Noite estrelada.

Roberto Felicio Adriano
Iandé
Published in
3 min readMay 11, 2020
Foto de minha autoria, da obra: A Noite Estrelada de Vicent Van Gogh, 1889. Óleo sobre tela. 76,66x92,08cm. Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

Em 2019, visitei Nova Iorque com a minha família. Lá, visitei o Museu de Arte Moderna (MoMa), com minha prima, com quem tenho relação de mãe e filho, que sempre foi a pessoa que me incentivou a buscar a Arte. Juntos, tivemos o prazer de ver pela primeira vez pessoalmente a obra mais icônica de meu artista plástico favorito, Vincent Van Gogh, a clássica Noite Estrelada.

Já tinha tido a oportunidade de ver pessoalmente obras dele, mas ver aquela obra tão icônica, a qual havia visto centenas de vezes por meio de telas virtuais, presencialmente, foi muito marcante, ainda mais conhecendo a história por trás da tela.

No dia 20 de outubro, na primeira entrada à direita, do oitavo andar do MoMa, conseguimos ver a obra pessoalmente. Nós entramos na sala, e de primeira a vi no fundo, porém haviam obras antes dela na sequência, por isso tentei não “a encarar” de longe, até chegar a ela, e segui a ordem da exposição. Havia algumas obras, uma delas era “O Carteiro”, também do Holandês Neo Impressionista. Após analisa-las, finalmente chegamos na mais aguardada.

Foto de minha autoria. Sala de exposição do MoMa.

Pela primeira vez, uma obra plástica me trouxe um sentimento tão forte, foi algo único até então. Poder ver de perto as pinceladas do Van Gogh foi incrível, e presencialmente a obra consegue transmitir além de sua beleza estética, toda a obscuridade, a "inlucidez" a qual o artista vivia. Antes de ver pessoalmente, A Noite Estrelada me remetia principalmente ao belo, por conta das pinceladas, pelo contraste das cores, devido a paleta de cores a qual o artista se utilizou para retratar aquele céu, porém pessoalmente, as pinceladas circulares realizadas para reproduzir as estrelas, a lua e o céu me deram um novo significado à obra.

Para os meus sentidos, as estrelas eram como olhos, que me observavam, me julgavam. O céu, que era a vista do quarto do hospício de Van Gogh é psicodélico, me remetia a confusão, medo. Será que era assim que o artista enxergava o tema da obra, o céu, as estrelas? Acredito que sim, pois o artista era tratado apenas como um artista louco, sem talento e sem futuro. Sentindo essa nova experiência, a partir da estética da obra, somado com o privilégio de ver pessoalmente aquela obra única, a qual desde criança via em livros de história da arte e reproduções técnicas, pela primeira vez, observando um quadro me escorreram lágrimas. Desde então, a partir dessa nova experiência estética minha visão para as artes plásticas nunca mais foi a mesma.

Roberto Felicio Adriano. FPN20201

--

--