essencial: o nosso guia Shauni. Era um senhor, que trazia consigo um imenso brilho no olhar, que apresentava o quanto era importante e prazeroso para ele mostrar seu país e suas peculiaridades. Sua simpatia e cuidado não tinha igual. Traduzindo um pouco, de forma geral, a alegria e a receptividade do povo árabe.

Shauni, Mausoléu Mohammed V, Marrocos / Foto: Laís Requena

Mas havia algo a mais que prendia meu olhar: as mesquitas. A arquitetura árabe nelas presente e toda a ornamentação interna e externa, muitas vezes feitas à mão, são de uma beleza ímpar. É impossível não se impressionar, como é impossível passar despercebido as vestimentas das mulheres marroquinas. A maioria delas usam hijabs coloridos e adornados, tornando o caminhar colorido. As cores dos tecidos e as joias contrastam com o deserto seco e árido. Tirando o calor, Marrocos não perde em nada para nenhum lugar que conheci.

1- Hassan II Mosque, Casablanca, Marrocos || 2- Médina, Marrakech, Marrocos / Fotos: Laís Requena

Ter a possibilidade de ir para um lugar completamente diferente como Marrocos foi algo único. A sensação era de paz e felicidade ao conhecer aquele povo e aquela cultura tão diferente, mas tão abertos ao outro. Apesar do receio de muitos, por estar na África e ser um país muçulmano, as principais cidades são marcadas pelo novo e o velho, que as faz abertas ao mundo e aos turistas. Talvez um dia eu volte para esse país que tanto me encantou!

Deserto, Marrakech, Marrocos / Foto: Laís Requena

--

--