Metamorfose

Minha transformação após uma experiência de estudar fora

Karolinna Silva Martins
Iandé
2 min readOct 17, 2017

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Em 2014 estava angustiada com o motivo de ter que escolher uma carreira a seguir quando terminasse o ano. É louco pensar que com apenas dezessete anos, somos induzidos a decidir a profissão que queremos seguir pelo resto de nossas vidas. E apesar de sempre estar ligada ao meio artístico com o teatro, eu não sabia ao certo, aliás nós nunca saberemos.

Com a aflição de ter entrado em uma faculdade que eu não tinha certeza que era o meu lugar, entrei em um espaço de desespero e amargura dentro de mim. Procurei no estrangeiro, um meio de me afastar desse sentimento e tentar refletir sobre quais eram as minhas verdadeiras ambições. O local escolhido foi a terra da monarquia, da pontualidade e do chá; e foi lá que minha experiência se iniciou.

O clima frio de aparência acinzentada foi a minha primeira impressão quando o avião pousou na Inglaterra. Há exatos oitenta quilômetros da capital, ficava o ambiente que iria moldar meus pensamentos e comportamentos: Cambridge, sede de esplêndidas universidades, com arquiteturas deslumbrantes e com uma incrível atmosfera estudantil. Um lugar onde as pessoas não te cumprimentam com abraços e beijos, e seu olhar julgador para tal tipo de saudação denuncia o quanto é atípico de seus costumes.

Ao decorrer da travessia do Rio Cam é possível ver os “Colleges”, que ocupam grande parte da cidade com os verdes gramados de seus campos, na primavera e verão, alinhados e recobertos de vegetação. Admirável era saber que enquanto passava por ali, pés como o de Hawking, Newton e Bacon transitaram por aqueles corredores que estavam a poucos metros de mim.

Porém, diria que o mais impactante da minha viagem, foi os assuntos que tive com sujeitos de diferentes países, que apresentavam pontos de vista extremamente divergentes a respeito do mundo em que estamos inseridos. Presenciei discussões em que vi muito preconceito visto como normalidade, tentei descontruir descriminações com a minha visão, no entanto, a dificuldade se amplia quando o pensamento está enraizado em um hábito. Contudo, fiz amizade com pessoas de diversas culturas, que apesar das desigualdades aparentes, me ajudaram a entender a vida a partir de outros olhares e convicções, que fizeram minha volta ao Brasil ser acompanhado de uma mente muito mais critica e aberta a novos princípios, valores e ideologias.

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Karolinna Silva Martins
Iandé
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20 anos — Estudande de Radio TV da Faculdade Armando Alvares Penteado