Olhando estrelas

João Pedro Lyra
Iandé
Published in
2 min readApr 25, 2019

Desde o início da humanidade o homem observa as estrelas, por vezes contemplando sua beleza natural, por outras contemplando o seu vasto infinito. Esse ato é inerente ao humano em seu estado de curiosidade, que busca nos céus a explicação que não encontra na terra.

A minha história com as estrelas têm raízes em um local específico, Praia do Forte, Bahia, Brasil. Desde os cinco anos de idade viajo para lá ao menos uma vez ao semestre. Lá, a quase 1000 quilômetros de Salvador as luzes da cidade não são tão intensas e por conseguinte não ofuscam o brilho das estrelas. Um município paradisíaco conhecido por suas praias e o sol intenso, do outro lado da moeda, porém, a noite existe uma beleza oposta mas de valor igual, tal como a terceira lei de Newton.

Em minha última viagem tive a sorte de estar no lugar certo, na hora certa e com a companhia certa. Uma noite de super Lua e eclipse lunar, no lugar de céu mais brilhante que conheço acompanhado de um amigo que estuda entre outras coisas as estrelas. A receita perfeita para uma noite inesquecível. Enquanto meus outros amigos decidiram ficar em casa observando o eclipse, Pedro e eu tiramos vantagem do sumiço do satélite para olhar pro lado oposto, o céu do oceano atlântico no litoral baiano.

Imagem autoral (clareada artificialmente)

Durante o período de aproximadamente uma hora discussões existenciais e interestelares tomaram nossas falas e consciências, diante de um quadro pintado naturalmente pelo universo ao nosso redor. Antes de partir, uma lembrança, uma foto de longa exposição afim de capturar o momento. O resultado final, apesar de bonito, é apenas uma fração da arte original, que perde sua aura e autenticidade ao ser reproduzida tal como disse Walter Benjamin; nada se compara com o aqui e o agora.

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